Exibido durante a temporada de julho em 2016 e dirigido por Suganuma Eiji (Mashiro-iro Symphony, Karneval), B-Project é um anime com idols masculinos cuja proposta é mostrar a jornada de Tsubasa Sumisora e o crescimento do grande grupo composto por 10 homens e divididos em 3 unidades, que estão alavancando sua carreira com o apoio da jovem.

O que esperar dessa história sem um plot muito rebuscado, além dos belos bishounens e da mocinha simpática? Me acompanhem pra descobrir.

As vezes nem sempre o talento é suficiente pra elevar alguém, é necessário ter maturidade, vontade de aprender e se moldar a indústria na qual se vive, e é com esse objetivo que o anime se lança e coloca nossa protagonista. Tsubasa é uma vendedora de cds de uma loja que tem grande paixão pela música, mas nenhum conhecimento específico sobre a área.

Repentinamente ela recebe um convite para trabalhar como A&R (um tipo de gerente artístico) da produtora Gandala Music, responsável pelo gerenciamento das bandas que compõem o B-Project sem que a moça tivesse nenhuma experiência ou as bandas soubessem da nova aquisição.

O grande grupo é composto pelas bandas Kitakore (dupla), THRIVE (um trio como o nome sugere) e MooNs (o quinteto). Logo de começo acompanhamos as dificuldades que Tsubasa tem pra se inserir no grupão, bem como entender o que de fato a sua função representa. Os rapazes apesar de serem relativamente gentis com ela, não cobram muito dela ou tem confiança plena nas em suas capacidades, mas a aceitam – o que é perfeitamente compreensível dado o currículo e o comportamento inicial dela.

Em conjunto com essa primeira problemática, Tsubasa ainda descobre as personalidades exóticas de seus artistas e a falta de harmonia geral entre eles pra piorar. Os líderes ainda faziam a linha da maturidade – pela posição e idade mais avançada eu creio – e tentavam manter o equilíbrio nos grupos e no conjunto pra facilitar as coisas, mas no geral ainda tinham coisas a se consertar com as bandas.

Apesar de não entender o que viram nela, Tsubasa se esforça constantemente pra aprender o seu ofício e unir a equipe, contando com a ajuda de Yashamaru, que é o produtor responsável pelos garotos desde que começaram e o responsável pelo convite feito a ela. Yashamaru tem um comportamento gentil e é bem eficiente no que faz, servindo de espelho e porto seguro pra todos – mas no final esconde segredos bem obscuros em relação a Tsubasa que ditam a sua escolha e o tom mais denso pro final da série, incluindo os problemas pelos quais o B-Project perpassa.

A série tem um tom leve – por vezes superficial demais – mas trabalha minimamente seus personagens e o universo idol, principalmente as questões relativas ao modo como eles são vistos por aqueles que os empregam e a maleabilidade que precisam ter pra lidar com as diferentes demandas e tipos de mídia.

Os personagens apesar de serem muitos, tem as personalidades clichê porém simpáticas que esperamos pra esse tipo de anime – não pretendo comentar todos aqui porque eles são 10, eu não terminaria nunca. Dentre de 12 episódios todos são trabalhados em algum grau, mesmo que esse desenvolvimento não tenha sido tão grande – acho que o mais relevante seria o Goushi, o cantor tsundere e anti-idol que mudou bastante a sua mentalidade infantil sobre sua profissão, irônico não?

A Tsubasa apesar de ser a protagonista não ocupa um espaço tão principal, ela permanece como uma coadjuvante mais ativa – acho que seria a definição mais correta – já que seu papel além de aprender é cuidar dos rapazes e ensinar alguma coisa com a sua gentileza e as situações que aparecem, o que ela faz bem, já que eles de fato demonstram uma mudança.

Quanto a parte técnica, creio que o A-1 Pictures fez um bom serviço, a animação me pareceu equilibrada na maior parte do tempo, vi que tentaram também reduzir um pouco o uso do CG em algumas apresentações – que é um ponto positivo dado o uso costumeiro pela questão financeira – e as músicas que tocaram são legais.

A história em si teve um ritmo meio corrido, mas aceitável, já o final resultou em algumas pontas soltas e buracos confusos, mas acho que a próxima temporada deve desenvolver melhor essas sobras. A propósito, a mesma está sendo exibida nessa temporada de Janeiro, B-Project: Zecchou*Emotion, trabalhando agora o grupo pós conflito com Yashamaru – que na verdade pode se dizer que foi algo mais próximo de um plot real da história na primeira temporada, levando em conta que a Tsubasa era a principal – e contando com o acréscimo de um quarteto chamado Killer King somando 14 homens pra desenvolver, além da modificação de toda a staff da primeira temporada incluso o estúdio, indo pra o Bandai Namco Pictures.

Apesar de não ser um grande anime comparado aos outros de mesmo nicho, B-Project: Kodou*Ambitious se mostrou um bom passatempo pra quem gosta do estilo e no geral acho que vale a tentativa. Até o próximo artigo!

 

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