Dr. Stone – ep 11 – Enxergando a Suika com outros olhos
Se esse episódio não levar os mais “resistentes” a verem o anime com outros olhos não sei o que faria, afinal, nele tivemos belas amostras das melhores qualidades da obra. É hora de Dr. Stone no Anime21!
O vidro é um dos materiais mais importantes para a humanidade, artigo imprescindível para a química já que suporta uma gama absurda de reações. Não existe laboratório de ciências sem vidro e sem tais laboratórios os experimentos não podem ser feitos.
Além disso, o que seria do nosso mundo sem as lentes que nos fazem enxergar o mesmo, ainda que tenhamos olhos e olhares tão diferentes? O vidro é um produto de extrema importância para o reino da ciência e esse episódio deixou isso muito visível.
Há registros de uso do vidro desde 7.000 a.C. e conta a história que ele foi descoberto por acaso, pela combinação da areia e do calcário presente nas conchas aquecidos sob alta temperatura. Aliás, como o Senku mesmo já falou em um momento anterior, muitas das descobertas mais importantes para a humanidade foram por acaso, instigadas pela curiosidade do ser humano e sua sede de conhecimento.
A miopia da Suika, notada de antemão pelo Senku, explorou bem a ideia de que o bom uso da ciência tem a capacidade de sanar as deficiências das pessoas. Nosso mundo de comodidades só existe por conta disso e percebendo que conquistar o vidro tanto melhoraria o que a Suika seria capaz de fazer, quanto forneceria o equipamento necessário para fazer o antibiótico, o próximo passo estava definido!
Pontuo só que acho Dr. Stone bem feliz em sua comédia quando usa do artificio da caricatura e da quebra de expectativa. Não que isso me faça rir muito no anime, mas acho que é adequado para o tom da história. Nem sério demais, nem bobinho demais; divertido, mas focado no objetivo a ser alcançado.
A conquista do vidro foi trabalhosa, mas divertida e até mesmo satisfatória, afinal, o resultado final foi o melhor possível, a Suika, que só era capaz de enxergar alguma coisa por causa de seu “capacete” foi capaz de ver o mundo com uma nitidez que ela jamais poderia imaginar que existia.
Foi uma cena tão apaixonante a dela enxergando o campo de girassóis que não consigo evitar de bater de novo nessa tecla, a obra é divertida de ver muito devido a esses momentos em que ela nos faz ver beleza naquilo que nos passa despercebido, que virou banal para muitos de nós, mas não é banal no mundo de pedra.
Na segunda metade do episódio tinha que surgir um problema, né, mas foi um problema lógico e já esperado, afinal, o Senku é um cientista, não um “artista”. A Yuzuriha ter feito os bonecos de pano que chegaram ao espaço já denotava a incapacidade do protagonista de fazer esse tipo de trabalho braçal, mas é claro que esse problema não duraria muito.
De fato, nem faria sentido durar, pois mesmo em comunidades primitivas não é incomum que haja alguém talentoso como o velho, ainda que não tanto.
Não deve ser comum encontrar alguém tão talentoso, e musculoso, como ele em uma comunidade dessas, seja no passado ou em um futuro pós-apocalíptico, mas se a suspensão de descrença nesses momentos é o preço que o anime cobra para me apresentar a um grupo divertido e que se encaixa dentro da proposta da obra, então me sinto alegre em pagá-lo.
Além disso, ele é um velho bem simpático e que não apareceu tão do nada, alguns episódios atrás ele esteve em uma cena com a Suika.
Enfim, Dr. Stone é magistral em mostrar a utilidade que cada indivíduo tem, alguns dotados de um talento especifico super útil, outros apenas “força de manobra”, mas a sociedade não foi construída apenas com prodígios em suas áreas, né? A ciência dá oportunidades para que todos seja uteis, afinal.
O Mapa do Reino da Ciência na prática foi um mini resumo dos avanços feitos até agora. Por ter sido curto e divertido não me desagradou, com certeza foi melhor que um episódio recap, e ainda deixou um espacinho no episódio para introduzir o próximo problema a ser resolvido, e um que se aproveita bem dos desejos de dois personagens: Kinrou e Ginrou.
Gosto de ver o autor de Dr. Stone aproveitando os personagens em ciclos, em uma hora um deles tem mais destaque por X motivo, em outra hora outro entra em foco por Y. É bem melhor do que quando a história apresenta personagens e os esquece assim que cumprem o requisito mínimo para fazer parte do grupo: ser útil ao menos uma vez.
Finalizo meu artigo com uma pergunta, qual é o elemento mais importante para a química? Eu sei do que o Senku está falando (e nem é porque leio o mangá, mas porque fui pesquisar por não lembrar), mas comentar isso aqui seria spoiler.
A graça está justamente em ver o que vai acontecer, mas com a certeza de que vai ser algo perigoso (um preço justiço por uma lança de ouro e prata?), mas tudo vai acabar bem. É de Dr. Stone que estamos falando, afinal, e se bem usada a ciência não mata. Eu acho…
O fim do primeiro cour será marcado pela conquista do antibiótico? Você não perde por esperar hehe…
Até a próxima!
P.S.: Você quer descobrir como Dr. Stone é feito? Entre neste link e desvende os mistérios da produção!