Bom dia!

Bem-vindo a mais uma sessão do Café com Anime! A mesa redonda virtual na qual eu, o Diego (É Só Um Desenho), o Gato de Ulthar (Dissidência Pop) e o Vinicius Marino(Finisgeekis) conversamos sobre alguns animes que estamos assistindo juntos.

Cada um publica em seu blog sobre um anime diferente, e nessa temporada nos dividimos assim:

Dororo no É Só Um Desenho

Kouya no Kotobuki Hikoutai no Dissidência Pop

The Promised Neverland no Finisgeekis, e

Magical Girl Spec-Ops Asuka aqui no Anime21!

Leia a seguir nosso bate-papo sobre os episódios 6 e 7:

 

Fábio "Mexicano":
Uma garota mágica não pode ter sonhos em um mundo cruel. Com tanto rancor ainda vivo, mobilizados pela Brigada de Babel, alguém pode ter sonhos? Eu quase fico com medo pela vida da Sayako só por ela ousar sonhar um dia escrever um livro. Mas acho que isso ainda não foi uma death flag, foi só pra empurrar a Asuka um pouco mais.

E o plano da Brigada de Babel, hein? Atraíram a Mia para o Japão onde uma terrorista que tem um ódio todo especial pelos americanos por causa de danos colaterais durante a Guerra contra os Disas a esperava – e usou uma frase que só as garotas mágicas sabiam! Como ninguém ainda desconfia que a Francine esteja viva, adivinhem de quais Asuka e Kurumi a Mia vai desconfiar…

Vinícius Marino:
Eu jurava que nossa nova mahou shoujo seria brasileira. Quer “brasileirismo” maior que esse?

 

 

Oh, bem, não foi dessa vez. Mas tudo bem. Nosso país até que é bem representado em animes (na medida em que qualquer país, exceto EUA e europeus, o são).

Acredito que esse tenha sido o episódio mais perfeito até agora. Não, não estou sendo hiperbólico (a princípio). Não foi, necessariamente, o mais legal (embora tenha sido legal para caramba). Mas foi o que mais perfeitamente fechou um arco em si.

Tivemos revelações sobre os inimigos. Paralelos entre a Mia e a Asuka e suas relações com suas equipes táticas. Uma calmaria antes da tempestade que aumentou as tensões de mais uma batalha alucinante. E um payoff emocional que nos faz olhar para todas essas personagens de outra forma.

Eu saí do episódio sentindo que conhecia mais – muito mais – sobre essas garotas, em especial Mia e Asuka. Poderia passar a noite enumerando os por quês, mas… bem. Aposto que vocês já citarão vários deles.

Diego:
“Se não souber o que desejar, deseje ser feliz”. Olha só, já pode colocar a frase no rodapé de alguma agenda 😛 (mas em toda seriedade, gostei dela, por piegas que seja 😃)

Eu curti bastante o episódio. Um momento de slice of life após a tempestade dos últimos episódios foi uma escolha bastante acertada. Algo que eu aprecio muito em Asuka é como esses momentos de slice of life são divertidos. Por edgy que o anime seja em seus momentos de batalha, esses momentos de cotidiano conseguem muito bem transmitir a ideia de um mundo pelo qual vale a pena lutar e pessoas que valem a pena proteger. Algo que por vezes falta nesses mahou shoujo dark.

Foi divertido ver a Mia em ação, e a presença dessa colombiana me faz pensar sobre o quão presente é a magia na sociedade. Digo, se mercenários e carteis de drogas conseguem aprender, porque os militares não criam unidades do tipo, ao invés de depender exclusivamente das mahou shoujo? Isso foi explicado e eu não lembro?

Gato de Ulthar:
No caso da colombiana, foi dito que os xamãs colombianos utilizam vários elementos para intensificarem a sua magia, mas porra, para terem uma cultura mágica tão desenvolvida requer muitas, ou pelo menos, algumas gerações. Então a presença da magia é anterior à guerra. O que casa com o fato de termos visto os mercenários russos utilizando elementos e objetos folclóricos. A magia oriunda da dimensão da fantasia é algo completamente alienígena, mas que, como no caso dos Disas, casou com a magia terráquea. Pelo menos é isso que penso.

E Diego, os militares criaram unidades mágicas, pelo menos no presente, como no caso do esquadrão da Asuka, vide o uso de balas mágicas contra a Mahou Shoujo da tesoura no episódio passado. Mas concordo com você, se a magia já existia há um bom tempo, vários desses esquadrões já poderiam ter sido utilizados na própria guerra contra os Disas. Como sempre, as forças oficiais demoram para aprender os paranauês que os criminosos já usam faz tempo.

Gostei desse episódio, e gostei da Mia, é bastante americanismo se infiltrar em outro país para realizar missões secretas.

Fábio "Mexicano":
Não sei se a magia já existia. O xamanismo existia, e existe no nosso mundo, mas além de deixar doidão tomar ayahuasca não tem efeito nenhum. Mas combine isso com alguma … coisa, sei lá. Se a magia tivesse sempre existido, não seria nada incomum, notável, mercenários russos a combinarem com técnicas de combate militares. No entanto eles deixaram a Asuka surpresa por terem feito isso.

Mas já que entramos nesse assunto, digam lá o que estão achando da magia em Magical Girl Spec-Ops Asuka. Podem falar só suas impressões, podem especular, o que quiserem.

Diego:
Eu diria que até aqui a magia em Asuka vem sendo estranhamente específica. Com isso eu quero dizer que cada usuário de magia parece ser capaz de fazer apenas uma ou duas “coisas”. Mesmo as garotas mágicas, que parecem ter o arcabouço mais variado, nos mostram apenas um pequeno punhado de habilidades mágicas.
Vinícius Marino:
De fato. O que me faz desconfiar de que ela não é sinônimo da “magia” ancestral da mitologia (por mais que a hipótese do Gato me agrade). Basta uma olhadinha em qualquer folclore e você encontrará poderes muito mais impressionantes e contraditórios.

Pode ser que os russos (e os demais) tenham associado seus poderes ao folclore a posteriori. Buscado referências na sua própria cultura e história para criar um esprit de corps entre os guerreiros mágicos. Você vê isso na tecnologia militar até certo ponto.

Fábio "Mexicano":
Talvez tenha a ver com criatividade? A Asuka queria especificamente ser uma garota mágica. A Mia metralha. E mitologia, religião e folclore são fontes enormes de ideias e criatividade.
Vinícius Marino:
Pode ser. E isso casa com a mahou shoujo chinesa parecer uma lutadora de kung fu (como vemos no opening).
Fábio "Mexicano":
Algo como, a tecnologia mágica que foi dada ao ser humano na verdade só toma a forma de algo que já esteja na nossa mente.
Gato de Ulthar:
Perceberam que temos uma garota mágica para cada principal potência atual? Tirando as japonesas, que estão lá porque isso é um anime afinal de contas, temos uma chinesa, uma americana e uma russa!

Mas falando da magia, penso no que eu já havia dito, a magia do mundo da fantasia se mesclou com elementos terráqueos de nosso próprio folclore. E parece esmo que tudo é um tanto limitado, não sei se quando uma menina vira garota mágica recebe apenas um tipo de magia, ou apenas variações desta. Mas geralmente é isso que ocorre em mahou shoujos, sempre são poderes únicos ou variações de um mesmo tema.

Vinícius Marino:
Faz sentido, considerando a dimensão geopolítica da atuação delas. Estamos falando, afinal, de ameaças planetárias. Nada mais justo que as principais potências militares tomem a iniciativa. Se nada mais, é um trope comum (e bem vindo) desse gênero de histórias que dá a Asuka uma vibe bastante diferente.
Diego:
Seria legal termos uma lista das 9 originais e suas nacionalidades (aliás, eram 9 originais ou foram 9 que morreram? Esqueci agora). Só pra ver se tínhamos ali os cinco assentos fixos da ONU 😛
Fábio "Mexicano":
São 11 não são? Deixa eu ver …

Está certo, são 9. Não sei porque eu achei que 6 tivessem morrido. Foram “só” 4.

Huh, a conta não está fechando. A Asuka está com as dogtags das que morreram: Claudia, Magdalena, Crystal, Patricia. Cadê a Francine? Talvez 9 tenham chegado a essa última batalha e 4 morreram antes de enfrentar o Rei dos Disas?

É, nada sobre isso no primeiro episódio … talvez outro tenha mencionado 11, por isso fiquei com o número na cabeça? Em todo caso, são pelo menos 10.

Se quer ter representantes de todos os membros permanentes do Conselho de Segurança, só faltam Reino Unido e França. Rússia, China e Estados Unidos já estão representados. Mas bem, isso é só curiosidade, né? Poderíamos também supor que todas as potências nucleares tenham uma garota mágica, porque tecnicamente elas são as armas mais poderosas do mundo. De novo, só curiosidade, eventualmente talvez descubramos mais sobre as que morreram. Ou talvez não, o anime vai ter um cour só.

Gente, demos uma volta tão grande, estou perdido aqui, pera.

Ok, me localizei. E foi bom ter revisto rapidamente o primeiro episódio, isso me fez lembrar de uma coisa: a identidade civil da Mia é conhecida.

Diferente, não? Se disfarçar é um poder nato, tanto que a própria Mia faz isso “sem querer” quando se transforma. Quero dizer, se ela já é conhecida não teria porque se disfarçar, não é?

O ponto em que quero chegar é que a Mia é muito diferente da Asuka. Ela perdeu os pais também, e em ataque terrorista, não para disas. Agora parece que ela vive em função do exército americano, em função de ser uma garota mágica, uma arma. A Asuka foi colocada sob tutela de um militar também, mas ele nunca a forçou a nada.

Eu não acredito que a Mia tenha sido muito menos afetada pela guerra que a Asuka. Deve ter sido afetada de uma forma diferente, só. Enfim, discorram aí sobre a Mia, o que pensam dela depois desse episódio ☺️

Diego:
Ela soa mesmo bem antitética à Asuka, mas fora isso não sei muito o que pensar ainda. Mas acho interessante que ao final da luta ela hesita e ainda assim mata a cubana lá. Só não tenho certeza do que isso quer dizer. Pura e simples compaixão suplantada pelo senso de dever, talvez? E se for, isso é uma coisa boa ou ruim?
Gato de Ulthar:
Ela é colombiana, não cubana Diego 😀
Diego:
Ops. Em minha defesa, eu não tenho defesa 😃

Memória ruim dá nisso 😛

Fábio "Mexicano":
Sentiu hesitação nela? Pra mim pareceu bem fria. Desceu lá, viu que a Sandino estava mortalmente ferida, constatou isso, a Sandino falou lá sobre estar feliz de não ter que matar uma criança, a Mia deu um pito nela e um tiro de misericórdia.
Gato de Ulthar:
A Mia é simplesmente a cumpridora de ordens, e nesse caso a banalização do mal se faz bastante presente, visto que ela simplesmente cumpre ordens, sejam boas ou ruins, o dilema moral fica para quem é superior na hierarquia. Mas isso não a impede de às vezes titubear no caso de cumprir uma ordem. Mas não foi nesse caso, eu também não vi hesitação.

Só eu achei curioso a terrorista se chamar Sandino? Visto que o sandinismo foi um movimento socialista nicaraguense. Também teve o movimento de guerrilha peruano do Sandero Luminoso, e Sandino soa parecido.

Fábio "Mexicano":
E ela é uma colombiana loira, acho que não tem muitas assim, ou tem? Enfim, talvez isso tenha feito o Vinicius achar que ela fosse brasileira 😃 Ok, podia ser cabelo pintado, mas pintar cabelo também não é algo que seja moda em toda parte. Ela realmente poderia ser uma afro-brasileira de cabelo alisado e pintado de loiro. O corpo e os maneirismos estavam de acordo, e hey, temos ayahuasca aqui também 😛

E nossa, já mudamos da Mia pra Sandino e nem esperamos o Vinicius. Comenta aí sobre a Mia, Vinicius (e sobre a Sandino também, se quiser).

Gato de Ulthar:
Há várias colombianas loiras, de lá saiu várias misses universo por exemplo com esse perfil, tem a Shakira também, ela é colombiana.
Fábio "Mexicano":
Ah, verdade, a Shakira deve ser o modelo por trás da Sandino.
Vinícius Marino:
Na verdade, eu pensei na nacionalidade brasileira por conta dos maneirismos mesmo. E pela cor de pele. Ela é a típica morena brasileira de animes.

Quanto à Mia, devo dizer que a identidade nada secreta dela não me impressiona. O fato de ela ser uma garota mágica “publica” me traz à mente o arco Guerra Civil da Marvel, e a discussão maior sobre identidades secretas e accountability pública. É uma discussão muito americana, no sentido tanto de ser abordada na cultura pop do país quando de ter pautado discussões sérias na arena política (o Patriot Act, as violações a direitos civis sa Guerra ao Terror, etc). Nada mais justo que a garota a trazer isso à mesa seja americana também.

Fábio "Mexicano":
Faz muito sentido.

Agora vamos ao episódio 7.

Mesmo depois de uma guerra que ameaçou a existência da humanidade as nações continuam agindo independentemente mesmo em casos internacionais. A Mia foi até o Japão atraída pela armadilha plantada em que enfrentou a Sandino, e nesse episódio uma máfia russa foi ao Japão e a Tamara foi para lá tentar lidar com eles. Chegou tarde, mas na hora certa para o mais importante, que a gente ainda não sabe o que é mas acho que vamos nos arrepender de descobrir ou algo assim.

Em comum nos dois casos está o fato de que ex-aliados de guerra tecnicamente violaram o território japonês em segredo para realizar suas missões. Os disas foram muito incompetentes, provavelmente a humanidade só se uniu porque foi uma invasão total, em qualquer outro caso as nações teriam reagido dessa forma, cada um por si e todos que se danem.

Ecos da nossa guerra ao terrorismo, que cada país define quem é e quem não é terrorista e nem se dão mais ao luxo de declarar guerra formalmente antes de atacar outros países?

Vinícius Marino:
Em parte, acredito que seja puro nipocentrismo mesmo. Ou o que eu chamo de “efeito X/1999”. A premissa de que o Japão é a pedra angular para o equilíbrio terrestre. Daí a necessidade de arrumar alguma desculpa para trazer essas personagens à Terra do Sol Nascente. Mas sim, violações à soberania nacional são um tema indissociável desse tipo de história. Casa, inclusive, com a questão da accountability pública que acabei de mencionar.

Eu diria que vai além de declarar ou não guerra, pois, francamente, “declarações de guerra” são uma relíquia do passado. Desde (e incluindo) a Segunda Guerra Mundial a maioria das nações não se dá a esse trabalho. Por um bom motivo: além dos entraves internos, guerras agressivas são oficialmente consideradas (desde Nurembergue) como crimes contra a paz. Mas tem, sem dúvida, relação com as muitas intervenções paramilitares que potências armam para consumar ambições políticas.

Gato de Ulthar:
Espiões e agentes sendo mandados de uma potência à outra existem há muito tempo, mesmo na passada época das guerras formalmente declaradas. Enquanto tanto a Mia como a Tamara não forem descobertas está tudo bem para elas! Mas pelo jeito que as coisas estão indo, não duvido que haja novamente uma cooperação mundial entre as nações que dispõe de garotas mágicas.
Diego:
Bom, acho que parte do ponto de Asuka é justamente como a visão de que vencer o “grande mal que ameaça a humanidade” trará algum tipo de paz duradoura é bastante infantil. Essa foi, afinal, a grande desilusão das garotas: venceram o grande inimigo, mas novos surgiram aqui e ali. Quem sabe isso não esteja ligado ao plano da Rainha? Se a ideia é trazer à Terra uma nova guerra ainda maior do que anterior, e assumindo que a Rainha é mesmo a… a…. Francine? A loirinha que deveria tá morta, talvez a motivação seja justamente como a luta das garotas parece ter sido “para nada” diante dos muitos problemas que ainda assolam o mundo.
Fábio "Mexicano":
Eu suspeito que a Francine ter virado a casaca tem a ver com alguma reviravolta à moda Madoka. O mafioso diz para a Tamara que se ela souber o conteúdo da mala, ela vai se arrepender. Do que é que alguém poderia se arrepender de descobrir? Que tipo de verdade joga alguém no poço do desespero?

Se fosse só algo que condenasse a humanidade, a Tamara não iria se arrepender de descobrir. Por quê? É melhor saber do que não saber, em qualquer caso. Uma arma, um artefato, uma magia, algo assim não chateia ninguém. Pode nos deixar preocupados, e ok, preocupação pode levar ao desespero, mas ele falou especificamente “arrepender”.

É algo então que ela preferiria não saber. Mas a Francine sabe, afinal o plano todo é dela. E estamos em um anime de garotas mágicas (embora a questão da perda da humanidade não seja exclusiva do gênero muito menos tenha sido levantada primeiro por ele). Então esse é meu chute. Mas digam aí o que pensam.

Vinícius Marino:
Uma reviravolta Madoka, nesse caso, teria um ingrediente interessante a mais. Em Madoka, o Kyubei era um familiar blasé. Já em Asuka, seu handler – assim com o o restante da sua equipe humana – são bastante afetuosos. Eles de fato parecem gostar da Asuka, e o anime tem dedicado um tempo substancial para reforçar esse vínculo. Seria uma traição imensa ela descobrir que está sendo enganada.
Diego:
Eu realmente não tenho ideia. Talvez não seja necessariamente uma traição. Talvez o uso da magia diminua a expectativa de vida das garotas mágicas, como em Mahou Shoujo Site. Mas esse é o meu melhor chute no momento 😛
Gato de Ulthar:
Ou pode nem ter traição no estilo de Madoka ou Mahou Shoujo Site, lembram daquela nossa teoria de que o pessoal do mundo da fantasia tinha segundas intenções? Naquela mala pode ter uma comprovação desses interesse ocultos.
Fábio "Mexicano":
Tenho certeza que eles têm segundas intenções, mas por que isso iria fazer uma garota mágica se arrepender? Se qualquer coisa, fosse esse o problema, a Francine teria ficado furiosa e se rebelado contra o mundo dos espíritos, não contra o mundo humano. A não ser que você me venha depois com a história de que ela na verdade está coletando poder justamente para atacar aqueles que seriam, então, os verdadeiros vilões.

Ainda assim, não sei porque uma garota mágica se arrependeria de descobrir isso.

Ok, outro ponto relevantíssimo desse episódio:

Asuka já estava traumatizada durante a guerra. Ela congelou antes da batalha final. Faz sentido, ela já tinha visto tudo, seus pais já haviam sido mortos, etc. Mas não tínhamos a confirmação disso e nem havíamos visto ela travar de desespero. A Asuka desde o começo do anime sempre foi avessa a querer voltar a lutar mas parecia no controle de suas ações o tempo todo. A vimos lutar algumas vezes.

Agora a gente descobriu que ela é capaz de travar mesmo no meio de uma batalha por causa disso. Um sinal de que o trauma dela é mais profundo e mais grave do que parecia – e mais realista, talvez.

Em meu artigo sobre o episódio da semana para meu blog, eu argumento que parece que todas as garotas mágicas estão quebradas e dependem de alguma coisa para continuar seguindo em frente. A Kurumi se apoia na Asuka. A Tamara tem sua irmã, o que quer que esteja acontecendo ali. A Mia, não sei se algo assim ficou claro até agora, mas eu apostaria em um senso de dever bem à moda americana. A Francine … virou a casaca, o que é uma forma de lidar também.

A Asuka não tem nada. No começo ela lia livros para se distrair e era isso. A vida dela era arranjar formas de se distrair para passar mais um dia. Agora ela arranjou amigas e voltou a lutar, mas parece que ainda não tem no que se sustentar. Mesmo durante a guerra, ela ter congelado antes da batalha final pode ser a solidão de quem é líder: desde lá, ela já não tinha algo em que se apoiar.

Acabei falando de duas coisas mais ou menos conectadas, mas enfim, o que pensam?

Gato de Ulthar:
Penso que seja bem por aí mesmo. A Asuka congelou ao pensar que a companheira do esquadrão poderia ter sido morta, isso a fez remeter o pensamento direto nas companheiras garotas mágicas mortas na guerra. E isso pode custar a sua vida e do resto das pessoas que lhe são importantes.
Diego:
Concordo com ambos. Nesse episódio nós vimos o quão fundo vai o trauma da Asuka. Ela está disposta a lutar para proteger aqueles importantes para ela, mas a qualquer sinal de que alguém possa perder a vida ela só “trava”. É contraditório, e soa bastante realista justamente por isso.
Vinícius Marino:
Não me parece um acidente que o ferimento em combate da soldado tenha acontecido logo depois de nós (e a própria Asuka) termos visto a equipe num momento de descontração. Ela, de fato, não sabe para onde ir, mas não é como se pudéssemos culpá-la. Quando ela tenta abandonar a carreira, é forçada a voltar a ativa. Quando tenta proteger a amiga, ela é “resetada” para antes de sua amizade florescer. Quando começa a se entrosar com sua equipe, uma membro é atingida em combate.

Não está fácil para ela…

Fábio "Mexicano":
Deixa descobrirem o conteúdo da mala que não vai ficar fácil pra ninguém! Será que descobriremos? Nessas horas sempre me recordo melancólico que estamos falando de um anime sobre um mangá ainda em andamento.

Bom, vamos ver né? Até o próximo episódio!

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