Uma franquia preocupada em tocar os corações das pessoas tanto através de romances e da música quanto através dos seus mechas. Uma obra concebida durante a década em que robôs gigantes reinaram supremos e que continua a influenciar criadores e a povoar os sonhos dos apreciadores de operas espaciais até hoje. Com vocês, mais um episódio de Entre no maldito robô.
Os anos 80 viram não apenas a consolidação e a explosão de popularidade do gênero mecha, como também o surgimento e a consolidação de diretores, animadores, roteiristas e estúdios que ajudaram a desenvolver ainda mais a animação japonesa daquela década. As gigantescas taxas de crescimento econômico naquele período (referido de forma jocosa, porém nostálgica, como “A Era da Bolha“) e o surgimento de um novo mercado audiovisual com a introdução e com a popularização do videocassete criaram as condições perfeitas para que ideias e talentos florescessem de forma constante. Bem-vindos ao sexto episódio de Entre no maldito robô.
Em 1963, Tetsujin no. 28-go chegou as telas das televisões japonesas mostrando um robô controlado remotamente. Em 1972, Mazinger Z apresentou pela primeira vez um colosso metálico pilotado internamente tal qual uma aeronave. Em 1979, Gundammostrou uma arma de guerra em forma humanoide com limitações numa história onde heróis e vilões não são tão diferentes assim um do outro que a fizeram diferente de tudo o que havia sido produzido no gênero mecha até então. Dois anos antes, Star Wars arrebatou dezenas de milhões de corações e mentes ao redor do mundo ao propor uma nova roupagem do clássico conflito entre Bem e Mal num cenário intergalático e tecnológico com claras influências orientais.
Todas essas histórias, narrativas, elementos e personagens abriram as portas para uma nova década onde criaturas mecânicas de enorme estatura (algumas não tão grandes assim), estreantes e veteranas, na TV, no cinema e até em novos formatos audiovisuais reinaram supremas. Estou, é claro, falando dos anos 1980, a era onde o gênero mecha se metamorfoseou, se expandiu, alcançou picos de popularidades nunca vistos e se enraizou definitivamente no inconsciente coletivo de uma nação e, porque não, de todo um planeta. Sejam todas e todos muito bem vinda(o)s ao quinto episódio de Entre no maldito robô.
Após uma pausa inesperada, porém estratégica no final das contas, esta coluna volta ao campo de batalha (não sem antes pedir desculpas e compreensão ao querido leitor e a querida leitora) para continuar a saga de como Gundam se tornou um marco do mecha anime e um dos maiores fenômenos da cultura pop oriental. É o retorno de Entre no maldito robô.
Durante toda a década de 1970 a popularidade dos mecha animes se manteve alta não apenas no Japão como em diversos países. Astroganger fez sucesso em países árabes, Voltes V permanece cultuado até hoje nas Filipinas, Grendizer (outra história de Go Nagai envolvendo robôs gigantes) fez tanto sucesso na França (onde foi rebatizado de Goldorak) que foi objeto de matéria de capa da revista Paris Match e até o Brasil se rendeu aos robozões tamanho família com Groizer X (por aqui chamado de Pirata do Espaço). Porém, pouquíssimas pessoas poderiam prever o quanto uma série original que estreou nas TVs japonesas em 1979 levaria o gênero a patamares jamais vistos não apenas dentro do próprio gênero, como também na cultura pop nipônica e, posteriormente, mundial. Sejam muito bem-vindos ao quarto episódio de Entre no maldito robô.
“Um castelo de ferro se levanta no céu/Super Robô Mazinger Z/Sua força invencível alcança a todos nós.” Com esses versos cantados a plenos pulmões pelo grande cantor Ichiro Mizuki, anunciava-se uma verdadeira avalanche dentro da cultura pop japonesa dos anos 70. Tetsujin no. 28-go pode ter sido o primeiro mecha, Astroganger até deu alguns passos rumo a um novo horizonte, mas foi com Mazinger Z que os robôs gigantes construíram morada nos corações e mentes de milhões de pessoas ao redor do mundo. Sejam muito bem-vindos ao terceiro episódio de Entre No Maldito Robô.
Conforme dito anteriormente na coluna de estreia, o termo “mecha” pode significar muitas coisas até mesmo contraditórias entre si, mas geralmente todo robô gigante de aparência humanoide total ou parcialmente que seja pilotável pode ser assim chamado. Entretanto, não deixa de ser curioso que, em seus primórdios, nem sempre foi assim. Sejam bem-vindos ao segundo episódio de Confissões De Um Mechanófilo. Como diz o título, exploraremos as origens do gênero, começando nos anos 50 e indo até a década de 70. Apertem os cintos que o piloto só aparecerá depois da decolagem.
A ideia de criar ferramentas autômatas capazes de executar tarefas delegadas pelo seu criador ou dono é tão antiga quanto a história das primeiras civilizações. Lendas como a do Golem judeu ou figuras da mitologia grega como Talos mostram que…hã? Como? Quem sou eu? É mesmo, esqueci de me apresentar, perdão. Chamo-me Leonardo (mas pode me chamar de Sylvia) e eu vim para lhes dizer o seguinte: entrem no maldito robô. Sejam bem-vindos à Confissões de Um Mechanófilo.