Olha a pérola de 2019 aí minha gente! Discorde quem quiser, mas Dumbbell Nan Kilo Moteru é maravilhoso e ponto. Sejamos honestos, que tipo de obra televisiva teria a habilidade de transformar a academia em um cenário incrívelmente divertido, te instigando inclusive a estar lá e se exercitar? Pois é, esse anime fez isso e eu explico como.

Desde o princípio, essa era uma aposta na qual eu não tinha muita certeza de ser algo realmente bom por conta do tema, já que não tem nada de bom numa academia – falo mesmo -, e no fim foi uma experiência ótima. Ok, a saúde é importante e eu super concordo que exercícios são necessários, porém que é chato de levantar aquelas barras e pesos, isso é e não tem discussão.

Quem vai se exercitar bem sabe que os “malhadores” de modo geral ou vão para se exibir, ou vão para “secar” e atormentar o vizinho de algum jeito, poucos são os que vão para si mesmos e cuidar só da saúde.

Dentro disso acredito que um dos grandes méritos de Dumbbell, assim como fazem animes com a temática de trabalho, foi conduzir a sua história usando a lado cômico das personagens para tornar aquele ambiente mais vívido e acolhedor.

Também é interessante a forma como trabalham as explicações, mantendo uma certa fluidez em relação aos acontecimentos em cada cena e os diálogos entre o pessoal, isso sem contar que os exercícios demonstrados são de fácil execução e alguns inclusive são opções para quem preferir executar em casa – hikkikomoris saudáveis, mais um ponto para Dumbbell. Cada referência e conteúdo tem um apoio visual tão legal, que você se entretém enquanto aprende e isso é fascinante, acabei o anime me sentindo um personal trainer.

O enredo é bem episódico e se baseia nos “exercícios do dia”, onde alguma situação leva as meninas a aprenderem tal tipo de exercício para sanar seus “problemas físicos”. Falando nelas, é impossível não se apaixonar por esse elenco, os representantes masculinos são ok, complementam e fazem bem seu papel de suporte, mas as protagonistas são verdadeiramente impagáveis.

Hibiki é a típica garota comum que quer ser bonita, arrumar um namorado e manter o baixo peso sem fazer certos esforços – como fechar a boca e manter um ritmo de vida saudável. Essa aqui praticamente carrega nas costas o anime, sendo bastante expressiva e ativa em cada cena.

Sendo bem honesto me senti representado por ela durante todo o tempo, porque além de ser um buraco sem fundo para comida, ela demonstra bem os desconfortos de quem não curte tanto assim o mundo fitness, mas ainda assim encara numa boa se acha que precisa.

Akemi ocupa o posto de rica do grupo e apesar da sua aparência delicada de aluna modelo, é uma estudiosa e devota cega do fisiculturismo, sendo os seus momentos de “delírio muscular”, alguns dos melhores da série.

Já Ayaka é uma boxeadora que vive na contramão da melhor amiga Hibiki, enquanto Gina completa o time de loucas como a estrangeira viciada em cultura otaku e malhação.

Por último mas não menos importante, elas contam ainda com a Satomi, que compõe o núcleo das professoras, mas passa mais tempo com suas alunas, graças as vergonhas alheias que passa pela sua paixão ao cosplay.

Sozinhas elas são boas, mas juntas elas acabam com a seriedade da pessoa mais chata, e que o diga o grupo de idols que formaram, as idols da academia – uma excelente sacada do autor. Aqui não tem piada que não se aproveite e mesmo as repetidas, são recicladas de uma forma bem competente, sem perder a graça.

Apesar de ser propensa ao ecchi pelo seu conteúdo, a obra se restringe a utilizar apenas o necessário e não se direciona ao vulgar, mantendo um bom equilíbrio no fanservice – que acho até pouco -, considerando que o público alvo seria o masculino e que o exibicionismo da temática é forte.

Tecnicamente não tenho queixa alguma, afinal quando se trata de animes slice + garotas – fofas ou não -, o estúdio Doga Kobo é uma unanimidade e líder absoluta no gênero. A direção é afiada e junto a animação colorida, limpa e bem fluida, o resultado final não decepciona, no entanto o destaque real mesmo fica por conta da dublagem.

Todos os dubladores cumprem com louvor seu papel de pegar o timing cômico de cada momento, mas dentre todos ressalto o potencial da novata Ai Fairouz – dando voz a Hibiki -, que encarnou com gosto a sua personagem e mostrou a que veio. A título de curiosidade, ela agora defende a divertida Eripiyo (Oshi ga Budoukan Ittekuretara Shinu) nesse começo de 2020, já aumentando seu curriculo com outro ótimo papel.

Enfim, depois de rasgar elogios a essa divertidíssima e inusitada obra, só posso concluir dizendo que Dumbbell merece todos eles e principalmente, merece que você fã de animes lhe dê uma oportunidade de te conquistar também – com o poder dos músculos e do side chest.

Obrigado a quem leu e nos vemos na próxima!

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