Hero Mask é um original Netflix que teve sua primeira temporada lançada em dezembro de 2018 e uma sequência em agosto de 2019. Quando a obra foi lançada eu fiz um artigo de primeiras impressões e por um bom tempo deixei a obra de lado. Não tinha achado grande coisa e agora que terminei tudo, posso “dizer” que não estava tão errado assim, pois ainda que seja interessante e legal, a obra peca em alguns aspectos que são simples, mas relevantes. Enfim, vamos lá!

Os primeiros detalhes que chamam a atenção na obra estão centrados no estúdio responsável, Pierrot. Sim, aquele estúdio que as pessoas geralmente criticam demais por conta de alguns trabalhos em animes de audiência. Mas calma, em Hero Mask não há essa preocupação com a parte técnica, ainda mais quando você recorda que a Netflix está no meio disso.

Essa jovem aqui foi a grande adição da segunda parte. Uma personagem bem interessante também

Com uma ambientação numa cidade ocidental (aparentemente Londres para ser mais específico) e de tecnologia mais avançada que a dos tempos atuais, Hero Mask utiliza de avanços tecnológicos bem interessantes que ajudam na trama sem exagerar na criação de apetrechos futuristas em excesso (com exceção da máscara). Porém nem tudo são flores e os pecados da obra estão centralizados na trama, tudo por conta de pontas soltas que poderiam ser facilmente resolvidas. Particularmente eu gostaria que alguns aspectos fossem diferentes, mas fazendo uma análise mais imparcial, a forma como foi feito poderia ter sido um pouco melhor ou menos confuso. Digo, é legal quando a obra deixa para sua imaginação certas coisas, mas aqui, isso não deveria ter sido feito.

Sara e James, dois dos melhores personagens da obra

Por outro lado a história tem um aspecto interessante mas que considero perigoso ainda mais por ter uma temática policial, que é trabalhar com apenas um caso durante seus 24 episódios. Geralmente a grande maioria dos animes tem alguns arcos que possuem diferenças óbvias entre si, algo que não acontece aqui, apesar de que na segunda parte o grande foco recai em outros personagens e os problemas mudam ligeiramente. No caso tratado pelo anime tudo gira em torno das máscaras, objetos perigosos que são descobertos após a morte de uma promotora.

Teria sido uma ótima adição na segunda parte, assim como outros personagens

A primeira coisa que eu quero destacar é essa morte. A promotora em questão, Monica, era uma amiga próxima de outra promotora, Sara Sinclair e de dois investigadores de uma unidade especial da polícia, James Blood e Lennox Gallagher. A morte dela é cercada de mistérios pois o que de fato ocorreu não parece ser a mesma coisa que consta nos relatórios e a partir daí, uma busca pela verdade é iniciada. Aliás, logo de cara eles descobrem que a morte dela pode ter ligação com as máscaras, um objeto estranho que parece ter sido usados em testes com humanos. 

Lennox e James

Por isso, tudo começou com uma investigação motivada por questões pessoais e que no fim, foi como mexer numa colmeia de abelhas. A cada cutucada um enxame de novos problemas aparecia e mostrava que apesar de estar mais próximo da verdade, o caminho se mostrava mais longo. Claro que isso é um pouco relativo, pois o protagonismo às vezes se fazia presente e deixava óbvio que tudo poderia acabar dando certo no final. Um exemplo claro disso é a sobrevivência da equipe dos mocinhos que mesmo em situações extremamente complicadas acaba conseguindo sair com vida. 

O que era uma investigação para descobrir a verdade da morte de uma ente querida se tornou uma disputa perigosa contra uma empresa muito poderosa, isso sem falar sobre as peculiaridades das máscaras. Com isso, a primeira parte é mais intensa, com uma sensação de incerteza maior por conta da falta de informações, algo que muda por completo na sequência, que inclusive é onde o nível cai apesar de tudo o que acontece.

Inclusive o design das máscaras é bem legal

A minha maior reclamação com Hero Mask é o esquecimento e falta de informações sobre o que aconteceu com personagens importantes e até mesmo com uma dos principais. Nos primeiros nove episódios temos uma espécie de finalização do arco, onde quase tudo é resolvido. Ninguém dos mocinhos morre e no fim, eles atingem o objetivo de um jeito ou de outro. Então vem a segunda parte onde o caso continua apesar da mudança da situação que envolve as máscaras as figuras em jogo. 

Nessa parte temos o sumiço de uma dos protagonistas, Sara. Ela foi importante na obtenção de informações além de ter tido um papel crucial perante a justiça, o que mostra uma utilidade interessante que ela poderia desempenhar na segunda parte. Mas ela simplesmente some, sem nem ser mencionada no resto da história como se não tivesse ligação alguma com o caso. Poxa, o caso havia sido solucionado, mas a resolução ainda não tinha acontecido e mesmo assim ela sumiu. Ela tinha uma grande ambição em resolver o caso que seifou a vida de sua mentora, como se fosse a finalização do legado dela ou talvez uma missão final incompleta que ela tinha de terminar.  

Lutou, arriscou sua vida, foi para cima em busca de respostas e no fim, completou parte do objetivo. Mas e o resto, como fica?

Além dela, outro sumiço notório foi de um personagem que durante toda a série é uma espécie de vilão que é um mocinho mas a situação exige que ele defenda a causa errada. Harry, um ex- investigador e amigo de James é um empecilho bem complicado de ser enfrentado. Ele tem razões consideráveis para trabalhar para o “lado errado”, mas isso só ocorre até o ponto em que ele simplesmente abandona uma luta contra James e some. Nesse caso até teve uma indicação sobre o que ocorreu, mas ainda assim foi bem ruim e raso, afinal, para quê serviram os vários episódios onde a história dele foi mostrada assim como suas ações em prol disso?

Essa cena foi ótima!

No final das contas Hero Mask tem um fim que não termina tudo de fato, deixando a possibilidade de uma sequência pois uma das ameaças ainda está livre, leve e solta. Talvez seja improvável, eu sei, mas ao menos há espaço para isso. Enfim, Hero Mask é uma opção interessante para assistir ocasionalmente ou quando você não tem internet e tem ele disponível para assistir. É uma obra que não é lá tuuuudo isso mas consegue ser decente, consistente e o mais importante: interessante do começo ao fim, afinal, você não sabe quais serão as consequências de tudo o que aconteceu. 

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