Por um lado, a história evoluiu de modo esperado, por outro, a Ruuko e a Suzuko retrocederam ou elas não eram tão maduras quanto eu imaginava. Depois de tudo pelo que elas passaram, acreditar cegamente no que a Carnival disse foi forçação de barra até para WIXOSS. É certo que uma batalha entre as duas era uma das possibilidades interessantes que poderiam ser exploradas, mas existiam maneiras melhores de fazer isso acontecer. Enfim, é hora de comentar mais um episódio do anime!

Se a Chinatsu recuperar suas memórias todo o esforço da Suzuko terá sido em vão?

Logo após a abertura o Eterno se apresenta como o proprietário que busca um comprador para seu quarto branco – foi a melhor analogia na qual eu consegui pensar, juro. A Kuro (Yuki) está lá com ele esperando a Shiro (Tama) e se eu entendi bem, o Eterno seria uma parte da consciência da Mayu que não foi libertada no final de Spread, mas não exatamente ela. Espero que seja o caso, pois não faz sentido uma grande parte da consciência da Mayu – tirando a Shiro e a Kuro – ter sobrevivido aquilo.

A Tama é a fechadura cravada na parede do quarto branco – a donzela a ser resgatada – à espera da sua chave – que tudo índica que seja a Kiyoi. Quando a melhor personagem dessa franquia atingir a iluminação ela deve conseguir abrir a porta para o coração, libertar o Eterno e receber o direito de ser a nova dona do quarto branco, o qual a Carnival queria para si e é por isso que fez o papel de vilã.

Mais uma vez a Tama tem que sofrer pra resolver a situação…

Contudo, ela mesma reconhece que é apenas um peão sendo usado nos planos do Eterno – que não deve dar a Carnival a chance de ter o quarto branco –, mas que ainda assim precisa trabalhar para criar ainda mais desespero, e foi o que fez ao enganar a Ruuko e a Suzuko – que caíram feito patinhas na lábia dela. Passei a gostar mais da Carnival após esse episódio, pois ela tanto agiu bem como vilã como mostrou ter um objetivo melhor que apenas lutar até morrer – mais ou menos o da inimiga B.

Não acho necessário entrar no mérito do objetivo dela – criar um mundo em que essas batalhas não acabem mais, etc –, mas que ao menos ela tente alcança-lo sem ser insana. Mesmo que no fim todas as vilãs queiram a mesma coisa, se todas elas forem caracterizadas como loucas desvairadas isso as estigmaria demais. Por exemplo, em Selector a Iona (Yuki) seria a Carnival e a inimiga B seria a Akira.

Ainda prefiro a Akira, mas a Carnival até que está sendo uma boa vilã.

Do lado dos vilões a história corre bem e do lado das co-protagonistas também, já que finalmente foi criada a ponte para uma aliança entre as garotas das duas fases. A Hanna é esperta o suficiente para ter ouvido parte da conversa entre a Hitoe e o funcionário da loja e ter sacado que ela sabia o porquê do sumiço da Yuzuki, o que seria o mesmo que ela saber das batalhas e ser uma selector. A partir daí a troca de informações fez sentido e a base para a formação da aliança foi construída. Entretanto, as protagonistas – tirando Kiyoi com K de Key (Chave) – resolveram tomar o pior curso de ação possível.

Têm vezes que os animes de WIXOSS privilegiam a progressão do roteiro a coerência na forma como se dão os acontecimentos – as batalhas serem definidas mais pelas fortes emoções das personagens do que pela lógica do jogo é um exemplo claro disso –, o que não é exatamente um problema caso o resultado seja sustentado por um argumento lógico razoável dentro da estrutura da trama, mas se torna um caso a situação seja construída de modo que ela só seja possível para atender ao roteiro.

Quando sua amiga está com sangue nos olhos e você corre aflito pra apartar a briga.

Foi o que aconteceu nesse episódio na conversa da Carnival com a Suzuko e depois com a Ruuko. No caso da Ruuko, dou um desconto porque ela não conhecia a Carnival, mas, ainda assim, acreditar em um estranho que apareceu do nada e sair em disparada seguindo uma informação que poderia muito bem ser falsa, e isso sem falar com a Hitoe, demonstrou que a personagem não evolui nada desde a trama de Selector, e se evolui isso foi jogado no ralo apenas para criar a situação do fim do episódio.

Quanto a Suzuko isso é ainda pior porque ela conhecia a Carnival e ficou sabendo dos privilégios dela para interferir com as batalhas, então, por mais que estivesse desesperada para reaver as memórias da Chinatsu, aceitar tão prontamente o que a inimiga disse sem sequer parar para discutir com suas aliadas foi a pior forma de lidar com a situação e também mostra que ela não aprendeu nada com as batalhas que teve, ou que se aprendeu isso foi jogado no lixo para forçar uma luta dela com a Ruuko.

Se antes eu já achava a Kiyoi uma protagonista melhor, agora, então…

Como telespectador não gosto que brinquem com a minha inteligência desse jeito. Sei que as duas se deixaram levar pela emoção e não pensaram direito, mas só sendo muito burras para não verem que o que a Carnival disse era uma armadilha para forçar uma situação do seu interesse. Elas caíram fácil demais, e agora se dirigem a uma batalha que seria legal de ver, mas não tem motivo para acontecer.

Além disso, é dito que só existem 5 selectors aptas para batalha, mas a inimiga B já não batalhou sem LRIG, então por que a Hitoe, a Hanna e até a Chinatsu não entraram na conta? Elas ainda devem ter moedas, de outra forma já teriam desaparecido, então o que as impedem de batalharem se usando como LRIGs? O que a inimiga B fez foi um privilégio concedido pelo Eterno? O que ela tinha feito no passado com sua selector também foi um cheat permitido pelo sistema? Repito, o roteiro está acima da coerência em WIXOSS, e é por isso que coisas assim ocorrem sem explicações minuciosas. Isso é outro problema a ser acrescentado ao das protagonistas inocentes demais? Se não explicarem é sim.

Quanto a batalha da Carnival com a inimiga B não tenho o que comentar, pois não tem problema ela acontecer agora – e nem dessa forma. Só espero que a inimiga B ainda não seja descartada da trama.

Legal que em WIXOSS até as vilãs batalham umas contra as outras.

A Kiyoi ter ido parar no quarto branco e ter falado com o Eterno só deixou ainda mais claro que ela é a chave e está à frente na eleição para escolher a Mayu 2.0 – ao menos foi o que eu entendi –, já a luz que ela recebeu deve ser a representação física da chave a ser ativada quando ela estiver pronta.

Não acho que ela vai se tornar a nova dona do quarto branco, mas ainda não tenho um palpite forte sobre como será o final. O quarto será destruído? As batalhas acabarão? Duvido. Só torço para que concluam bem, sem deixar furos de roteiro, mesmo que fiquem pontas soltas para uma continuação.

A Mayu pode ter sido a primeira Garota Eterna, mas a Kiyoi é a Garota Eterna no meu ❤!

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