Lostorage Conflated WIXOSS – ep 6 – Meio a meio desequilibrado
Infelizmente o episódio mais fraco dessa temporada até agora, pois fugiu do que é marca registrada dos animes da franquia, situações dramáticas desesperadoras que parecem irremediáveis ao menos em um primeiro momento, além de ter apresentado outros problemas sobre os quais falarei agora.
Que luta mais decepcionante foi essa da Kiyoi com a Carnival, hein? Não vou reclamar dela ter cheat, pois desde o começo do anime a gente sabe que quem está por trás de tudo está a favorecendo, mas acabar a luta daquela forma foi bem decepcionante – teria sido menos pior se tivesse brotado gente de fora –, pois além dela não ter tido nenhum momento pungente, não deu para sentir tensão nela e não vi no que ela acrescentou ao amadurecimento da Kiyoi – o qual estavam trabalhando até agora.
Tudo bem, no final em que a heroína parece que vai perder deu para começar a ficar tenso, mas dar um fim a batalha daquela forma tornou um problema algo que já é da estrutura da franquia WIXOSS, a conveniência com a qual certas coisas acontecem. Nesse momento isso foi um problema por cortar completamente o clima e sequer dar a chance para dificultar o caminho da personagem principal ali.
Com essa luta a única coisa que deu para se aproveitar foi saber que só duas LRIGs podem estar de um lado por vez – isso se você não for a Carnival, é claro – e que a vilã consegue se teletransportar como num passe de mágica – é, isso foi meio bobo mesmo. Eu até entendo não quererem que a Kiyoi perdesse ali, mas por que não aproveitaram a chance de dar um clímax decente a primeira metade?
Na verdade, quando o episódio acaba com uma luta para começar no próximo ela não vai demorar muito e nem ser tão empolgante – parece ser essa a tendência. E o que poderiam ter feito para dar o impacto que seria bem-vindo? Explorar o drama com o núcleo das personagens antigas, mas o que fizeram? Deram pouco tempo de tela para isso – só o mínimo necessário – e gastaram esse tempo com uma batalha que mesmo tendo sentido em acontecer foi fraca – a Suzuko ia vencer, era óbvio.
No núcleo das protagonistas da fase Lostorage temos duas combatentes – e uma com três LRIGs – e duas que não têm LRIGs e não devem mais batalhar por ora. Do lado das protagonistas da fase Selector só uma combatente com a missão de resgatar a amiga sequestrada e recuperar a honra das derrotadas. Somemos isso ao tempo de tela desigual e não parece que está meio desequilibrado?
Eu sei que Lostorage é Lostorage e Selector é Selector, mas a partir do momento em que se resgata essas personagens antigas a tendência não seria tentar equilibrar o foco com as outras? Até porque elas também parecem ser bastante importantes para a trama. Ainda não ficou claro de quem era a voz que falou com a Tama, mas é praticamente certo que ela tem a ver com a fonte do jogo atual e a Tama como uma parte da Mayu deve ter um papel relevante para o desfecho de tudo isso, não é?
Não creio que faria sentido de outra forma e, felizmente, agora a Tama deu uma de Donor e voltou a forma de LRIG, o que garante que o que é da inimiga B está guardado! Aliás, outro erro do episódio foi ter desperdiçado a chance de aprofundar essa personagem. Tudo bem que deveriam ao menos explicar como ela virou capacho da Carnival e fizeram isso, mas quais foram as circunstâncias que a levaram a querer vencer com toda essa fixação? Por que ela é insana desse jeito? Espero que expliquem isso alguma hora, pois já perderam uma chance de irem tornando ela menos vilãzinha.
A Suzuko não foi nada razoável enfrentando a Chinatsu sem ela nem estar preparada para batalhar, mas não é como se isso tivesse sido ruim. Foi feito no impulso de evitar mais “derramamento de sangue” que o necessário, deu para entender. Agora, terem criado toda essa situação com a Chinatsu para logo a colocaram de lado no jogo foi um desperdício, pois nada dramático de verdade saiu disso e é com dor e sofrimento que WIXOSS brilha mais. Achei os animes de Selector ótimos justamente por isso, porque toda hora era um baque diferente que me fazia pensar que a desgraça era das boas.
Conflated pecou nisso quando não poderia ao entregar um episódio morno e pouco útil justamente quando chegamos à metade do anime e várias coisas já estão pré-estabelecidas – quem é inimigo de quem, porque, o que fazer, como, etc –, quando os problemas já poderiam ir se intensificando, mas não os do anime e sim os das garotas simpáticas e razoavelmente carismáticas que o protagonizam.
Que a interrupção da luta da Kiyoi com a Carnival para ela ir atrás dessa fechadura tenha valido a pena. Que a Ruuko tome as rédeas da situação e movimente o anime ao protagonizar batalhas que empolguem de verdade – como ela bem fazia nas primeiras temporadas. Que a obra lance mão de todas as suas melhores cartas – qualidades – se quiser se encerrar bem daqui a umas seis semanas.