Kuroko no Basket 3 – Ep 15 – Rachadura e quebra
[sc:review nota=5]
Uau, mas quando ressentimento. Esses foram os 24 minutos mais pesados de todas as temporadas de Kuroko no Basket, eu me arrisco a dizer. Deu uma vontade dos infernos de consolar o Kuroko e a Momoi, de ter um papo cabeça com o Akashi, de socar a maior parte daquele time multicolorido arrogante. As dúvidas que ficaram martelando na minha cabeça após assistir foram mais psicológicas do que de roteiro propriamente dito: Se Aomine e Murasakibara não estavam empolgados com o basquete, porque então entravam de novo no clube em suas novas escolas? E Akashi, ele realmente ama o esporte ou só joga para ser o melhor no que faz? Como se sentiam Kise e Midorima? Será que, se vendo hoje em dia, algum deles se arrepende de seu ginasial de glória e desonra?
Estamos no terceiro ano do ginasial, e o time milagroso nem merece mais ser chamado de time. Como o próprio Akashi comentou, eles são cinco jogadores fortes que são incapazes de atuar em conjunto. É uma chacina, cada um por si, uma luta constante pelo domínio da bola, do jogo. O próprio treinador não sabe mais como agir quando Aomine começa a faltar aos treinos, sob o argumento de que não importa que não treine, ele irá vencer os jogos do mesmo jeito. E é verdade. O garoto já é maior do que si próprio, e Murasakibara está seguindo o mesmo caminho sombrio. Os professores responsáveis começam a ficar perdidos em suas orientações, Akashi perde parte de seu respeito, e Momoi e Kuroko estão mais sozinhos e desesperados do que nunca. Só quem parece feliz é o diretor da escola, afinal a propaganda sobre o lugar está absurda. Por fim, Aomine é liberado dos treinos desde que continue a vencer os jogos. Esta se mostra a pior decisão de todas, já que acaba por fundir a já perturbada mente do moreno de um modo que nem Kuroko é capaz de ajudar. E olha, ele tentou. Mas a conversa foi tão cruel que me deixou deprimida.
Aomine é a luz. E Kuroko é a sombra. Mas e quando a luz brilha sozinha, o que resta? Uma sombra fraca, apagada por todos os outros cinco membros do time que não precisam mais dele. O basquete de Kuroko se tornou inútil, e a dor do garoto em ter isso esfregado na sua cara é quase palpável. Pode ter sido Ogiwara seu primeiro parceiro. Pode ter sido Akashi a descobrir seu talento. Mas Aomine era seu melhor amigo, e ser deixado para trás assim o danificou de uma forma irreparável. Olhando pelo lado bom, esta foi a sua maior motivação para provar o valor de seu modo de jogar no colegial. Mas não teria sido o preço alto demais?
Quando Aomine ganha carta branca para deixar de treinar, Murasakibara quer o mesmo. E desafia Akashi. O prelúdio de um motim choca a todos e abala a já estremecida moral do time. Seu argumento: ele supostamente já superara o nível do capitão. Claro que o outro não fica nada feliz com isso, e o desafia para um mano a mano. O primeiro que fizer 5 cestas vence. Óbvio que, nem em mil episódios, ele sonhou que em poucos minutos estaria perdendo de 4 a 0 e prestes a ser definitivamente derrotado. O grande Seijuro, filho da tradicional família Akashi, perdendo uma disputa? Não sendo o número um? Isso nunca. E Akashi revida. E vence. Mas ele nunca mais seria o mesmo. Murasakibara aceita continuar treinando, mesmo que a contragosto, mas o capitão nega. Diz que, de agora em diante, o time principal não é mais obrigado a treinar, desde que continue vencendo os jogos. E que o trabalho em equipe entre eles é apenas um empecilho a ser vencido. Agora, é cada um por si.
Kuroko, que estava conversando com Aomine, chega à quadra atrasado e perde todo o espetáculo, mas ele nunca mais encontraria o Akashi solícito que conhecera. Seu novo capitão diz que mudou movido pela necessidade, que o seu lado mais sádico sempre esteve escondido mas foi forçado a emergir para controlar o seu time, para sobrepujá-los e levá-los a vitória. Não importando o preço, nem seus sentimentos. Afinal, vitória é vitória, né? Será?
O saldo da revolução foi o uma tragédia. Midorima e Kise continuaram treinando, e Kuroko, mesmo após todas as coisas negativas que ouviu de seu capitão e de sua luz, seguiu firmemente no time até o fim. Ele seria sempre o sexto homem da Teiko, mesmo que não precisassem mais dele. Mas essa conversinha de dois Akashis ainda não me convenceu de todo. Ele está mentindo alguma parte de sua personalidade, e ainda insisto que ele nunca foi gentil de verdade. Outras pessoas acham que é o contrário, e que ele só vestiu essa personalidade por necessidade de ser o número um, o vencedor, como seu pai o pressionou. Pode até ser. Mas, se for mesmo assim, ou ele gostou muito desse novo traje, ou desaprendeu completamente como despi-lo.
PS: Boatos de que o episódio 16 será o último desse flash-back. Restariam então dois jogos para finalizar o campeonato e o anime, mas já me disseram que a disputa entre a Shutoku e Kaijo pelo terceiro lugar não foi mostrada no mangá. Então, serão 9 episódios apenas para um jogo e o encerramento dos conflitos do mangá? Não sei dizer se é muito ou pouco… Já sinto o final se aproximando, socorro…
DK 666
Gostei muito desse episódio também, aliás, um dos melhores até agora. Desde o começo do anime as vezes eu pensava, chega de mostrar tanto a seirin, eu quero é ver a Teiko jogando, e na verdade não era tudo tão maravilhoso quanto imaginei.Este com certeza é o melhor arco do anime na minha opinião.
Ótimo artigo, muito bem escrito 😀
Lidy
Eu considero esse episódio o melhor da temporada até agora, e está no meu top 3 do anime inteiro. Realmente, ver que o time que todos admiravam, invejavam e temiam era cheio de rachaduras por dentro muda toda a nossa perspectiva. Fico ansiosa pra saber se as feridas dessa época ainda vão poder cicatrizar.
Obrigada pelo elogio e pelo comentário. :3