Tokyo Ghoul:re – ep 11 – A lança e o escudo da rosa
Às vezes eu me pego gostando de personagens secundários que pouco aparecem e sequer são assim tão relevantes para a história, o que é o caso da Matsumae, a lança e o escudo de Shu Tsukiyama. Já a Kanae, essa mais relevante, seria a fraqueza que ele não percebeu que tinha até o último segundo. Conseguirá o Mr. Trés Bien cumprir o seu objetivo de sobreviver pelas pétalas espalhadas pelo chão?
Um episódio com muitas cenas de ação – algumas boas e outras nem tanto – e um tom melancólico e de urgência devido a necessidade de fugir para sobreviver do Shu enquanto tinha que deixar seus companheiros para trás. Se o anime continua limitado enquanto show de ação, o ritmo frenético do episódio somado a acontecimentos de certo peso para o que vinha sendo apresentado no arco deu uma compensada. O anime está aquém daquilo que poderia ser, mas já é algo razoavelmente bom.
Quatro lutas – ou três e um momento simbólico – preencheram esse episódio e irei comentá-las de acordo com o que considero seus níveis de importância – ao menos dentro do próprio episódio. No que diz respeito ao esfacelamento do pequeno e frágil esquadrão do Shimoguchi, eu poderia criticar justamente isso, como a CCG alocou pouca gente e ninguém hábil para bater de frente com um rank S? Tudo bem que o Kanae como pet da Eto deve ter se tornado no mínimo um ghoul de rank SS, mas, ainda assim, é como se tivessem posto esses personagens na história apenas para morrerem mesmo.
Se a lógica não é o forte do que cerca o azarado Shimoguchi, o simbolismo dele mais uma vez perder seu esquadrão na sua frente é o mínimo do que de bom pode se tirar dessa situação. Sua rispidez ao lidar com as novas subordinadas e até suas palavras duras na hora do perigo eram nada menos que uma forma de autopreservação e gentileza, para que não tivesse mais que sofrer a dor de perder os subordinados de esquadrão. Tanto para manter a sanidade mental, quanto por apreço as vidas deles.
A mensagem de que esses laços são fortes e perdê-los é doloroso quando você põe sua vida em risco ao lado de outras pessoas que fazem o mesmo é passada com sucesso, mas o jeito que foi construída ficou bem aquém de momentos mais bem trabalhados como o da Matsumae obtendo a sua revenge.
Antes de comentar mais essa e a outra luta, acho importante comentar a batalha contra o Noro – que se tornou senpai do Kanae como pet da Eto –, um ghoul rank SS, ou mais, duro de matar e que se for para morrer devia levar alguém importante consigo para dar mais impacto ao desfecho da luta.
É uma batalha que simboliza o potencial humano de adaptação e evolução diante do sobre-humano, com o humano enfrentando o monstruoso, seja usando objetos – quinques – ou a si próprio – Quinx.
De acontecimentos dignos de nota creio ter havido apenas a decisão do Shirazu de aceitar o que ele fez ao usar a quinque que obteve da Quebra-nozes, e uma bela amostra do quão incrível é a kagune da Saiko. Não é à toa que ela integra um esquadrão mesmo sem ser útil no combate com a quinque.
Mesmo que seja o embate crucial para o desfecho desse arco, a luta do Haise, primeiro com o Shu e depois com o Kanae, não foi assim tão interessante quanto a dos honrados protetores dos Rosé – os quais deram um show à parte nesse episódio. O Shu precisava viver, agora não apenas por si próprio, mas para honrar o sacrifício de todos da sua família, para se tornar alguém digno de carregar o nome que tem, e para isso deveria enfrentar qualquer coisa que estivesse o impedindo de seguir em frente.
Foi por isso que ele enfrentou o Haise e perdeu, não por falta de determinação, mas por conta da sua fraqueza própria. Na história não dizem que toda a infelicidade que acomete as pessoas é ocasionada pela falta de habilidade delas? Seria exatamente esse o caso se o Kanae não tivesse interferido, o que também pode ser considerado como habilidade do Shu, afinal, ele conquistou o coração da única sobrevivente do clã Rosewald, a filha mais nova que pegou o nome do irmão para herdar o posto de chefe da família. Um ato que na prática não parecia necessário, mas disse muito sobre o que ela sente por seu querido Shu, assim como sobre o seu orgulho. Kanae não queria ser vista como alguém frágil por conta do sexo e manteve essa mentira para não se entregar de vez ao que sentia pelo Shu.
Isso justifica os atos da personagem? Não exatamente, mas haviam motivos por trás de todos eles, não é como se faltasse consistência na história dela, e se o público não teve tempo de se apegar a personagem, que ao menos a compreenda e veja a sua importância para o crescimento do Shu – que é um dos principais personagens de suporte na história. A situação ainda precisa ser resolvida, mas o final é previsível, pois mesmo que sobreviva o destino do Kanae é acabar como o Noro – um monstro completo – e o Haise já está se aproximando do seu Kaneki interior. A prévia até entrega seu retorno.
Para fechar com chave de ouro minha análise do penúltimo ato da primeira temporada da fase :re – sim, vai ter um segundo cour e ele começa já em outubro –, não poderia deixar de comentar aquela que considerei a melhor luta desse episódio, uma luta em que os coadjuvantes brilharam e tivemos, de certa forma, uma recompensa emocional pelos acontecimentos no arco. Quem não queria ver o Kijima se dando mal de alguma forma? Tudo bem que teve uma censura disfarçada ali, mas que ele morreu, morreu! Toda a cena foi meio bizarra e até por isso, pela morte ter sido horrível, creio que ela satisfez tanto ao público quanto a Matsumae que queria vingança pelos companheiros mortos.
Antes disso, a cena da morte da Hairo foi um momento de reafirmação da Matsumae, e também do Milo, como mordomos fortes capazes de lutar para proteger o Shu. Uma cena que também foi meio bizarra, mas aceitável dentro da situação. Quanto a própria Hairo, ela era apenas uma investigadora que matava ghouls indiscriminadamente, mas não é como se a moça fosse detestável só por isso, né.
O que de interessante há para se falar dela foi seu curto flashback em que quando criança estava em frente ao Arima mais jovem. Vendo como os dois têm força, agilidade e destreza acimas da média no CCG, é possível supor que ambos tenham a mesma origem? Sim, então qual é o mistério que cerca o Arima e parte do esquadrão 0? Isso é algo que deve ser aprofundado e respondido no segundo cour.
O Milo era um personagem ainda mais coadjuvante do que a Matsumae, mas que também teve seu momento, pois haja presença de espirito para se sacrificar, matando um pombo e atacando o outro antes de morrer. De certa forma, os coadjuvantes roubaram a cena nesse episódio por isso, por causa da forte convicção deles em lutar sem retroceder, em proteger aquilo que era importante.
Os dois morrerem de forma bastante dignas para ghouls. Morreram porque ficou claro que o Furuta matou a Matsumae, né. Aliás, ele se revelar como um vilão já era algo esperado – a própria abertura entregou isso –, mas ainda é de espantar sua frieza, crueldade e perspicácia para resolver a situação.
Além disso, ele também é um bom ator, ou ao menos se esforça, pois, parecia ser outra pessoa antes da morte dos superiores. O que esse personagem pode trazer de interessante a história? Quem ele é de verdade? São respostas que também devem ser dadas no segundo cour que está por vir. Até lá só temos mais um episódio com o desfecho que promete responder as seguintes perguntas. O Shu será salvo? O Kaneki vai voltar? Como indica a abertura, haverá uma maior participação da Eto? Veremos!
issei gentil
Foi um episódio maravilhoso principalmente pelas presenças dos mordomos Matsumae e Milo, foi gostoso demais ver o Milo cortar o pescoço daquela nojenta da Hairo e a bela Matsumae cortar e pinicar em mil pedacinhos aquele desgraçado do kijima. Minhas expectativas para o fechamento do arco é de que a Eto provoque Sasam a voltar a ser Kaneki-ken de vez e que o Shu escape junto da sua Kanae e recomecem tudo novamente. Episódio 5 estrelas pelas boas lutas e a animação fluída acima da média.