Tsukiuta the Animation – Um olhar simplista sobre a vida comum dos idols
A série dirigida por Kawasaki Itsurou (Densetsu Yuusha no Densetsu, Chrome Shelled Regios) foi lançada em 2016 na temporada de julho, assim como seu “rival” B-Project. Ela busca mostrar as aventuras de dois grupos gerenciados pela Tsukino Productions que vão avançando constantemente na sua vida como idols, mas conforme vamos assistindo a cada episódio, vemos que as coisas não são exatamente como parecem.
Tsukiuta é um anime que posso considerar uma verdadeira incógnita, porém um anime curioso para o seu nicho. A série trata sobre idols e o seu mundo, no entanto ela não tem um plot específico, algo que dirija as ações dos personagens como costuma acontecer na maioria das vezes – aqui eles já são bem famosos, a intenção da história é outra.
No anime se explora bem mais o lado slice of life dos integrantes dos grupos apresentados, o dia a dia comum deles, como alguns se conheceram, algumas histórias pessoais do passado e por aí vai. É claro que tem a coisa da música e dos trabalhos de idol – afinal ele não seria um anime de idols se não os tivesse -, mas esses tópicos se resumem a momentos menores nos episódios se consideramos o conjunto.
Sendo sincero, não achei que a proposta e sua execução foram ruins por focarem menos na musicalidade do gênero. Ao contrário do que esperava, acho que Tsukiuta consegue se tornar único justamente por esse foco diferenciado que foi dado, o que permite criar um vínculo maior com os personagens – fazendo com que simpatizemos com eles por uma razão além de serem bonitinhos e terem vozes ótimas.
Os grupos Procellarum e Six Gravity são igualmente divididos em seis e seus integrantes são rapazes comuns que oscilam entre jovens no fim do ensino médio e outros na fase da faculdade, sendo eles bem articulados entre si, mesmo em grupos distintos. Os dois líderes, Shun e Hajime são considerados como reis por todos e têm uma boa relação profissional e de amizade, o que facilita mais a organização e o entrosamento entre as equipes.
Esse fator é algo que se torna necessário, já que a empresa planejava fundir as duas bandas estrela em um único evento e pra que isso de fato fosse adiante, eles precisariam mostrar o que podiam fazer como uma unidade – que era o objetivo final dos grupos pra aquele momento, mas não era o plot da história.
Para além desses dois grupos, existe um outro mistério na série que fica superficialmente explicado, mas que me pareceu intrigante: a questão dos grupos de idol femininos que ficavam na lua.
De começo achei que era algum tipo de maluquice, porém parece que existe uma lógica por trás disso e que apenas não foi bem explicada por falta de tempo. Nos é mostrado que “os idols” estão no Japão Moderno e “as idols” pertencem a uma lua que depende da terra, onde elas estão na condição de estabilizarem ambos com o poder de suas canções – a ligação entre elas e o grupo da terra também não ficou clara, sabemos apenas que as garotas ocultam sua identidade real e que eles se conhecem.
Apesar de terem um tempo de tela bem curto, o que se sabe é que as meninas almejam se tornar deusas nesse mundo e são bem carismáticas – assim como os rapazes – e têm características mais interessantes – incluindo poderes mágicos – que poderiam ser bem exploradas se o anime decidisse trabalhar o “Side G” da história e eu certamente acompanharia.
Quanto às partes técnicas, o anime fica na linha do meio em termos gerais. As músicas são ok, cada um também tem o seu solo – que roda nas endings diferenciadas -, a animação do Studio Pierrot é mediana, usando um CG mais dinâmico, não cometendo gafes como de costume, mas também não exibindo muitos detalhes.
Tsukiuta the Animation tem um spinoff chamado Tsukipro the Animation, que trabalha alguns pontos similares ao seu predecessor e ambos já têm uma segunda temporada anunciada – Tsukiuta para 2019 e Tsukipro em 2020.
O anime é legal ao que se propõe e posso dizer que para aqueles que são fãs, Tsukiuta é certamente uma experiência que recomendo por seu diferencial no enredo e personagens carismáticos, mesmo que no final sua essência não pareça tão diferente assim dos demais. Até o próximo artigo!