Uma Musume: Pretty Derby 2 – ep 10 – Na corrida por um milagre
A Teiou entregou sua carta de desistência e tentou sair pela porta dos fundos, mas é claro que não a deixariam desistir assim, sem nem ao menos tentar mais uma vez, e é justamente sobre essa insistência de que tratou o episódio. Aliás, essa temporada deve superar a primeira. Vamos nessa?
A tentativa de desistência da Teiou não foi nada surpreendente, assim como a reação dela a essa situação. Quando queremos negar algo que não nos agrada, fugir para coisas que desviam nossa atenção e nos divertem é uma reação humana. Mas claro, deixa um vazio no final, não substitui…
Isso fica muito evidente quando ela termina seu dia de diversão descontente, e posso até elogiar a música bonitinha de si mesma que ela canta no karaokê, mas mais importante que esse detalhe “fanservístico” foi a Kita-chan com a confecção do amuleto e a decepção que sentiu ao entregá-lo.
Desde ali foi passada a ideia de que os fãs da garota-cavalo ainda acreditavam nela, mesmo que ela já não acreditasse mais em si mesma, afinal, a Teiou preparou uma carta de desistência sem sequer ter tentado voltar a correr antes, como se estivesse convencida de que não havia o que fazer.
A forma como ela respondeu a Kita-chan e a maneira como tratou a Turbo um tempo depois deixaram isso evidente. Aliás, bem melhor que o chororó da Spe-chan, a forma como a Turbo deixou claro que queria ver a Teiou correr de novo, a desafiando para um duelo, pôs fogo no anime.
Não pelo lado da Teiou, que não tinha mais coragem de tentar de novo, mas pelo lado da própria Turbo, que fortaleceu sua convicção após a recusa da rival e o apoio das amigas. Em meio a isso, o treinador do Spica também sentia o baque de perder sua corredora e contou com a solidariedade de sua boa amiga.
É legal como mesmo os treinadores são rivais, mas também amigos, e era difícil não sentir empatia nesse caso, né, afinal, fica fácil se colocar no lugar dele, que se sentia corresponsável ao ver a carreira de uma atleta sua acabar assim. E sabe o melhor? Ele não fez mais do que poderia fazer.
Só o que restou foi contar as companheiras da Teiou, fazer esse meio de campo, pois aparecer com tratamentos milagrosos não faria sentido visto que antes de sequer saber se seria possível a Teiou já havia se desistido. Se tratava de um problema de vontade de “escalar a montanha” antes de tudo.
E antes de comentar o clímax espetacular e tudo que o cercou, não poderia deixar de notar a McQueen, que manteve uma postura firme em frente a Teiou, mas deixou transparecer todo seu descontentamento com a decisão da amiga e rival até ali. E por que ela foi “fria” na frente da heroína?
Porque era a forma que ela tinha para deixar transparecer que ainda acreditava, que ela continuaria a fazer a sua parte e ficaria esperanto para que a Teiou tentasse alcança-la. Mesmo assim, é óbvio que ficaria triste, o que ficou claro pela breve conversa dela com a Symboli, outra que também estava na “fossa”.
Mas essa fossa não demoraria visto que posso até ter criticado o uso do time Canopus até aqui, mas é inegável que nesse episódio era tudo o que elas precisavam fazer. Sem toda a interferência externa que elas tiveram talvez a Teiou não tivesse cedido mesmo ao apelo de seus fãs após subir ao palco.
Seria bem melancólico ela se despedir com um show e não com uma corrida. Aliás, seria triste demais ela se despedir dessa forma, sem realizar seus sonhos e sem contentar seus fãs, então entendo a reação emocionada da Kita-chan e até mesmo de seu próprio treinador. Quem seguraria o choro numa hora dessas?
Não só o choro, mas a voz e as atitudes. Foi corroborando com essa urgência que as garotas do Canopus agiram e contaram com a conivência feliz da diretora, mas, principalmente, com a confiança necessária para colocar a Twin Turbo no telão, confiança de que ela venceria a corrida.
Em nenhum momento eu desconfiei da Turbo, era óbvio que ela conseguiria vencer e que seria dando tudo de si, mas ainda assim não tinha como não se emocionar com essa cena, com o desejo até egoísta de todas aquelas pessoas que não queriam ver a Teiou desistindo sem tentar mais uma vez.
Foi uma responsabilidade tremenda a depositada na garota, mas eu lhe pergunto, não é justamente por essa pressão que vivem os atletas? Eu acho que vale a pena correr o risco de se decepcionar de novo se tem tanta gente apoiando a pessoa e ela não sabe o que ainda é capaz de fazer.
É claro que é mais fácil escrever isso porque se trata de ficção e a gente sabe que depois de tanto sofrimento é ruim da Teiou não se recuperar e brilhar pelo menos mais uma vez, mas repare como mesmo trabalhando com a ideia de milagre a verdade é que a Teiou havia desistido “antes da hora”?
Não que haja hora certa para desistir de algo assim, mas se ela decidisse continuar com sua desistência estaria dando por encerrado algo que ainda permitia uma nova tentativa. Felizmente, a Teiou cedeu e emocionada aceitou todos os sentimentos que a cercavam em uma sequencia esplendorosa.
Muito pelo esforço da Twin Turbo e das outras, mas muito também pela própria Teiou, que foi modesta até demais e não notou o impacto que tinha no público e nas rivais, impacto esse capaz de mobilizá-los o suficiente para tocar seu coração e fazê-la tentar superar mais esse desafio.
Tentar entre aspas, pois a gente sabe que ela vai conseguir e que quando ela conseguir deve ter outra linda música de fundo para emocionar os telespectadores em um episódio que também deve ser fantástico, mas vai ter que se esforçar muito para superar este daqui, em que a vitória de outra corredora que não a protagonista foi uma vitória de todos nós.
Até a próxima!