Bom dia!

Bem-vindo ao Café com Anime, um bate-papo que eu e Vinicius (Finisgeekis), Gato de Ulthar (Dissidência Pop) e Diego (É Só Um Desenho) temos todas as semanas sobre alguns animes da temporada. Cada um publica em seu blog as transcrições das conversas sobre um anime diferente.

Mais uma temporada! E desculpe pelo hiato entre a última publicação e essa. Em primeiro lugar, não publicaremos um artigo de expectativas dessa vez porque tivemos que escolher os animes na unha, não foi fácil escolher o que iríamos cobrir, nada parecia especialmente promissor então precisamos esperar as estreias. Some a isso alguns contratempos pessoais, e o resultado é esse hiato e o que seria o artigo de expectativas acabou sendo completamente inútil.

No Dissidência Pop vamos acompanhar Zombieland Saga. O É Só Um Desenho e o Finisgeekis ainda não publicaram seus primeiros artigos então vou fazer segredo. E aqui no Anime21 vamos continuar com Banana Fish.

Nessa edição do Café com Anime, leia a nossa conversa sobre os episódios 14, 15 e 16.

 

Fábio "Mexicano":
O Ash foi preso de novo e está prestes a fugir de novo. Dessa vez em uma instituição governada por um cientista louco ligada a um político que passou uma rasteira no Dino para assumir o controle do Banana Fish, agora B1, e um projeto para controlar mentes ainda mais sofisticado e inacreditável. É um troço tão secreto que até inventaram que o Ash tinha morrido.

E o Eiji não acreditou que ele tinha morrido. Lógico que ele não acreditou. Quero dizer, se pensarmos friamente sobre a situação, era bem provável que o Ash tivesse morrido sim – estão tentando matar ele desde o começo do anime. Mas o Eiji (e outros) não acreditou. Bom, plot driven, né?

Diego:
Mais alguém sentiu que esses dois últimos episódios foram um tanto quando densos e corridos ao mesmo tempo? Talvez seja o constante vai e vem entre uns três núcleos de personagens diferente, mas parece que muita coisa aconteceu num espaço de tempo tão curto que é até um pouco exaustivo e difícil de processar. O que é estranho, já que até o momento Banana Fish vinha sabendo lidar melhor com seu tempo.
Gato de Ulthar:
Que showzinho do Ash foi aquele no sanatório no episódio 15? Nesse mundo de Banana Fish em todo lugar tem alguém tarado que quer abusar de um adolescente bonitão…

Mas falando dos episódios em si, achei a execução deles bem eficientes, não senti um ritmo confuso ou algo do gênero. Gostei principalmente da participação do Golzine, e como ele, de certa forma, desejou que o Ash escapasse, isso mostrou que ele quer realmente caçar o Ash e não quer que mais ninguém se meta no caminho dos dois. A evolução do projeto do Banana Fish também foi digna de nota, ficou com mais cara de conspiração governamental.

Vinícius Marino:
Esse novo cour abriu com um mostruário de toda a trashiness conspiratória dos anos 1980 condensada em 50 minutos. Só faltou o Predador dar as caras no final. E não, isso não foi uma crítica. Foi legal para caramba.
Fábio "Mexicano":
Foi uma transição de arco, né? Apresentaram um monte de personagens e informações novas. O Ash vai conseguir fugir de novo, só que agora ele está legalmente morto, o que é bom e é ruim ao mesmo tempo. E alguém aqui aposta em alguma aliança, formal ou informal, ou pelo menos em um armistício entre Ash e Dino, agora que os dois estão às voltas com problemas maiores?
Diego:
Eu imagino que o Dino irá informalmente manter uma política de “não se meter” enquanto o Ash fugir, mas não vejo ele indo muito além disso (como ajudar o Ash em algum momento, por exemplo).
Vinícius Marino:
Eu não digo nem armistício. Acho que vão se aliar em algum momento sim senhor. Quer dizer, aquelas alianças do mundo do crime, que um passo em falso e o caldo entorna.

Mas o pressentimento mais chocante que tive não foi nem esse. Foi esse daqui, no opening:

Será que o Eiji e o Ash irão se perder? Será que Banana Fish nos esconde uma tragédia?

Diego:
O anime está praticamente desde o começo falando que o Eiji ainda será a causa da morte do Ash, então acho bastante possível o segundo se sacrificar pelo bem do primeiro. Aliás, mais do que possível, nesse ponto eu diria até que é o mais provável.
Gato de Ulthar:
Creio que a aliança do Dino com o Ash seja puramente uma questão de conveniência. Ficou claro que o Dino quer se vingar do pessoal da Corsica que está tomando o seu espaço e poder, e nada mais fácil para se vingar do que deixar o “lince” solto para fazer a festa.
Fábio "Mexicano":
E o que acharam de ter um russo metido com uma máfia italiana? E em uma obra dos anos 1980 não menos, naquela época, nos estertores do comunismo, será que já existia uma máfia russa?
Gato de Ulthar:
Segundo as fontes mais conhecidas, a máfia russa começou a se popularizar no final dos anos 1980, sendo um fruto do caos gerado pelos suspiros finais da URSS. Além disso, os grandes mafiosos, como parece ser o cara do anime, se beneficiaram do fim da URSS, adquirindo empresas importantes do ramos de exploração de minérios e petróleo praticamente de graça. Tanto é que o governo russo vem confiscando bens destes mafiosos já faz umas duas décadas, para repor todas essas fraudes fiscais.

Então é bastante plausível a presença do russo em Banana Fish, ainda mais se levarmos em conta que a organização que eles participam, Corsica, é uma entidade internacional.

Diego:
Meu conhecimento sobre a máfia de qualquer nação é nulo, então não tenho nada a acrescentar 😛
Vinícius Marino:
Eu acho que é bem o que o Gato falou. Tal como os projetos governamentais de controle mental, era o tipo de coisa que estava bem em evidência na época.
Fábio "Mexicano":
E o projeto de controle mental, aliás, evoluiu, né 😛 Querem criar zumbis obedientes e duráveis agora.

Enfim, como a publicação já atrasou de novo vamos emendar. Episódio 16!

Como esperado, o Ash fugiu. Mostrou o quanto é inteligente tanto na fuga em si (ele decorou o mapa do edifício só com uma olhada de provavelmente menos de um minuto) como pensando já no próximo passo, levando o Prof. Dawson com ele. Do outro lado, o russo se mostrou um total incompetente e o Dino se divertiu deixando ele fracassar em capturar o Ash – mas deve ter se divertido mais enchendo ele de furos depois. Imagino se isso irá causar problemas para ele na Máfia Corsa? Acho que não, tem o Dr. Mannerheim de testemunha do quão inútil o russo foi.

Mas na verdade, na real, esse episódio foi só tipo um filme de ação das antigas, com uma fuga que deveria ser difícil, inimigos ridículos de tão estúpidos em um edifício que tem mais passagens secretas do que corredores normais, e comédia, bastante comédia.

Diego:
A parte da comédia me pegou completamente desprevenido, pra ser sincero 😛 Mas não num mal sentido: de alguma forma ela pareceu perfeitamente “em casa” nesse episódio, que num geral foi bem divertido.

Não esperava que esse “arco” do hospital fosse ser tão curto. Vou chutar e dizer que o anime deve ter comprimido muita coisa do mangá, já que resolveu tudo em… o quê, dois, três episódios? E agora o Ash volta à cidade em busca do Eiji, que ainda deve estar caminhando por ai com o chinês do seu lado.

Vinícius Marino:
Algumas pessoas chamam de “narrativas montanha-russa” histórias que tem mudanças drásticas de andamento. Com segmentos muito agitados intercalados por outros mais calmos. Acho que esses dois episódios, lado a lado, são um belo exemplo disso. Saímos de um quase-exploitation, com direito a um salão de cérebros flutuando em tubos, a uma comédia que faz Zombieland Saga batalhar pelo seu holofote. A cena da fuga foi divertidíssima, dinâmica, bem dirigida e agiu como um perfeito antídoto aos elementos mais absurdos do episódio.
Fábio "Mexicano":
Acho que comédia é uma forma de fazer o espectador aumentar sua suspensão de descrença, né? Quero dizer, a fuga toda é ridícula. Mas o episódio faz a gente rir o tempo todo, então tudo bem, sabemos que não é “sério”.
Vinícius Marino:
Exatamente. O que é particularmente importante nesse episódio, quando o Ash deixou de ser o “queridinho da autora” para virar quase uma Mary Sue. QI de 200? Memória fotográfica? Num episódio mais sério isso nos faria rir – no mau sentido.
Diego:
Eu diria que o Ash beira uma Mary Sue há um bom tempo, e inclusive já vi gente criticando o personagem por isso. De minha parte, porém, e apesar dele ser bom em praticamente tudo, eu o considero um personagem multifacetado o bastante para não ser justa uma acusação do tipo. Digo, ele tem os seus próprios demônios internos, afinal, o que o torna um personagem bem mais complexo.
Gato de Ulthar:
E como poderia ser diferente? Um galã de filme de ação dos anos 80 é sempre um pouco Mary Sue. Veja Duro de Matar, McGayver, qualquer filme do Steve Seagal!

Foi um episódio super divertido, sempre é bom quebrar um pouco o clima sério com uma comédia bem colocada. E é como foi dito mesmo, essa onipotência do personagem só ajudou a dar graça ao episódio.

Fábio "Mexicano":
Eu realmente queria ter mais conteúdo sobre o qual falar, mas o episódio inteiro foi só ação maluca e piadas mesmo. Pelo menos não decorei à toa o nome do russo. Acho que ele era um conde não é? Conde de quê? Um conde russo? Acho que era o Conde de São Bernardo ou algo assim. Bom, tá, digam aí em que momento riram mais, então.
Diego:
Adorei a cena do Max falando que veio salvar o Ash 😃 A cara do Ash diz tudo que precisava ser dito
Fábio "Mexicano":
Essa cena foi hilária mesmo 😃

 

Mas a continuação dela foi ainda melhor:

 

Vinícius Marino:
Para mim foi a cena imediatamente anterior, quando o Ash, todo orgulhoso de ter escapado, vê que o Max e o Ibe acabaram de ser pegos.

A frustração dele ao ver que o esquema McGyver não serviu pra nada foi incrível. Parece personagem de RPG que acaba de vencer o boss, mas descobre que pra sair do dungeon ainda tem uma missão de escolta.

Em contrapartida, a parte que eu menos gostei foi esse momento Urusei Yatsura no elevador.

Não que ver o Ash de enfermeira não tenha sido hilário. Mas poxa, a piada já tinha sido feita. Não precisava ficar insistindo no ponto. Na minha opinião, quebrou um pouco o dinamismo da tomada, que nos metralhava, até então, com uma hilaridade nova a cada take.

Gato de Ulthar:
Penso que é necessárias essas tomadas sexuais do Ash para reforçar o aspecto shounen ai da obra.
Fábio "Mexicano":
Mas isso não foi sensual, foi só assédio 😛 E qual foi sua cena de comédia preferida, Gato?
Gato de Ulthar:
Acho que foi essa mesmo, mas a cena em que ele e o Max se encontram é muito boa também.
Fábio "Mexicano":
Ah, entendi, você é desses, hein? LOL

Bom, só vou acrescentar mais uma, porque adoro esse tipo de piada: Quando o Max joga um guarda no duto de resíduos que a gente sabe que o Ash está descendo, e ele escuta e diz para o o Professor Dawson desviar, mas depois de todo esse build-up a gente simplesmente sabe que vai dar ruim:

E eu tinha pensado em perguntar alguma coisa mais séria, mas precisa não, logo sai o próximo episódio e ele deve ser sério para a gente falar seriamente de todo o tipo de seriedade que der na telha.

Ficamos por aqui então, até a próxima ☺️

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