Bom dia!

Bem-vindo a mais uma sessão do Café com Anime! A mesa redonda virtual na qual eu, o Diego (É Só Um Desenho), o Gato de Ulthar (Dissidência Pop) e o Vinicius Marino(Finisgeekis) conversamos sobre alguns animes que estamos assistindo juntos.

Cada um publica em seu blog sobre um anime diferente, e nessa temporada nos dividimos assim:

Dororo no É Só Um Desenho

Kouya no Kotobuki Hikoutai no Dissidência Pop

The Promised Neverland no Finisgeekis, e

Magical Girl Spec-Ops Asuka aqui no Anime21!

Leia a seguir nosso bate-papo sobre os episódios 10 e 11:

 

Fábio "Mexicano":
Quando o fanservice definitivamente sai de controle. Poderiam só arrancar cabeças, devorar, esmagar, como estavam fazendo com todo mundo. É gore mas é exatamente o que eu esperava de um ataque a civis como distração. Mas precisava ter aquilo. Não uma, mas duas vezes. Tenho certeza que vocês sabem do que estou falando e se alguém quiser ilustrar, sinta-se à vontade.

O esforço militar de defesa pareceu bom, gostei da participação da Nozomi e da Sayako (aliás, fiquei com a impressão que a Sayako sem querer se candidatou a se tornar garota mágica ali). A Tamara e principalmente a Mia estão indo além da própria força, o que é interessante de se ver. Por outro lado, o Giess pareceu tão estupidamente forte que fiquei com a impressão que ele poderia ter atacado sozinho, entrando pela porta da frente, que o resultado não seria muito diferente. Não sei se acho isso positivo. O momento de fraqueza da Asuka, já esperado, e o apoio da Kurumi.

Tudo isso foi legal, mas o episódio parece fatalmente manchado por causa de duas cenas.

Diego:
Acho que concordo com praticamente tudo. As duas “cenas” em questão não me incomodaram, talvez porque a polêmica envolvendo Goblin Slayer no ano passado já me deixou completamente saturado de sequer pensar a respeito desse tipo de coisa, mas sim, foram desnecessárias.

Já sobre o Giess, concordo que ele pareceu um pouco forte demais. A tal da general lá foi detonada offscreen, e ele não parece ter precisado de muito esforço pra isso. Não apenas traz o problema que o Fábio apontou de porque então ele não entrou sozinho ali e evitou um combate amplo, como adiciona ainda o problema de como as garotas vão vencer esse coiso ai sem acabar soando deus ex machina.

Gato de Ulthar:
Gostei do episódio. E sim Fábio, se o que você mencionou for o que eu esteja pensando foi um exagero desnecessário. Mas sabe de uma coisa? Este é um anime e como tal é normal ter estes exageros, principalmente um anime como este que não esconde a apelação ao fanservice desde o início. Eu simplesmente ligo o foda-se e aproveito o resto.

O caso do Giess, mesmo ele sendo forte ele e seus aliados não tinham como saber a força dos inimigos ao certo. As mais fortes do lado dos mocinhos são as garotas mágicas e não acho sensato que a Brigada de Babel gostasse de arriscar seu trunfo contra quatro garotas mágicas juntas. A operação foi um sucesso no sentido de espalhar as garotas mágicas e de ter deixado uma muito ferida e outra extremamente exausta. Além disso separar as duas restantes na base também foi uma jogada inteligente.

Fábio "Mexicano":
Isso daí é o que a gente discutiu no Café anterior, né, Gato? Não é apenas exagero, é uma quebra de tom com o que o próprio anime vinha apresentando. Não é que mostrou demais. É que fez o que até então não fazia. O Diego mencionou Goblin Slayer, e por tudo o que se pode (e se pode) criticar em Goblin Slayer, ele pelo menos foi honesto: começou com aquela porcaria logo no primeiro episódio. Magical Girl Asuka só faz isso em seus estertores. E não estou em absoluto dizendo que é proibido. Não disse antes, não digo agora. Eu disse que atrapalhou a minha experiência.

Se Magical Girl Asuka fosse assim no primeiro episódio, talvez eu não tivesse escolhido ele para cobrir e talvez não estivéssemos aqui agora todos nós.

Vinícius Marino:
Já que você nos deu carta branca, eu vou ilustrar sim, pois me parece infantil discutir isso pisando em cascas de ovo.

 

 

E a segunda cena:

 

 

Para colocar em todas as letras: Asuka incluiu duas cenas de estupro com finalidade pornográfica.

Foi exagerado? Eu diria mais: foi o fundo do poço do mau gosto. Não é possível descer mais sem transformar o anime em um hentai explícito. Mas é um prosseguimento natural do tipo de fanservice apelativo que tivemos até agora (e, em especial, no episódio 8, quando eu fiquei particularmente incomodado com isso). Assim, por mais que meu cérebro gritasse “isso é errado”, não pude evitar sentir o mesmo tipo de burn out que o Diego.

Some-se a isso uma das batalhas mais eletrizantes até agora e eu preciso dizer, para minha própria surpresa, que isto me incomodou menos do que eu imaginaria. Estou até disposto a perdoar o episódio, se nada mais pela quantidade (e qualidade) de conteúdo que entregou nos ~24 minutos restantes.

Fábio "Mexicano":
Acho que me faltou esse burn-out para aproveitar melhor o episódio 😃

Mas eu juro que queria mesmo ter gostado mais, porque tudo o que eu vi, e que listei já, foi mesmo muito bom.

Ou quase. O Giess me pareceu muito forte. Não é exatamente um problema, mas foi uma coisa que não me agradou de tudo. Diego e Gato já disseram mais ou menos o que pensam, vamos desenvolver isso um pouco mais agora? Se é que há o que desenvolver, talvez seja só coisa da minha cabeça de novo.

Diego:
Não sei se tem muito o que desenvolver. Talvez possamos questionar de onde exatamente vem a sua força. Digo, ele parece mais forte do que uma garota mágica, então por que a vilã mor não cria um pequeno exército dele para fazer seus trabalhos, ao invés de contar com asseclas mais fracos? É uma questão de recursos, dele ser muito difícil de “fazer”? Ou talvez ele só pareça forte e na verdade é a tal da general lá e o pessoal do mundo dos espíritos que são fracos? Não me soa impossível, já que numa guerra contra os disas eles apenas ajudaram os humanos. Talvez o tenham feito porque não são capazes eles próprios de lutar.
Vinícius Marino:
Pode ser que sua força venha do equipamento, aquela armadura mecanizada digna de um Tony Stark. Que, por um motivo ou por outro, seja bastante difícil de replicar.

Pode ser que seja apenas incompetências do comando terrestre. Longe de mim querer pagar de estrategista, mas notei umas burradas nessa batalha que me pareceram indesculpáveis. Por exemplo: se a War Nurse é capaz de curar tanto humanos quanto garotas mágicas, porque não deixá-la atrás da linha de frente, como uma boa clériga de RPG? Imagine o estrago que a Tamara e a Mia poderiam ter feito se não tivessem que se preocupar com seus ferimentos.

Diego:
Acho que ai era que a prioridade era proteger a general. A Tamara e a Mia podiam fazer um estrago, mas nisso ficaria só a Asuka para defender o cofre. Se os inimigos passassem mesmo assim, já era.
Vinícius Marino:
Considerando que eles não tinham forças suficientes para fazer nem uma coisa nem outra, talvez fosse melhor ter batido onde doía mesmo.

Falando em forças suficientes, o exército terrestre claramente não tem noção de como administrar seus assets. Olhem isso, por exemplo:

 

 

Você tem um veículo armado com apenas duas balas mágicas. Ele poderia ter ficado para trás e bombardeado os disas com balas normais. Uma bala de canhão é energia cinética pra caramba. Poderia, pelo menos, atrapalhar a formação dos monstros (que nem fez o policial com a viatura). Mas não, o motorista decide desembestar à frente, usando sua metralhadorazinha.

Detalhe (que a imagem escancara): todo tanque de guerra é vulnerável na bunda. E isso não é um tanque. É um veículo blindado qualquer, provavelmente com uma armadura bem vagabunda. Ou seja: ele dificilmente resistiria a um tiro mágico à distância, quando mais um à queima roupa.

Gato de Ulthar:
Pois é, além dos problemas estratégicos, a defesa da base foi bem preguiçosa né? Se tinham quase certeza que iriam atacar qual o motivo de não terem entupido aquele lugar de artilharia pesada? Imagina o estrago que um destacamento de aviões de combate poderia fazer? Eles atacariam os inimigos em solo de uma grande distância e com uma grande precisão. Poderiam fazer chover bombas e mísseis naquele lugar. Está bem que se tem a defesa mágica, mas como foi dito ela não é invulnerável a ataques normais e uma grande quantidade de explosivos pode fazer a diferença. Eles estavam numa ilha né? Poderiam ter aproximado navios de combate, os quais poderiam complementar o ataque com mísseis de precisão. A ameaça era condizente com uma força dessas, eles sabiam os estragos que criaturas mágicas poderiam fazer.
Fábio "Mexicano":
Então, o Vinicius e o Gato tocaram no assunto. A batalha foi legal de assistir, em todas as suas frentes, sem dúvida, e a Tamara e a Mia foram bem apesar de ter ficado claro que não tem magia que resolva uma desvantagem numérica avassaladora.

Mas as forças militares regulares não pareceram assim tão brilhantes. Nem em campo, e muito menos o comando. Em mais de uma ocasião ficamos olhando pra cara muda dos comandantes enquanto eles pensavam o que fazer, e claramente pareciam não ter a menor ideia. Assim, por legal que tenha sido assistir as batalhas, fiquei um pouco frustrado com a aparente incompetência dos militares.

Para algumas coisas que vocês levantaram o anime deu respostas: a falta de apoio aéreo se não me engano é explicada no episódio anterior, tenho quase certeza que disseram que as instalações aéreas da base foram destruídas – algo inteligente da Babel, aliás. Comentaram sobre apoio naval também e parece que o problema é que não estavam próximos. Enfim, há problemas aí também, mas não é problema de comando da batalha, e sim problema de segurança estratégica: uma força naval poderosa, com porta-aviões, já deveria estar à disposição desde o começo para evento tão importante. Entre outros detalhes.

Que acham?

Vinícius Marino:
O “problema” (se é que posso chamá-lo assim) é que forças militares são sempre incompetentes em histórias de herói. Para fazer o maluco com cueca por cima da calça brilhar, todos os militares são retratados como idiotas. E o arsenal disponível é apresentado como irrisório perto dos socos, varinhas e bolas de fogo do elenco principal.

A verdade é que pouquíssimos vilões da ficção resistiriam contra um exército contemporâneo. Hoje, no século XXI, temos um poder de fogo assombroso. Plataformas como o Quora estão cheias de respostas de militares descrevendo como personagens consagrados, como o Predador ou os dragões de Game of Thrones, seriam obliterados em questão de segundos por qualquer pelotão bem preparado.

A questão é que é muito difícil contar esse tipo de história sem descambar para o ufanismo. Toda potência (ou potência “wannabe”) gosta de pensar em si mesma como os mais fortes do mundo. E a defesa de aparatos de segurança passa um sabor (compreensivelmente) amargo à maioria das pessoas.

Gato de Ulthar:
Se teve alguma explicação pra não usarem aviões ou navios eu não lembro, e mesmo se houver é uma desculpa muito esfarrapada. Mesmo se as instalações aéreas tenham sido destruídas o Japão é relativamente pequeno e com diversas bases espalhadas em seu território, mobilizar uma companhia de jatos supersônicos não teria sido problema algum. A desculpa dos navios é pior ainda. Puxa vida, todo mundo sabia o quanto os disas eram perigosos e que mexer com magia sempre era muito problemático para o lado humano comum, e que era praticamente certeza que iriam atacar, mobilizar uma frota também seria o ideal.

Mas é aquilo, as personagens principais são as garotas mágicas, se as forças de autodefesa dessem conta de tudo, nem teria o anime para começo de conversa. Claro que a execução do cenário foi um pouco preguiçosa diante do que já falamos aqui, mas o episódio foi salvo justamente pela ação desenfreada do começo ao fim.

Fábio "Mexicano":
Suponho que em momento algum eles imaginavam, mesmo no pior cenário (e isso foi um erro da parte deles), que poderia haver um ataque daquela escala. E desde a guerra é provável que não tenha mesmo havido nada nem remotamente próximo.
Gato de Ulthar:
De qualquer forma foi um erro estratégico gritante. O governo sabia muito bem que a Brigad de Babel possuía até mesmo garotas mágicas em suas fileiras! Pelo menos a existência de duas se tinha certeza (a chefe e a menina das tesouras). Sendo que garotas mágicas são a arma de guerra suprema pelo o que o anime deixa a entender. E na realidade foi até pior, o Giess parece ser um tremendo overpower. Além disso, só pelo fato de terem disas modificados já seria motivo o suficiente para imaginar um cenário muito perigoso. Isso sem falar na importância do evento que iria ocorrer.
Diego:
Olha, eu não entendo nada de estratégias militares, então para mim, “cidadão comum”, por assim dizer, não realmente tive nenhum problema com a execução. É só lendo as críticas de vocês que eu percebo como de fato os militares foram bem despreparados 😛

Acho que aí entra a quem Asuka quer “atingir”. Se o seu público for pessoas como eu, que não entendem (e, francamente, não se importam) com exatidão na representação de estratégias militares, a sequência cumpre a função de “encher linguiça” até chegarmos ao conflito “de verdade”, que é o do Giess e a garota mágica lá contra a Kurumi e a Asuka. Se, porém, seu público são os otaku de militarismo, que existem aos montes no Japão, então uma representação porca de uma estratégia militar provavelmente não ia passar despercebida por eles.

Vinícius Marino:
Eu acho que se o anime está disposto a misturar gêneros devia ter mergulhado sem medo nessa ideia. Asuka não me parece uma fantasia militarista, mas ele tem uma vibe “militar” no mesmo nível que certos filmes de ação e histórias de super-herói. Coisa que fez muito bem durante a maior parte dos episódios, com destaque para a participação dos mercenários russos.

Óbvio, uma história desse gênero jamais passaria no crivo da plausibilidade. Mas há muitas lições dessa “fantasia militar” (se posso chamá-la assim) que Asuka poderia ter incorporado. Em especial, eu esperava um destaque maior para os soldados do pelotão especial que acompanham a Rapture e a War Nurse. Não é incomum nesse tipo de história que os governos criem unidades intermediárias, compostas de pessoas normais, porém com tecnologia/poderes inspirados nos heróis principais. As “balas anti-magia” são um aceno nesse sentido, mas poderíamos ter muito mais.

Fábio "Mexicano":
Eu não sou nenhum especialista militar mas acho que não é preciso ser especialista para perceber o quanto eles estavam mal preparados, tanto na disposição das forças de defesa, quanto no equipamento disponível, e até mesmo na burocracia. Quero dizer, esse é um evento que diz respeito a toda a humanidade e nenhum outro país, nem mesmo os EUA, que tem uma base ali do lado, pode fazer nada a respeito? Sem falar nos intermináveis segundos em que toda a cúpula ficou muda pensando no que fazer, claramente perdida, e isso aconteceu mais de uma vez. Mas tudo bem, eu só queria confirmar essa minha impressão. Se eu não estivesse com má vontade por causa daquele estupro no começo do episódio talvez nem tivesse me importado com isso, mesmo percebendo.

Mas já que estamos falando de verossimilhança, outra me ocorreu agora: acham que o transtorno pós-traumático da Asuka é verossímil? Num instante ela está travada, tremendo, no seguinte ela está mais preparada para a luta do que nunca? Isso não me incomoda, mas gostaria de saber a opinião de vocês.

Vinícius Marino:
Olha, não sou psiquiatra, mas já topei com vários depoimentos de ex-soldados dizendo que a representação midiática de PTSD é completamente inverossímil. Não porque a doença não seja um problema real, mas porque seu retrato serve propósitos narrativos e políticos, não à empatia com as vítimas.

Esse texto, por exemplo (Movie Tropes and Military PTSD – Hollywood Needs to Start Getting This Right), escrito por um veterano do Iraque, fala dos filmes americanos, mas poderia muito bem se aplicar a Asuka. Cito um trecho abaixo por relevância:

 

“Eles transformaram [a PTSD] em um plot device para adicionar drama e comunicar uma história que eles querem contar, retratando seus próprios vieses para com as forças armadas, as guerras que elas lutam ou os políticos que os enviavam para esse destino infeliz, com a vítima do “veterano inocente” servindo como um meio para sua mensagem.”

 

É a mesma crítica frequentemente tecida contra cenas de estupro gratuitas – e a filosofia das “Mulheres na Geladeira” de uma forma geral: uma exploração de um problema real para mexer nas vísceras da audiência. O flashback revoltante do Giess, episódio passado, não poderia ser um exemplo melhor.

Coincidência que Asuka erre a mão em ambos os retratos? Acho que não.

Diego:
O PTSD da Asuka parece mesmo saído de algum filme hollywoodiano. Nesse sentido, ele soa verossímil por integrar essa espécie de imaginário comum de como um ataque de PTSD “deve ser”. Agora, se a realidade corresponde ao imaginário, acho que o Vinicius já respondeu 😛
Gato de Ulthar:
Eu acho que é uma interpretação bastante ficcional, mas de tanto ver esse tipo de PTSD de ficção ele parece tão comum e natural que não me incomoda tanto assim.
Fábio "Mexicano":
É o tipo de clichê/tropo “mais real que a realidade”, formado quando temos muito mais contato com alguma coisa em ficção do que no cotidiano, e as representações fictícias costumam ser terrivelmente imprecisas, ou totalmente erradas mesmo.
Diego:
Faz você pensar como a representação surgiu em primeiro lugar.
Fábio "Mexicano":
Com certeza
Fábio "Mexicano":
Enfim, agora para o próximo episódio.

Gostei bastante das lutas, especialmente da luta da Kurumi. A menina ficou virada no ódio quando a Chisato sem querer cutucou o trauma dela. E também gostei de como os vilões efetivamente venceram. Eles são soldados, o sucesso da missão não é eles voltarem vivos, e ver vilões que planejam cuidadosamente para maximizar a chance de sucesso de vez em quando é bom. Se os mocinhos estão frequentemente mal preparados, o que faz as garotas mágicas precisarem se virar nos 30 pra dar um jeito, os inimigos pelo menos são muito mais verossímeis.

Não é como se tivesse sido um episódio perfeito – Magical Girl Asuka não é pra tanto. Em particular, me deu nos nervos o excesso de diálogo inútil, principalmente na luta entre a Asuka e o Giess. E não sei se gostei da reviravolta na história de origem da Chisato. Quero dizer, claro, faz sentido que tenham feito de propósito, mas é que já era uma história tão problemática que eu acho que o melhor era deixar ela quieta. Mas não pensei o suficiente a respeito ainda.

E se tiver segunda temporada, Sayako está confirmada como garota mágica?

 

Gato de Ulthar:
Ao assistir esse episódio tem-se a impressão que ele é bom, as lutas foram legais, nada demais, mas legais. Contudo, ao pensar um pouco mais atentamente, esse episódio possui várias coisas “esquisitas”. A reviravolta da Chisato foi super desnecessária, pareceu uma revelação no melhor estilo novela mexicana. Me pergunto a necessidade disto, e quanto mais me pergunto, mas longe a resposta parece estar. Não me parece nada que agregue à personagem. E caramba, alguém viu o preview do próximo episódio? Que troço bisonho! (Eu sei que o Diego não vê previews).

E é o último episódio! A Kurumi vai torturar mais uma menina, desta vez a Chisato e prevejo uma cena de muita apelação. E depois, bem, o que temos? Um maid café com a Chisato e a outra menina que a Kurumi torturou uns episódios atrás. Eu nem quero me perguntar como elas chegaram nesta situação…

E teve aquela menina loira peituda estranha que deu uma palhinha neste episódio. De alguma maneira fantástica ela é a quinta garota mágica que não deu as caras até o momento, e eu bem que estava me perguntando se essa personagem iria ou não aparecer. Mas putz grila, ela parece uma personagem totalmente diversa…

Fábio "Mexicano":
Ela estava com a roupa da chinesa. Duvido que a chinesa tenha feito uma plástica, pintado o cabelo e se bronzeado, me parece que é um enredo de usurpação. De todo modo, isso é coisa do próximo episódio, a gente critica quando chegar a hora. E a minha impressão é que a temporada acabou de verdade nesse episódio, vai ter mais uma ou outra coisa pra fechar no próximo episódio mas poderia ter muito bem sido nesse. O próximo episódio mesmo é semente pra segunda temporada, que quase sou capaz de apostar que já está contratada.
Gato de Ulthar:
Eu não reclamaria de uma segunda temporada, e faz sentido, tem muita coisa para ser resolvida ainda. E estou me divertindo bastante com o anime, mesmo com os seus problemas. E é uma coisa que posso afirmar, eles não são tão grandes a ponto de usurpar o meu prazer em assisti-lo.
Diego:
Sinceramente, se esse anime ganhar uma segunda temporada eu provavelmente vou passar. Asuka começou bem, mas só começou mesmo.

Tivemos mais um pouco de fanservice aleatório (desta vez aleatório mesmo, porque aquela loira lá brotou do absoluto nada). Uma mexida no backstory da Chisato porque… bom, por que não, né? Nada é tão ruim que não possa piorar, afinal ☺️

E terminamos o episódio comigo perguntando por que existe o próximo. Ficaram perguntas no ar? Sem dúvida que ficaram, um monte, mas não é um episódio de 20 minutos que vai responder qualquer uma delas. Era melhor ter acabado o anime aqui, finalizado o arco.

Vinícius Marino:
Ouvir seus comentários me fez pensar em quão frequentemente estamos invocando “novelas mexicanas” para explicar os twists dos animes dessa temporada. Acho que isto diz muito sobre o tipo de história que estamos recebendo 😛

Vocês listaram vários dos prós e contras de Asuka – e eu acho que quererei comentar mais sobre a trajetória da Chisato em algum ponto. Mas, já que estamos ainda trocando ideias, quero mencionar outra coisa que me incomodou.

A luta da Kurumi contra a Chisato.

 

 

Não vou falar do conflito em si, nem da reitaração (nada surpreendente) de que a Kurumi sofria um bullying pesado. Com Mahou Shoujo Site tão fresco na memória, é difícil não sentir um dejà vu. Quero falar do combate em si e do senso de inferioridade da Kurumi ao apanhar de sua inimiga. É a segunda vez que War Norse acaba lutando sozinha contra um rival poderoso (e a segunda vez que apanha, embora no final consiga se virar).

Agora, perdoem o RPGista nas minhas palavras, mas para mim está claro que isso acontece porque ela é uma combatente de suporte. Em termos gamísticos, sua função é dar “buffs” e “debuffs” nos aliados e inimigos, facilitando o combate para seus aliados. Todas as garotas mágicas, na verdade, parecem ter um “nicho” – Rapture é a “tanque”, Mia é a “ranged”, Tamara é a “ataque de área”. Não é de hoje que mahou shoujo formam equipe, mas essas são notáveis porque parecem de fato feitas para lutar em equipes.

Por isso mesmo, é surpreendente (no mau sentido da coisa) como elas praticamente não trabalham juntas. Em um cour inteiro, nós mal as vimos unindo suas forças em combate. Elas estão quase sempre separadas, fora de seu elemento. Quão mais legal seria se pudéssemos ter um vislumbre das Cinco Lendárias na sua área de conforto?

Fábio "Mexicano":
O que você diz é em parte meta, né? Sim, eu senti que a Kurumi era suporte desde o começo também. Mas quero crer que o anime apenas não chegou em partes da história que justificariam elas lutarem em conjunto. Note: era para Kurumi e Asuka terem lutado juntas nesse episódio, os vilões é que foram mais espertos e conseguiram separá-las, e foi a mesma coisa quando a Abigail tentou capturá-las. Contra os mafiosos russos elas conseguiram lutar juntas, embora não tenha sido grande coisa. Agora que a guerra voltou de verdade (não dá para tratar de outra maneira, a não ser que sejam muito burros, mas mesmo sendo burros eles parecem orgulhosos, ou foi isso que absorvi do discurso final do comandante japonês), deve haver mais oportunidades para que mais delas lutem juntas. O que vocês acham, Diego e Gato?
Diego:
Considerando que ainda nem fomos apresentados à quinta integrante das “Magical Five”, eu suponho que deve levar um tempinho, mesmo no mangá, para que as cinco lutem juntas. Mas imagino que hora ou outra isso aconteça: é mesmo um desperdício ter uma equipe que parece tão balanceada, mas que mal recebe oportunidade para as garotas apoiarem uma à outra.
Gato de Ulthar:
Provavelmente haverá, mas creio que uma luta de todas juntas só numa possível segunda temporada mesmo, a Mia e a Tamara já foram embora do Japão e não sei se iriam conseguir criar um encontro de todas no último episódio, talvez…
Vinícius Marino:
Essa quinta garota mágica foi outra red herring de fazer coçar a cabeça. Ela até mesmo aparece no opening! Geralmente, isto é uma pista de que nós veremos aquela personagem integrando à trama em breve.
Fábio "Mexicano":
A prévia do próximo episódio cita a quinta, mas mostra a loira aleatória que vimos nesse episódio, e não a chinesa da abertura, encerramento e das cenas de guerra que o anime teve. E a loira está exatamente com a roupa da chinesa. Será que irá roubar seu item mágico de transformação? Mas então é fácil assim, só precisa do item? E pelo pouco que ela falou nesse episódio, não pareceu estar ligada à Brigada de Babel, mas isso pode ser despiste. Até porque a Brigada usa outras organizações, como vimos ao longo do anime, e não necessariamente seus membros devem saber quem está por trás. Alternativamente, quando ela disse que esperava não se envolver, pode ter querido dizer apenas que não espera se envolver em ações daquela escala desse último arco.

E existe a hipótese mais wtf também: ela é a chinesa. Como? Sei lá.

Gato de Ulthar:
Não acho impossível mudar de aparência, ainda mais quando se fala de magia, ela poderia muito bem ter quisto sair de cena e para isso se transformou em outra pessoa, vemos isso na vida real e ma ficção mais próxima da realidade quando alguém faz diversas cirurgias plásticas para parecer outra pessoa.
Diego:
Eu apostaria também numa mudança mágica de aparência. Talvez ela estivesse trabalhando disfarçada em uma missão de espionagem, ou qualquer coisa do tipo. Até aqui não temos ideia de o que se deu dela depois da guerra, e qual a sua relação com o governo de seu país, então que ela assuma o papel de espiã não me parece improvável.
Fábio "Mexicano":
E puxa vida fiz cagada com o cronograma aqui, vou fechar sem a opinião do Vinicius sobre esse último ponto mas bem, o episódio sai amanhã, isso é especulação sobre a prévia, acho que é pouco importante e logo a gente descobre mesmo.

Encerrando essa sessão por aqui, até a próxima!

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