Bom dia!

O anime começa no meio de uma luta e sem contexto nenhum. Uma garota mágica encara um robô-monstro esquisito enquanto outras discutem sobre a conveniência ou não de correr até o local. Uma delas efetivamente corre, atropelando pessoas pelo caminho.

O bichão se chamava Sephiroth, a garota que corria chegou enquanto escutamos outra garota lamentar e, no final, a que corria foi lá só para sucumbir a uma crise de fé e aí tudo acaba em luz e suponho que o Sephiroth tenha vencido.

Uma caixinha de joias ornamentada cai no chão e espatifa seu conteúdo, o que simboliza um final trágico e ao mesmo tempo o fim da infância (fim da inocência).

Ser garota mágica é difícil.

 

 

A animação, para além da metáfora visual da caixinha de música e da garota correndo desesperada, é neutra, sem transmitir nenhum sentimento em particular através de enquadramentos ou da edição. Aliás, a animação como um todo não é nada notável. Mas é um começo típico de um dark mahou shoujo, com garotas mágicas cansadas, infelizes e uma trilha sonora sinistra.

A garota que fala sobre sua irmã é o tênue ponto de luz em meio às trevas.

Ainda é cedo para dizer se essa luz é o fim do túnel ou um trem vindo em nossa direção, mas eu arrisco apostar no primeiro. O anime é inspirado em um game e terá 26 episódios, e não creio que um final trágico esteja contratado.

Depois desse começo confuso, finalmente somos apresentados a uma personagem com nome, e que certamente será a protagonista: Ruka. Ela acaba de se transferir para uma escola com dormitórios porque seus pais foram trabalhar no exterior, tropo comum da mídia para tirar os adultos do caminho.

Logo descobrimos que Ruka tem dificuldade extrema para socializar, a ponto de comprar um livro para isso depois de fracassar em sua primeira tentativa de puxar conversa com alguém.

 

 

Não ignoremos que ela estava cercada de outras garotas querendo conhecê-la quando saiu do meio delas para investir nessa tentativa fracassada com outra garota. Mas isso não é um furo de roteiro, e sim parte da construção da personalidade da Ruka: ela é contraditória.

Ruka quer ser capaz de conhecer e interagir com outras pessoas ao mesmo tempo em que acredita que como é impossível alguém saber o que outra pessoa sente então interagir é inútil em primeiro lugar. Um pensamento auto-derrotista. Não a ajuda a interagir com ninguém, mas deve ajudar a se auto-justificar cada vez que fracassa.

 

 

Em todo caso, ela não é a única protagonista: entra Hiori, oposto polar de Ruka e que “por coincidência” é a garota com quem ela irá dividir o quarto nos alojamentos da escola.

Desorganizada, indisciplinada, extrovertida, altruísta e com um coração de ouro, Hiori aparece pela primeira vez entrando pela janela do quarto porque chegou tarde ao alojamento. É popular e sai de seu caminho para tentar ajudar desconhecidos.

Hiori e Ruka não poderiam ser mais diferentes, e por isso elas são o par perfeito.

Hiori irá ajudar Ruka a aprender a interagir com outras pessoas, enquanto Ruka talvez coloque um pouco de ordem na vida da Hiori, mas, mais importante, provavelmente irá ajudá-la a superar seus demônios internos.

Porque Hiori parece ser a irmã mais nova, e a personagem que lamentava, da garota mágica do começo do anime que correu só para sucumbir à pressão ao chegar no local do combate. Terá morrido?

 

 

Ao fim do episódio aparecem garotas malvadas que também têm poderes mágicos, mas parecem usá-los para motivos provavelmente malvados. Ao contrário das garotas mágicas do bem, que possuem anéis azuis, essas vestem anéis vermelhos, em uma espécie de guerra de facções de garotas mágicas.

As garotas de anel azul são como a Hiori e querem ajudar as pessoas, enquanto as de anel vermelho escolhem alvos que estejam sobrecarregados por sentimentos negativos. Para quê não sabemos ainda porque Hiori impediu a Anel Vermelho desse episódio, mas coisa boa não deve ser.