Vivy: Fluorite Eye’s Song – ep 7 – A Diva que não se reconhece
Novo episódio, novo arco, novos personagens e porque não, uma nova Diva. Na singularidade que nos traz a doce Ophelia aos holofotes, a protagonista mostra um outro lado de si que ninguém esperava ver, como resultado do trauma causado pela tragédia com o Saeki e a Grace. Será que essa mudança inesperada vai prejudicar ainda mais a missão, ou aqui houve mais um mal que veio para bem?
Se pudéssemos descrever esse episódio em algumas poucas palavras, essas seriam bom – como sempre – e estranho. Quando dizemos estranho é exatamente por conta do que acontece com a Vivy, pois depois do gancho deixado anteriormente, em hipótese alguma imaginamos que as consequências daquela bagunça pesariam tanto na moça.
A situação das memórias dela é engraçada, porque ao reinicializar nós pensamos que os especialistas teriam apagado tudo, mas se tinham vestígios de fatos e mesmo não lembrando ela sentia que algo faltava, talvez não tenham alterado tudo. Com isso em mente e puxando uma explicação B, qual a chance de seu sistema ter particionado essas informações no congelamento, as limando de forma que não poderia acessá-las ao ser religada? Bom, fica a pergunta para nos responderem.
A mudança de personalidade por sua vez causa essa sensação de confusão, porque destoa muito do que é a Vivy verdadeira. Aquela androide reservada e de poucas palavras, cheia de questões, dúvidas, anseio por entender o sentimento humano, acabou dando lugar a outra IA mais segura de si, alegre, comunicativa e que ironicamente, se saiu muito melhor na missão de fazer sucesso como cantora.
Algo que chama atenção é como as novas músicas da Diva acompanham essa transformação dela, carregando mais alegria que as anteriores – desde a letra, a própria performance no palco -, no que imaginamos que as composições também mudaram ao ver o tipo de sentimento que ela projeta no seu público, agora que está diferente.
Embora gostemos daquela Vivy mais reflexiva, não deixa de ser interessante ver como essa nova é positiva e pra frente, se assemelhando bastante ao que vimos na Estella. Eu e o Flávio também discutimos uma teoria sobre essa recuperação da protagonista, pois como sua irmã mais nova acabou se tornando um molde de referência para as demais – pela sua dedicação e atos -, não é difícil imaginar que a Diva pode ter sido reinicializada carregando toques de sua personalidade para ajudar.
Falando em irmãs, a Ophelia é uma fofa e ficamos felizes que a singularidade da vez seja salvar a vida dela, muito embora pensemos que o anime vai achar um jeito de se desfazer dela porque o autor claramente gosta da tragédia e não vai querer que nenhuma dessas irmãs sobreviva – para nossa tristeza.
Ela transmite uma vibe mais calma e introspectiva no seu canto, porém não com a “secura” da Diva original, o que junto com seu comportamento confuso após a apresentação, deixa subentendido que algo de errado se passa com a IA e aqui tentamos compreender mais ou menos a razão para o suicídio cometido no passado.
Existe uma questão com as IA, relativa a sua missão, a importância que isso ocupa na mente delas, e o anime bate nessa tecla constantemente desde o princípio. Quando a Vivy falhou em sua missão, o desespero foi tamanho que ela própria entrou em colapso e se congelou totalmente, o que a outra não faria debaixo de tamanha pressão?
Ainda que nada seja certo, a Ophelia parece ter algum tipo de complexo com relação a si mesma e o seu papel, pois a própria insegurança dela com o evento mostra bem isso – e talvez tenha sido o estopim da situação -, então não é difícil prever que em algum ponto de sua aflição ela tenha chegado ao extremo.
Um elemento que faz a diferença nesse exato momento é a presença da Diva, pois uma vez que as outras vieram para substituí-la, muito provavelmente a moça foi desativada cedo na linha original, então a influência que ela tem agora sobre sua irmã – que outrora não pôde lhe conhecer, para se apoiar e buscar uma solução -, pode fazer com que a caçula encontre um outro caminho.
Outro elemento que pode ter sua importância – negativa ou positiva – é o cidadão misterioso que apareceu no palco, pois fica óbvio que ele é um descendente do terrorista, como nós prevemos que acabaria aparecendo em algum momento. A questão agora é, seria ele alguém que carrega bons valores repassados pelo seu parente, ou ele traz consigo todo o ressentimento acumulado desse homem?
No episódio passado ressaltamos que a ação dele a favor da Vivy é um indicativo de mudança, mas também não dá para lançar certezas, e depois daquela cena dela perseguindo o rapaz e quase se lascando, as ideias começam a fervilhar na nossa mente sobre as intenções dele.
A participação dele também representa uma rota secundária para esse suicídio, pois assim como na singularidade da Estella teve dedo escondido da Toak, não é impossível que aqui também não haja novamente, independente de que lado esteja esse rapaz – esperamos de coração que ele venha para o bem, mas vamos ver no que dá.
Por último, mas não menos importante, foi impressão ou o Matsumoto deu alguma mostra de que pode ter melhorado um pouco seu jeitão? Aqui nós finalmente discordamos e um acredita que não teve muita diferença para o que ele sempre foi, enquanto o outro pensa que as modificações da Vivy podem ter tido um leve impacto nele.
Depois de chegar tão “na encolha” – diferente da forma abrupta que costuma aparecer -, vemos como ele evita partilhar muitas informações com ela e a salva em duas oportunidades. Aquilo pode ser fruto apenas do interesse dele em mantê-la viva até que fosse útil novamente? Pode sim, contudo existe um pequeno a mais quando pensamos no que aconteceu com ela.
O Matsumoto poderia ter passado para ela todos os dados que tinha guardado ao longo desse tempo, afinal ele já tinha feito isso uma vez, não seria difícil fazer de novo. No entanto, se lembramos a última reação dela com o choque emocional, tem a possibilidade de ele ter escolhido preservar a androide de repetir a dose.
Por mais conveniente que essa atitude possa parecer, considerando que o robô ainda tem uma missão a cumprir, vejo resquícios de que ele pode ter se importado minimamente com sua parceira naquela circunstância complexa.
Ela é útil? Sim, porém ele parece ter ido pelo caminho do convencimento, ao invés de forçar como fez antes e acredito que isso caracteriza sim, um ponto de mudança – mesmo que minúscula, já que o sarcasmo dele continua vivo.
Com as memórias fragmentadas, será que a Vivy vai de fato ser útil nessa missão de salvamento? A chance de ela ajudar o psicológico de sua irmã é alta, mas ainda existe a incerteza de que outras armadilhas físicas possam existir e a Toak faça sua reaparição indesejada.
Nesse cenário caótico, só nos resta aguardar para ver como o Matsumoto lidará com uma parceira confusa e como essa pobre I.A heroica vai resolver o seu vazio interno e recuperar o que lhe falta no meio de uma eminente tragédia familiar.
Agradecemos a quem leu e até a próxima!