Café com Anime – Kujira no Kora, episódio 9
Bom dia!
O Café com Anime é um bate-papo descontraído sobre animes da temporada entre mim e meus colegas Gato de Ulthar, do Dissidência Pop, Vinícius, do Finisgeekis, e Diego, do É Só Um Desenho.
Continue lendo para ver como foi a conversa da semana sobre o Kujira no Kora, episódio 9!
FRUTA QUE CAIU!
Finalmente entendi que tipo de
É daqueles que parecem uma aventura de RPG de mesa. Um dos mais recentes que eu me lembro de ter assistido (e dropado com … 3 episódios?) foi Chaos Dragon. Aquele era literalmente uma sessão de RPG, ele se vendeu como tal.
A coisa com RPG de mesa é que os jogadores já conhecem todo o lore (ou o suficiente) antes da partida. Muito é aprendido e discutido off-game também. E bom, é um jogo. As coisas simplesmente acontecem, e todo mundo acha muito legal porque é divertido. Mas assistir uma partida de RPG de mesa não é tão divertido assim.
Menos ainda quando você não conhece o lore e ele é jogado na sua cara conforme é invocado. Mal temos tempo de digerir uma informação, outras cinco são jogadas. Esse episódio foi o cúmulo disso. E eu vou ter que escrever um artigo sobre ele. Vou escrever o quê? “Dorgas, manolo”? O que lá foi real e o que foi imaginário? Eu não sei! Nem quero saber. Só queria ter visto a conclusão da batalha. O anime está quase acabando, essa definitivamente não é a hora pra acrescentar aquele tonelada de meias-informações.
Não sei nem por onde começar a falar…. A tentativa canhestra do careca em matar o Ouni? Lhe deu um golpe de espada, depois enfiou a lança na perna, e porque diabos não o executou de primeira? Já sei, para o Ouuni despertar seu modo berserker mais convenientemente…
Ou ainda o velho problema de esticar uma morte por um tempo gigantesco, eu já estava quase dormindo e a porra do amigo do Ouni ainda não tinha partido por assim dizer…
Teve ainda a velha e boa atuação dos minions que atacam por turnos….E que depois se jogaram de Falaina….
E os efeitos idiotas do novo poderzinho do Ouni?
Eu entendi bem? O Nous de Skylos estava chantageando o Chakuro oferecendo uma coisa que eu não entendi bem?
Ahhhh que agonia, se não fosse o Café com Anime eu já tinha dropado essa bomba colosssal. Mas vamos lá, só mais três episódios….
Ahhhh o que diabos é isso? Eu que já tinha pulado os créditos para não ficar ainda mais constrangido. Mas quer saber? Se é pra chutar o balde eu quero o anime fique o pior possível para ver até onde eles conseguem chegar.
Sabem… Eu fui pra esse episódio pensando se eu não tinha sido duro demais com o anime na semana passada. Eu estava cansado, com uma imensa má vontade, vi o episódio pulando partes, então resolvi ir pra esse novo com a mente mais aberta possível e tentar ver se, desligando o cérebro, eu conseguia aproveitar o anime um pouco mais. Acabou que eu precisaria estar em coma pra aproveitar uma porcaria desse tamanho.
Esse episódio foi uma coletânea embaraçosa de clichês que chega a dar raiva. Vilão fazendo discurso e depois ainda demorando pra matar o mocinho, pra dar tempo dos heróis se recuperarem. Draminha forçado quando um personagem completamente descartável e sem presença nenhuma acaba morrendo. Ouni tirando poder do vento e fazendo o que deveria ser impossível. Minions assustados, embora não devessem ter emoção nenhuma. LITERALMENTE uma cena de “tentação no deserto” para o Chakuro e a Lykos, antes de se revelar que o nous vilão ia dar aquele objeto de qualquer jeito. Sério, o roteiro desse anime é de um amadorismo que eu esperaria de um adolescente de 14 anos. Como diabos essa coisa conseguiu ser publicada?! Qual o raios da revista que tem um padrão de qualidade assim tão baixo que beira o inexistente?
Sei que o My Anime List não é exatamente um modelo para constatarmos a qualidade de um anime, mas, incrivelmente, o anime de Kujira possui uma nota boa, 7.61, e o mangá está melhor ainda, 7.81. Como o Diego perguntou qual o raios de revista que publicou essa aberração, foi a Mystery Bonita (que espécie de nome é esse?), uma revista voltada ao shoujo, e tirando Kujira, nunca ouvi falar de nenhum outro mangá que ela publicou.
Eu já vi fãs em grupos de anime dizerem que só de ouvir o opening começam a chorar, de tão emocionante que Kujira é para elas. Eu, também, sou movido por Kujira. Quando começa a passar, sinto vontade de me mover para longe da TV.
Brincadeiras à parte, acredito que há algo nesse anime que mexa com algumas pessoas. Por exemplo, a cena do Nibi afundando na areia parece o topete do Donald Trump criando vida própria e rumando para uma vida melhor. Imagino que isto deva emocionar muita gente.
Falando nisso, já vi muitos animes sendo criticados por bem menos. Kujira, por outro lado, parece estar agradando uma quantidade razoável de pessoas. Por quê será?
Há gosto pra tudo. Tem muita gente que afirma cabalmente que um anime bomba como Charlotte, foi o melhor anime de suas vidas! Então, gostar muito de Kujira não é impossível.
Vou puxar um comentário real do Facebook, ligeiramente alterado:
“Kujira no Kora é o melhor anime dessa temporada, para quem gosta de um anime que contém emoção e luta esse é uns dos melhores” (anexo a uma imagem justamente desse nono episódio)
Pessoas são burras e ignorantes e não conseguem ver os óbvios defeitos que nós, intelectualmente superiores, conse- argh, ok, não. Brincadeiras bobas de lado, algumas pessoas simplesmente são mais facilmente afetadas por obras mais “emotivas” do que outras. Kujira no Kora é um anime que apela bastante para a emoção, e enquanto isso nos irrita por não julgarmos que o anime conquista o impacto emocional que ele quer ter, com outras pessoas ele pode funcionar muito melhor. O Gato levantou Charlotte, que é um caso bem semelhante: algo que apela para emoções que nós podemos considerar forçado, mas que com algumas pessoas funciona. Paciência, nem todos veem animes da mesma forma, afinal rs
Sendo justo, eu acho que O Grande Evento de Charlotte foi muito mais bem trabalhado do que tudo até agora foi em Kujira. O problema foi o que veio depois – uma bagunça total. O anime se desrespeitou.
Lembram que eu comparei Kujira à Glória Peres (mais de uma vez, por sinal)? É a mesma coisa. Kujira é uma série melodramática, que nos ganha pelas “entranhas”. Todo esse choro, esse sangue, esses inserts songs indesejados têm em si um apelo visceral. É a pornografia do feels.
Eu gosto da trilha sonora 😃
E acho que até melodrama pode ser feito certo. Foi o caso da morte da Sami, por exemplo. Mas na média o próprio anime está muito abaixo disso.
Existem excelentes animes de melodrama (metade da obra da Mari Okada caberia aqui). E há excelentes usos de melodrama em todo tipo de anime. O problema é a pornografia. Kujira faz com as relações humanas o que o PornHub faz com o sexo. Objetifica a ação para o prazer descerebrado e imediato.
Enfim, Kujira é um apelo barato às emoções. Só que isso não me comprou. E creio que ninguém mais aqui ficou extasiado pelos “complexos conflitos emocionais” presentes na série. Parece uma novela mexicana. As cenas de morte de Kujira me lembraram da cena que é considerada a pior cena de mortes do cinema (detalhe que o vídeo possui 1 minuto, em Kujira são no mínimo 10 para alguém morrer completamente):
No episódio anterior já foi difícil, mas vamos tentar novamente: algo se salva nesse episódio, na opinião de vocês?
A morte do Nibi. Menos um personagem pentelho para encher o saco.
Eu concordaria com o Gato se a morte dele não tivesse sido arrastada como foi, então melodrama por melodrama preferia ele vivo só pra não ter que aturar aquilo. E sobre algo bom… bem, os personagens estavam melhor integrados aos cenários do que no episódio passado, então tem isso.
Gostei daquela parte em que o vulcão explode e todo mundo morre incinerado que nem os romanos de Pompéia. Não pera… esse foi outro anime.
É… acho que não gostei de nada então.
Esse episódio foi difícil mesmo, né 😃 Posso ser repetitivo e dizer que gostei da animação e da trilha sonora? Não que a essa altura isso importe ou salve qualquer coisa. Só para dizer que teve algo mesmo.
E nem dá pra torcer pra Kujira melhorar. A essa altura, o melhor que tenho a dizer é: que aguentemos até o final! Até semana que vem!