Essa foi uma estreia razoavelmente interessante, que fez uma apresentação intensa de vários personagens, mas aloca nesse meio tempo, uma base para termos noção do que se trata a história. Acredito que ele tem potencial para se destacar no cenário dos animes musicais e adiante eu explico a razão.

O anime começou com um sonho do protagonista, onde ele ouvia a sua irmã falar sobre algo conhecido como “sombras brancas”. Honestamente eu não entendi o nexo desse trecho e nem desse fenômeno, imaginei se tratar de algo que tivesse a ver com o som, a música, mas mesmo depois que os acontecimentos avançam, isso ainda fica muito incipiente e vago – só sabemos que aparentemente é algo pessoal entre os dois irmãos.

Saku é um jovem que ama a música e é amigo de Hinata desde o ginásio. Ele se muda para a cidade do outro devido as suas circunstâncias familiares sendo a mais grave, a doença de sua irmã mais velha Nozomi. Me parece que ambos também estão sozinhos, só não dá para saber se são órfãos,ou apenas moram sozinhos e longe dos pais – se a primeira opção for verdadeira, a situação do rapaz é mais triste e pesada do que eu pensava, mas aguardemos para ver.

Hinata é mais energético e assim como o amigo, ele tem uma forte paixão musical, resultando na sua participação no clube de canto. Com a chegada de ambos na escola, o anime simplesmente começa a jogar uma gama imensa de personagens, entre professores e alunos do campus, deixando quem assiste completamente perdido – o que só não me chocou mais, porque já me habituei a esse tipo de entrada na maioria dos animes que envolvem grupos musicais.

Para não dizer que essa introdução foi uma completa bagunça, achei que alguns dos rapazes apresentados tem personalidades bem focadas em seus objetivos e são simpáticos – o que vai ajudar muito no caminhar da obra. Como tiveram muitos, acho que o mais relevante de fato seria o compositor Kagura, que mostra sua importância mais a frente.

Outro elemento que me chamou atenção foi exatamente o ambiente escolar, que além de ter uma extensão considerável, faz uso de um sistema de ensino curioso, que mescla alunos que vão do jardim de infância até a graduação.

Ter essa variedade de público num mesmo espaço me parece complicado de organizar em vários sentidos, porém é eficiente no sentido de que a escola realmente prepara seus alunos para o futuro. Isso também inclui a ênfase que dão as atividades dos clubes, reforçando as habilidades e preferências dos alunos – um sistema que seria amado e bem vindo em qualquer escola com certeza.

Voltando ao foco principal, o clube de música tem intenção de cantar algo que pertence a Kagura e seu parceiro, mas esse os adverte educadamente sobre eles precisarem de alguém com um maior alcance vocal – o que Hinata previamente já tinha pensado. Nesse pedaço, quando eles começam a tratar de oitavas, fiquei com a esperança de que o anime pode trabalhar um pouco mais detalhadamente, outros tópicos da música para além das melodias e letras somente.

Saku já estava sob o radar de seu amigo, mas passava despercebido aos demais olhos e isso me fez questionar como alguém com o talento dele ficou oculto por tanto tempo. Bom, acho que o estado de sua irmã já explica muita coisa, pois além da assistência que o rapaz presta a Nozomi, ele ainda precisa trabalhar para se manterem – obviamente fazendo com que ele se restringisse.

Me preocupa o rumo das coisas com a notícia dada pelo médico, mas acredito que essa situação entre ele, a música e a irmã, certamente serão um dos pilares centrais do anime.

Como alguém que ama a música, o protagonista é um excelente cantor e em um de seus momentos de expressão e liberdade, ele é ouvido por Kagura que vislumbra nele a voz que sempre quis para suas canções, surgindo aí a proposta que deve juntar toda essa gente do clube e os independentes.

Acho que é válido mencionar a beleza da música cantada – Cloudy Day – e a voz incrível do dublador/cantor. Algo na composição dela é diferente do padrão que estamos acostumados a ouvir por aí nos animes do gênero, e talvez isso se deva ao fato de aqui não se tratar de idols – estou animado para ver os próximos sons legais que virão.

Como um projeto inicial, acho que o estúdio Drive surpreende na escolha da obra, que como seu vizinho da temporada Chuubyou Gekihatsu Boy, vem de uma canção Vocaloid. O trabalho feito na animação é decente para a estreia do novato, e a parte sonora foi boa como já falei, salvando bastante o produto final.

No mais apesar de ter sido mediano, esse episódio apresentou o necessário para me manter preso e com vontade de acompanhar o desenrolar dessa história que tens bons elementos para investir. Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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