Bom dia!

Ainda não foi dessa vez que Asuka e Mia se reencontraram. Será que é desde a guerra que cada uma foi pro seu lado e elas não se veem mais?

Ao invés, meio calabresa meio mussarela, meio episódio slice of life com Asuka e suas amigas curtindo um festival, meio episódio de ação com Mia caçando mais uma terrorista mágica ligada à Brigada de Babel.

 

 

Asuka e Kurumi têm um merecido descanso depois da dura batalha contra Abigail e seus capangas. Nozomi tragicamente não sabe, mas ela é quem mais merece esse descanso.

Uma sessão de estudos na casa da Sayako, a devoradora de livros, seguida por um passeio no festival das estrelas, o Tanabata, com direito a yukatas e tudo mais. Para qualquer um que as veja, Asuka e Kurumi parecem garotas absolutamente normais.

Ou quase: a equipe do Esquadrão M também tirou o dia de folga e foi para o mesmo festival. Adolescentes que têm amigos adultos é uma coisa estranha, e Nozomi e Sayako não deixaram de notar isso. São conhecidos da academia, foi a desculpa que as garotas mágicas deram. Não se falou mais no assunto.

Será que foi só uma quase coincidência mesmo? Ou será que o Iizuka está desconfiado de alguma coisa, ou só está procurando ser cuidadoso mesmo, e por isso enviou o esquadrão inteiro para o festival? Não aconteceu nada, de todo modo.

Todas estavam felizes. Se ninguém entende por que a Asuka gostaria de ser uma garota normal, esse tipo de episódio (e aquele na piscina, que a Nozomi tragicamente esqueceu) mostra por quê.

Mesmo com o gênero dark mahou shoujo se popularizando, ainda estamos acostumados a ver o poder sempre como uma vantagem, e nunca como um fardo. A magia sem dúvida é uma vantagem para a garota mágica tradicional, e em muitos cenários de dark mahou shoujo é tudo tão ruim, com ou sem magia, que tanto faz, mas Magical Girl Spec-Ops Asuka mostra um pouco do dia a dia de garotas normais. E ele vale a pena.

 

 

Mas não é para as garotas mágicas. A elas cabe apenas proteger a felicidade das garotas normais.

E é preciso mesmo que alguém proteja o mundo, porque a guerra pode ter acabado, mas o terrorismo mágico, alimentado por rancores de guerra, está bastante ativo.

Asuka trombou não uma, mas duas vezes com Sandino, uma mercenária mágica colombiana que foi até o Japão em busca de vingança. Mas não era da Asuka que ela queria se vingar (e ela nem sabe quem é a Asuka, de todo modo), então a protagonista não precisou enfrentá-la.

Ao invés, conheceu o outro lado dela. A mãe carinhosa que tem o coração tão grande que se preocupa não só com seus filhos, mas com todas as crianças do mundo. Para Sandino, Asuka não ter um sonho era algo que estava muito errado.

 

 

No final, aconselhou: se não tem um desejo, deseje ser feliz.

É o que ela gostaria de poder desejar para a própria filha que, no entanto, morreu na Guerra contra os Disas.

Não foram disas que mataram sua filha e sua família, porém. Foram humanos. O exército americano, para ser mais exato. Segundo Mia, o exército estava “fora de controle” no fronte colombiano da guerra.

Eu não aconselho ninguém a sequer começar a imaginar o que seja um exército “fora de controle”.

 

 

De todo modo, esse foi o trabalho da Mia nesse episódio. Diferente de Asuka e Kurumi, ela não parece levar uma vida normal em paralelo a sua vida de guerreira mágica. Ficamos sabendo que seus pais morreram durante a guerra, vítima de terroristas. Por tudo o que se sabe, ela bem pode viver em função do exército, e seus companheiros de missão podem ser o mais próximo que ela tem de uma “família”.

No entanto, ela tem a mesma idade que Asuka e as demais. É uma adolescente ainda. Era quase uma criança quando participou da guerra.

Ela se lembra das companheiras com sentimentos ambíguos. Não sabe se gostaria de reencontrá-las. Imagino que por um lado possa ter formado laços de camaradagem legítimos com demais garotas mágicas, mas por outro deve ser impossível não se lembrar da guerra na companhia delas.

Os mercenários russos que Asuka derrotou não pareciam ter nenhuma motivação ideológica para o que faziam, sendo movidos apenas pelo dinheiro.

O mesmo não se pode dizer da Frente Unida do Leste Asiático, uma organização aparentemente grande, ou da Sandino Lua Crescente, terrorista solo. Quanto rancor não existe ainda no mundo pronto para ser instrumentalizado pela Brigada de Babel?

O confronto entre Mia e Sandino foi totalmente armado pela Brigada. Fizeram a americana seguir uma pista até o Japão, onde uma armadilha estava preparada para ela. Qual o objetivo? Dessa vez não tentaram armar para capturá-la, como fizeram com Asuka e Kurumi.

 

 

Mas deixaram que ela visse uma mensagem que, ela sabe, só é conhecida pelas demais garotas mágicas. Como nem ela nem ninguém ainda suspeita que a Francine continue viva, quem é que Mia vai suspeitar que armou essa emboscada?

Só pode ser uma das demais garotas mágicas. Uma delas, parece, está fora de ação ainda. As outras todas voltaram à ativa, e duas delas convenientemente são japonesas. Acredito que a Brigada não pretendia matar Mia, duvido que acreditassem que Sandino seria capaz de derrotar a americana de mil armas. Mas plantaram a semente da discórdia. As Magical 5 reunidas certamente seriam um risco para os planos da Brigada de Babel.

Mia, Asuka e Kurumi, cada uma do seu jeito, continuam lutando, mesmo depois da guerra ter acabado. Há ainda muita luta pela frente. Uma hora, se é que essa hora já não chegou para algumas delas, serão esmagadas pela sensação de que a guerra nunca vai terminar.

E elas ainda são apenas crianças, como Nozomi e Sayako. Como a filha morta de Sandino. Como tantas outras que morreram na guerra e que continuam morrendo com a ação de grupos terroristas, revolucionários, mercenários, carteis criminosos e pessoas como Sandino, que buscam apenas vingança como uma forma impossível de recuperar a paz arrancada delas.

É por isso que as garotas mágicas precisam continuar lutando.