Os animes da franquia WIXOSS não são simples animes de card game em si, mas usam o jogo como pano de fundo – além de uma outra forma de levantar uma graninha – para o drama, para situações que explorem ao máximo o drama envolvendo suas personagens. E é por isso que episódios como esse são aceitáveis, e até necessários, dentro da proposta da obra. Mas mesmo sabendo disso não posso me calar e não fazer aqui um pedido: devolvam minha Facção Vermelha!

Acho que a inimiga B (cujo nome verdadeiro é Layla) foi sim uma boa adição à franquia!

A Suzuko abrir o jogo com a Hanna depois de se decidir era previsível, assim como a Kiyoi estabelecer uma aliança entre elas. O problema foi a Chinatsu virar selector de novo e justo para fazer o mesmo que a Suzuko. Algo também previsível, é verdade, mas a Chinatsu andava tão apagada da história que mal me dei conta de que ela deveria ter algum destaque alguma hora. E que hora melhor senão antes da Ruuko voltar a ser uma selector? Já que, pelo que aconteceu com a Yuzuki e com a Hitoe nesse episódio, assim como o alvo que a Chinatsu se tornou, as duas antigas protagonistas agora têm todos os motivos do mundo para batalhar – sem ter elas já gostam de batalhar, imagina tendo, né.

A Ruuko ainda não sabe de quase nada dessas batalhas, mas a Tama está sendo mais e mais atraída para elas e a voz que ela ouviu nesse episódio deve ser de quem está por trás de tudo isso. Será outro alter ego da Mayu, a Kuro, a Ulith ou outra “coisa”? Acredito na primeira ou última das opções.

A verdade é que agora, com o que aconteceu com suas duas amigas, já está mais do que na hora da Ruuko voltar a batalhar e, vendo o que foi permitido a Douna fazer, isso me faz pensar em uma coisa: será que a Tama não vai desejar se tornar uma LRIG de novo para lutar ao lado da sua amada Ruuko?

Gosto muito delas vivendo dias tranquilos, mas posso fazer o quê se elas arrasam batalhando?

Especulações a parte, o que aconteceu nesse episódio com a Yuzuki por conta de sua derrota teria sido ruim na maioria dos animes pela forma brusca como foi feito, mas em WIXOSS esse tipo de situação – trecho curto em que a personagem faz besteira e logo depois é derrotada – funciona bem.

Por um momento confesso que achei forçado duas selectors experientes perderem assim, mas a Hitoe falou bonito, foi arrogante, e a Yuzuki não ficou atrás ao achar que venceria se arriscasse a própria pele logo de cara no jogo. Por isso as duas perderam. A Yuzuki foi tola, pois mostrou de primeira todas as cartas que tinha para uma garota que fez quase o mesmo, mas tinha mais experiência em jogar esse modo de jogo e em usar seus sentimentos negativos como combustível para a vitória.

Ela exalava confiança antes da batalha, parecia certa de que iria vencer se somasse forças com a Hanayo, mas não foi assim e senti falta de um pouco mais de batalha para a gente ver melhor ela pagando o pato por sua falta de cautela. Não tivemos isso, mas o resultado final é interessante de toda forma, pois ficou comprovado que selector derrotada como LRIG também é absorvida para dentro da key card e isso torna as batalhas mais arriscadas para a selector, assim como escancara um caminho para a Ruuko ir ao resgate de sua amiga. Afinal, a quem mais a Hitoe pode recorrer?

De longe a imagem que mais me entristeceu nessa semana 😭…

Acho uma pena duas personagens carismáticas e “fortes” dos primeiros animes perderem dessa forma, mas não é como se elas já estivessem completamente fora do jogo, né? A Ruuko com certeza vai resgatar a Yuzuki e as LRIGs – o que vai ser bom, pois a Hitoe não deve ter presença de espírito para baralhar como LRIG. E se a vencedora leva tudo a Ruuko não tomará a própria inimiga B para si? Devemos saber isso em breve. A verdade é que a forma como o núcleo mais antigo foi devastado foi sim muito pragmática, mas WIXOSS é assim para construir o cenário que o interessa, o que fez com o núcleo de Lostorage nesse mesmo episódio ao se aproveitar das intrigas e conexões do seu passado.

Já repararam que a Carnival é uma Ulith 2? Era LRIG, virou selector e também é f*dida da cabeça.

Aliás, a Hanna e a Yuzuki vivem em cidades diferentes e não na mesma como lembro de ter dito em meu artigo do terceiro episódio. Novamente selector, a Chinatsu partir feito louca atrás de batalhar creio que se deveu tanto a ela saber que a amiga tentaria pará-la, como tentou, quanto a ter ficado meio desnorteada por não ter as memórias de quando foi uma – presa mais fácil impossível. Agora, vale abrir mão das memórias dela com a Suzuko para não lembrar da época em que ela foi vilã? Isso não seria só uma fuga conveniente pagando um preço alto? Mas ela, felizmente, não deve fazer isso.

Essa luta eu até que queria ver, mas não agora…

Tudo bem, se ela não queria ser parada ela não deveria ter contado a Suzuko que virou selector, mas o fez e mesmo se não o fizesse a Riru ainda sentiria que uma nova selector nasceu e não seria estranho pensar na Chinatsu. Acho que isso foi bem conveniente para levar a Suzuko a intervir, mas não foi necessariamente um problema. Ela encontra a Akira e corre – felizmente, pois não acho que essa luta seria interessante agora – e depois vê a Carnival no cenário que sua amiga tanto quis evitar.

Até aí tudo bem, dá até usar a frase clássica da parte 3 de JoJo para justificar isso – selectors atraem outras selectors –, agora a LRIG que reside no corpo do amigo dela cruzar justamente com ela foi bastante conveniente, hein. Ela apareceu no lugar certo e na hora certa e fez o desejo certo para ser atendido pela pessoa certa: quem está por trás dessas batalhas e, assim como a Mayu, não poupará esforços para torná-las ainda mais interessantes – mesmo que precise criar regras do nada para isso.

Por essa vocês não esperavam. Nem eu. E até que foi um ponto alto desse episódio!

Isso já é algo tão característico de WIXOSS para construir seus cenários sofridos que não chega a ser exatamente um problema – considero mais uma opção de estrutura. O importante é que o que sair disso potencialize o drama, como acontecia nos outros animes – principalmente nos dois primeiros.

Como disse no começo do artigo, a Tama voltar como LRIG agora se tornou bem mais “fácil” e isso deve ligar o núcleo dela ao da Suzuko em breve, mas por ora o que há é a batalha entre a Kiyoi e a Carnival. A qual, independentemente do resultado, deve fazer a Kiyoi amadurecer para que se torne a vencedora desse torneio tão selecto (seleto) que é o atual – afinal, como bem apontou a Hanna, poucas selectors foram escolhidas e a tendência é que só uma consiga o título de campeã no final.

Se esse anime fosse um cd seria um best off de WIXOSS – e com direito a música nova.

Nem Ruuko, nem Suzuko. É a coadjuvante elevada a status de protagonista, Kiyoi, que deve vencer, acabar com esse ciclo do desespero e quem sabe reaver todas as memórias tomadas. É nesse final que eu aposto! Coin bet! Unlock um futuro em que essas garotas troquem o desespero por sorrisos.

…pois essa daqui tem mais potencial para fechar bem a primeira metade! Go Go Kiyoi!!!

Comentários