Um episódio que foi tão bom quanto eu esperava, se duvidar até melhor. É hora de Major 2nd no Anime21!

O sonho da sensei não se realizou, ao menos não ainda, mas confesso que ri do início inusitado desse episódio, e sorri ainda mais ao ver a nova e excelente abertura. A música é linda e a escolha de cenas foi de um bom gosto tremendo, conectando o passado do Daigo e da Mutsuko ao presente. Além disso, as cores e a animação ficaram ótimas, com a surpresa da “nova” personagem que entrará de vez na trama. Se não me engano ela é a irmã da Chisato, então não foi tão surpresa, porque ela já tinha aparecido antes.

Enfim, vou me ater a algo mais interessante que vejo ocorrer no anime e me incomoda já faz muito tempo, que é a postura de certas pessoas ao tratar o time da Fuurin por ter seis garotas, como se elas tornassem a equipe toda menos capaz. Já citei em meus artigos que reconheço a diferença física que pode existir na comparação entre os sexos, mas ela é mesmo assim tão preponderante para dificultar a competitividade em idade de formação? Não fica muito na cara que esse “mesmo com elas” é carregado de preconceito?

E eu gosto da forma como o anime retrata isso, o que eu quero sucintar é uma reflexão sobre tal afirmação tão preguiçosa, ainda mais depois de um episódio no qual fica claro como há competitividade entre sexos. Enfim, o péssimo controle do Nishina treinando com seu capitão pode ter erguido uma flag para o público, mas não preocupa mais que a aparição da Michiru e o desempenho de seus amigos, pois a qualidade da Michiru como jogadora é conhecida, ela atuar em um time de colégio que foi inesperado, mas interessante.

A derrota do Instituto Eihou deixou de ser surpresa no momento em que a Michiru entrou na parada, mas a verdade é que a prévia no episódio anterior já indicava isso e se o medo da Yayoi e da Tao era enfrentar um time mais forte e de garotos, a coisa muda um pouco de figura, pois elas verão o exemplo da Michiru e devem aprender alguma coisa com ela, mesmo que isso fique de lado por se tratar de uma final. De toda maneira, deixando os ciúmes bobos da Mutsuko de lado o que sobra é o respeito entre rivais.

Um respeito que se mistura a admiração e torna essa final especial e desafiadora para ambos, afinal, será o primeiro jogo entre o Daigo e a Michiru, o que lembra ao protagonista da promessa que fez com o Hikaru e dá abertura para o melhor trecho desse episódio, em que a forma como se aborda e encara o preconceito passa muita naturalidade e seriedade. A Michiru não é de abaixar a cabeça, mas ter seu próprio técnico a dispensando do time foi um baque dos fortes, ela só não contava é com a forca que tem uma experiência.

Ela fez amigos de basebol e com eles dividiu o jogo, sendo assim, a primeira barreira do preconceito foi quebrada e o que nasceu disso foi o estabelecimento de uma relação genuína, em que tanto ela, quanto os amigos, reconhecem o valor do outro. Mas não é só o valor que independe do sexo, como também o valor como amigo, algo que o Daigo e o Hikaru conservam em suas aspirações e torna muito duro, mas também significativo, vencer essa final. O sonho de um deles será adiado e isso desqualificará suas experiências?

Tenho certeza que não e vai ser lindo acompanhar a final agora que ficou claro como os rivais têm suas semelhanças, além das diferenças já conhecidas e que também não podem ser esquecidas, afinal, são elas que enriquecem o subtexto. Essas personagens femininas provarão a si mesmas, elas não precisam provar nada a ninguém, que são tão capazes quanto qualquer garoto, não importa o que as digam para desmotivá-las. Não foi só o Daigo que levou o time a final, mas o esforço de todos, principalmente delas.

As garotas são maioria no time da Fuurin e ele tem jogado muito bem, sendo assim, a diferença física é um obstáculo real ou uma desculpa dita para manter o status quo? Você já sabe o que penso e é dentro da expectativa de uma grande e edificante partida, independentemente do resultado, que sigo para meu último comentário sobre esse episódio. Gostei muito da música de encerramento, mas fiquei pensando no seguinte, as cenas com as garotas eram mesmo as mais adequadas ou o olhar malicioso é culpa minha?

Talvez só esteja exagerando, não sei, mas nesse caso prefiro pecar pelo excesso de preocupação que pela falta, até pelo que a trama evoca ao misturar garotos e garotas em um meio contaminado pelo machismo. Ainda assim, há espaço para superar o preconceito e se a Michiru não é a regra, talvez Major 2nd 2 esteja ajudando a provar para o seu público que cada vez menos deve ser a exceção. Uma experiência real no basebol independe de sexo, idade; depende do amor pelo esporte e da vontade de vivenciá-lo ao máximo.

Até a próxima!

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