Richard Ranashinha de Vulpian, Edward Baxter, Lorde Claremont, olha já não sei por qual identificação o joalheiro atende. Não sei se existem mais nomes, ou sequer se Richard seria o verdadeiro mesmo, mas o fato é que quanto mais a história avança, mais cabeludo o passado dele aparenta ser.

O loiro recebeu a missão de participar de um leilão, o que acontece aqui é que essa tarefa não foi uma coisa qualquer solicitada por um cliente, foi um pedido do seu mestre, sim o Saul Ranashinha – que ainda não apareceu oficialmente -, em conluio com o dono do antiquário.

O objeto da vez – a peça de jade “Mão de Buda” – tinha um grande valor histórico, mas essencialmente sentimental, uma vez que significava muito para aquele que moveu todas as peças até que a compra se concretizasse.

Gostei da abordagem feita, porque mostrou uma outra situação dentro da negociação das jóias e que não envolveu o tipo de caso ao qual estamos acostumados. Acredito até que considerando esse giro dado pela história em torno do Richard, ter algumas mudanças seria algo bem vindo. Uma observação, embora eu goste dela, notem que a Tanimoto não apareceu dessa vez e sequer fez falta.

O episódio também aproveitou para trazer as melhoras que o Seigi adquiriu ao longo de sua estadia com o joalheiro. Ele não só tem mais cuidado com as palavras, como já tem o olhar mais afiado para ler jóias e entender as propriedades específicas de cada pedra – habilidade essa que pode ser útil mais para frente.

Não sei se poderia chamar assim, mas o rival do Richard, o tal Shin Ganapati, aparece no leilão como um vilão pequeno. Como um velho conhecido, ele tem acesso a várias informações do protagonista e faz questão de jogar algumas delas no ventilador – sendo a primeira um dos nomes falsos que já usou.

Segundo ele Richard tinha por função obstruir negociações, sendo procurado por pessoas de várias nacionalidades para fazer seu “trabalho”. Uma vez que se mostram como inimigos de guerra e um conhece as estratégias do outro, pensei que Ganapati tinha um plano mais elaborado para anular seu concorrente e no final ele não tinha.

Se ele intencionasse vencer mesmo, ou até desestruturar o Richard através do Seigi, como ele levemente fez, ele teria jogado a “merda” toda de uma vez, mas ele não o fez e ficou por isso mesmo.

O Seigi até fez algumas perguntas e ele percebeu que seu chefe estava escondendo coisas a mais, ainda assim ele foi sábio e se conteve. Richard me pareceu sincero na medida daquilo que podia revelar, mas não entendi a provocação que ele fez ao rapaz, como se quisesse forçá-lo a ficar com raiva dele e se afastar, talvez até testando o sentimento do mesmo.

O estudante gosta dele e o respeita, sabendo até onde pode ir, respeitando seus limites – o que é bom. Em compensação para retornar a honestidade do rapaz, Richard decide se abrir só que depois do leilão.

Não sei se esse foi o objetivo dele na hora, mas julgando pelo resultado da compra, imagino que essa decisão tenha sido pra impedir que o Seigi fizesse alguma bobagem caso ele falasse antes.

Ganapati não o entregou, mas estava espionando, então era de se esperar que o funcionário também não escapasse dos seus olhos, sendo uma possível fonte de informação fácil, se usado corretamente.

No momento do leilão me coloquei no lugar do Seigi, vendo valores tão altos rolarem enquanto ele, um pobre miserável, estava segurando aquela placa se tremendo. O Richard parecia estar blefando, mas ficou seguro e levou o lance até o fim, batendo seu rival que além de não ter planejamento nenhum para pegá-lo, não tinha orçamento.

Adquirida a pedra jade, admito que achei a ideia da colaboração conjunta – e anônima – bem inteligente. Richard, unido ao dono do antiquário e o neto dos Azuma, uniram suas contas bancárias para cumprir a vontade do rapaz e salvar a jóia da ganância da família.

Prevendo então que Ganapati iria aparecer, ele manteve o sigilo entre as conexões de ambos, para que assim o adversário não tivesse acesso real ao valor que ele tinha disponível. Lembro ainda que o antiquário já tinha dado sua oferta com antecedência e havia sido banido por isso, ou seja, todos sabiam qual seria o lance máximo, caso participassem.

Para o Hidenori Azuma a jóia tinha uma grande importância, já que seu avô o amava e aquela jóia era um item exclusivo de sua coleção, a qual nenhum de seus familiares teve acesso, somente o menino, sendo a mesma um elo de ligação entre os dois – vitória merecida.

Aproveitando a sequência dos eventos, o Richard fecha com o momento da revelação e explica a Seigi sobre a batalha judicial na sua família pela herança da avó – curiosamente similar ao caso do episódio. Ele explica que desde então tem sido um período de traições, mentiras, separações entre todos, por isso ele seria um alguém venenoso – como disse Ganapati.

Puxando para uma cena que aconteceu no início do episódio, teve um flashback interessante em que o loiro lembra de uma fala que remetia ao seu passado. Isso já puxa as atenções para o ódio que ele tem a sua aparência, que agora se justifica pelo fato de ele não só ter engabelado facilmente outras pessoas, como também ter se envolvido na bagunça da família.

Tentando entender o pouco que disse, acredito que o protagonista tenha sido aquele que além de mentir, foi o que deixou de viver um amor por conta desse dinheiro. A confirmação disso seria exatamente a sua frase final, onde indiretamente adverte Seigi que ele poderia se arrepender por gostar dele.

Gente, quanto mistério em torno desse homem, antes era só um trambiqueiro bonito e chique – salvo pelo Saul -, agora tem herança e parentes pelo meio? Revela logo quem é você Richard!

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