Em (quase) toda temporada sempre há um anime de idol em exibição, quer seja feminino ou masculino. Idoly Pride é um dos animes de idol feminino desta atual temporada. Como já foram lançados três episódios, este artigo está divido em tópicos que, obviamente, abordam os episódios.

Os opostos se atraem (Parte 1)

Começar uma história por um flasback foi uma escolha narrativa interessante e ao mesmo tempo meio inusitada, pois esse tipo de recurso normalmente é usado mais adiante quando se quer desenvolver personagens ou contar uma informação importante que não poderia ser contada logo no inicio.

No caso desse anime, tal recurso serviu para contextualizar o presente no qual a história se passa, além de gerar simpatia para algumas personagens.

Makino e Mana possuem personalidades completamente opostas, mas que combinam. Mana é uma garota radiante que decidiu seguir a carreira de idol, e que por ventura arrastou Makino para esse desafio profissional, tornando-o seu gerente.

Aparentemente ela tinha um interesse romântico nele, mas que não podia declarar seus sentimentos amorosos de forma direta devido a carreira. Além do mais, ele é meio denso para notar esse tipo de coisa.

O conceito de classificar idols num ranking (Programa Vênus) é legal, mas ao mesmo tempo, pode forçar as aspirantes a idols a serem extremamente competitivas. Competitividade é saudável desde que não haja excesso, como quase tudo na vida.

O primeiro episódio tem um tom dramático que normalmente não é muito comum nesse tipo de anime. De certo modo é um diferencial, mas, talvez, pode não ser a tônica da série toda. Se mostrassem o momento do acidente que a Mana sofreu, certamente teria mais impacto, porém compreendo a escolha da suavização da tragédia ocorrida.

É triste ver um sonho de alguém ser interrompido por um evento trágico. É como se toda a dedicação dela fosse em vão, mas não é bem assim. No segundo tópico essa parte será melhor abordada.

A manutenção da personagem Mana no elenco, agora como uma fantasma (muito simpática, diga-se de passagem) é interessante, pois a interação dela com o Makino é boa, além de ser um bom alívio cômico.

Os opostos se atraem (Parte 2)

Kotono (irmã da Mana) e Sakura possuem personalidades opostas, e é por isso que a interação delas é boa. A primeira é séria e determinada, enquanto a segunda é desleixada e alegre. Embora diferentes, há um ponto em comum entre elas, que é a influência da Mana em suas vidas.

No caso de Kotono, a influência da Mana é obvia e natural, pelo fato de serem irmãs. Kotono quer levar adiante o sonho que fora interrompido precocemente. Embora seja um gesto bonito, mas ao mesmo tempo é uma forma de expiação da culpa que a personagem carrega em não ter apoiado a irmã.

A ausência de Mana na vida de sua irmã mais nova é justificável, mas foi o ponto de revolta de Kotono que se sentiu trocada pelo desejo de Mana em seguir a carreira de idol.

Se idols tem como um dos objetivos inspirarem as pessoas, Mana cumpriu seu trabalho, pois Sakura é uma dessas pessoas no qual a música de Mana deu inspiração. Sakura se encaixa no perfil sentimentalista, ou seja,o  coração fala mais alto que a razão e a guia. A menina tem talento, mas como toda joia bruta, precisa ser lapidada, para que o seu brilho irradie ao máximo.

Se não me engano, o Makino disse a Sakura que conversou com os pais dela sobre sua saúde. Embora seja só uma coisa trivial, pode ser que, talvez, isso gere algum drama com a personagem. Um dos motivos para ter essa ideia é que dizem que a Sakura é muito parecida com a Mana. Não pela aparência, mas pela voz e pelo comportamento.

Seria isso um sinal que o destino dela pode ser parecido ou o mesmo de Mana? Não duvido, pois se já houve drama uma vez, pode ser que usem novamente no decorrer da série.

Entrosamento

Entrosamento é fundamental em qualquer equipe, quer seja um grupo de idols, uma banda, um time de futebol ou até mesmo um departamento qualquer dentro de uma empresa. Para alcançar a estruturação do grupo, foi decidido que as garotas morariam juntas, o que é uma boa ideia, desde que elas se entendam.

Pelo seu jeito mais retraído, Kotono tem um pouco de dificuldade de interagir com as outras garotas. Por falar nelas, as personalidades são clichês, mas funcionais. Há desde a garota rica ao tipo irmã mais velha confiável.

A presença de uma colega de classe de Kotono, certamente a ajudará na aproximação com as outras integrantes do grupo. Sociável e sincera, Nagisa é meio que uma “porta-voz” dos sentimentos que a Kotono tem dificuldade de expressar.

A inserção da dupla que formam a “LizNoir” é legal para inspirar as personagens, pois elas são famosas e talentosas, ou seja, um rival digno a ser batido. Ao mesmo tempo que é interessante, a criação de uma rivalidade saudável é um clichê, mas que bem usado pode ficar bom.

A coreografia das garotas do “LizNoir” foi bem feita, mas usaram o velho truque de focar a “câmera” no rosto das personagens que estavam dançando, além de mostrar as personagens que estavam assistindo a coreografia, com a finalidade de não ter que mostrar a coreografia por completo, o que é bastante trabalhoso.

Conclusão

O anime começou muito bem ao inserir uma carga dramática acima do que normalmente se ver nesse tipo de anime, mas nos episódios seguintes seguiu uma linha mais “padrão”. O anime está ainda no começo, então é normal ter episódios mais mornos, mais que não são necessariamente ruins. Espero que no decorrer da série, a tônica dramática do episódio primeiro retorne, mesmo que seja só na reta final.

Obrigado a todos que chegaram até aqui, e até o próximo artigo!

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