Gintama é um anime com uma quantidade irritante de metáforas sobre a forma como as pessoas devem trilhar suas vidas. É algo bem claro e que sempre é lembrado, seja quando o assunto é sobre o crescimento de uma pessoa ou quando o assunto é sobre “o jeito samurai de ser” de alguém.

No fim tivemos um episódio de finalização de arco que resolveu problemas que vêm sendo repetidos constantemente pelo percurso dessa temporada e ainda aproveitou para enraizar ainda mais o fan service quase gratuito do saudosíssimo samurai de Gintama (nada contra… mas é algo que enche).

Primeiro vamos fechar uma análise bem sucinta de Kamui. Sendo um personagem com forte senso familiar porém, de grande individualidade, Kamui se recusava a ficar vendo sua mãe morrer de braços cruzados por culpa da incompetência de Umibozo. Em uma efetiva reação quase edipiana, ele tenta matar Umibozo e sequestrar sua mãe para o que julgava ser um local seguro. Até aí, tudo bem, o problema é: com tantos momentos para sequestrar sua mãe, por que escolher justo aquele em que Umibozo estaria lá? Abuto disse a resposta de forma bem expressiva, porque na realidade, Kamui queria ser impedido ao invés de lograr exito em troca do fardo da vida de sua mãe.

Deixe-me usar um exemplo: digamos que você queira muito beber, esteja morrendo de sede e alguém te ofereça algo em troca de seu rim. No momento você aceita o procedimento e o vê como algo ideal e necessário para sua sobrevivência, porém, posso garantir que depois de beber água e perceber que você vai perder seu fucking rim, sua felicidade vai passar bem rápido…

Sob essa mesma ótica percebemos que Kamui queria sim tentar salvar a sua mãe, mas mais do que tudo ele queria fugir da situação em que se encontrava. Ele temia demais sequestrar sua mãe só para que ela morresse em seus braços, e quando se deparou com essa possibilidade percebeu que o melhor seria apostar suas fichas em uma derrota óbvia contra Umibozo, para que assim pudesse sempre seguir em frente distante de sua mãe, mas com o orgulho por cima de seu pai, que falhou em protegê-la.

 

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