Hai to Gensou no Grimgar – ep 9 – Dia de folga
Dia de folga no episódio! Vou folgar nesse artigo também (além do que já folguei pela demora em escrevê-lo, me desculpe por isso) e aproveitar também que o clima foi mais leve para escrever um artigo mais leve!
Esse episódio de Grimgar pode ser visto tanto como um ponto final no arco anterior (caçada aos goblins e vingança pelo Manato) quanto como um interlúdio entre esse e o próximo arco, e de fato ele é um pouquinho ponto final e interlúdio ao mesmo tempo. Se foi uma escolha adequada de roteiro eu não sei, mas o resultado foi razoável.
À primeira vista, o anime sequer tem uma linha narrativa nesse começo de “dia de folga”. Mas olha: eu acho que tem sim, hein? Hehe. O Haruhiro encontra com o Moguzo, que está fazendo o que sempre faz: comida. E passa o resto do dia fazendo o que sempre faz quando tem tempo livre: esculpindo em madeira. O Moguzo é o guerreiro do grupo, em termos de jogo, é o tanker (para quem não sabe, aquele que vai na frente, recebe mais dano e é menos afetado por isso). Ele é, mais ou menos, um tanker emocional também. Nessas situações não tem como ele se “colocar na frente”, mas é o que menos se afeta, sem que ele seja frio por isso. Ele é, apenas, mais “forte” (pelo menos aparentemente). Em situações tranquilas, é o mais tranquilo também.
Depois o Haruhiro encontrou com a Shihoru, mas o Haruhiro ali foi o menos importante. Poderia ter sido qualquer um, poderia ter sido um transeunte desconhecido, poderia ter sido um dos pássaros a falar com ela. Aliás, poder não poderia né, isso tudo seria muito estranho! Mas para ser mais poético, ela poderia ter conversado sozinha fingindo falar com os pássaros. Acho que teria funcionado perfeitamente. Ela alimentar os pássaros foi, claro, uma referência ao Manato, mas tem outra: o sol nascer. A Shihoru foi quem mais sofreu com a morte do Manato, e mesmo depois da vingança ela ainda estava sofrendo – passou a última noite chorando, Haruhiro e Moguzo disseram. Mas agora, finalmente, o sol voltou a nascer para a Shihoru. Agora finalmente ela pode olhar para o sol desse mundo e dizer o quanto ele é bonito.
O extremo oposto disso é, claro, a Mary. Ela tem parecido mais animada, tem se integrado com seus companheiros de grupo, tem sorrido, mas é lógico que ela ainda sofre. Haruhiro passa um longo tempo conversando com ela também, em grande parte do tempo só jogando conversa fora, e no final o sol se põe. Ao contrário da Shihoru, e ao contrário do que seus sorrisos possam sugerir, Mary ainda vive nas trevas da noite. Esse mundo ainda é cruel para ela e ela ainda não enxerga a beleza do sol.
Corta para cena onde ela fugiu da mesa na taverna após o grupo decidir ir para as minas onde seu grupo morreu e o Haruhiro vai atrás dela, e a Mary está encolhida e apavorada. Mas Haruhiro e companhia já conquistaram a confiança dela, depois mostraram para ela que é possível viver (e se vingar!) nesse mundo, então ela quer ir para as minas, e quer ir com eles. Está assustada, não pode evitar isso, mas quer ir. Ouvir os sentimentos da Mary sobre seu próprio trauma e ouvir que ela gostaria da ajuda deles para superar isso deixa o Haruhiro feliz e emotivo, e ele chora também. Nesse momento a postura até então defensiva da Mary muda: ela fica feliz de saber que o Haruhiro ficou feliz (pessoas são idiotas assim mesmo, isso inclui eu e você, e sabe disso) e sorri, olha ele no rosto, estufa o peito e coloca as mãos nas costas. Antes ela estava fechada, agora está aberta. O sol pode ainda não ter nascido para ela, mas agora Mary consegue acreditar que a longa noite está chegando ao fim.
Sobre os demais personagens e sobre o resto do episódio não acho que haja nada muito relevante. Parece que Grimgar está afastando a Yume do Haruhiro (e talvez sugerindo que ela vá se aproximar do Ranta? eita), e todo mundo já começou a se preparar para a próxima aventura. O dia de folga acabou! Até o próximo episódio!