Finalmente depois de tanto tempo de espera – graças ao transtorno causado pela pandemia -, Fugou Keiji volta com algumas novidades para que a nossa diversão continue nessa saga policial.

Esse episódio segue tentando amarrar os nossos dois protagonistas, mas essa junção tem se provado cada vez mais difícil, simplesmente porque ambos os lados tem convicções diferentes e nenhum cede ao outro. Por quanto tempo será que essa falta de sinergia ainda vai se arrastar?

O título do artigo retrata bem o que eu enxergo como um dos pontos focais dessa relação combativa, principalmente no que tange a postura do Katou frente o novo colega. Por ter muito bem traçado o seu senso de justiça e dever, o jovem tem dificuldades para assimilar as ações nada convencionais do Kanbe e isso o impede de chegar num comum acordo com ele, mesmo que partilhem de um rumo e propósito únicos.

Um tempo atrás eu assisti a Smile Precure e em um de seus melhores episódios, ouvi da sábia Cure Beauty – a heroína azul – uma frase bem interessante sobre “caminhos”. Na situação difícil em que estava, a menina colocava que não importava as diferentes formas de se escrever a palavra caminho, pois assim como na prática, todas essas variações no final tem um mesmo objetivo e significado. Aqui eu penso que o dilema gira em torno de não se entender essa simples questão.

Bom, apesar de eu achar o Kanbe super descolado e estoicamente carismático, reconheço que ele não tem muito senso comum e tato para lidar com as coisas, preferindo ir as últimas consequências, se apoiando nos recursos que tem e se isentando de exercitar o seu lado mais humano nessas resoluções.

A julgar pela estreia, eles pretendem usar a sua convivência com o grupo B da polícia, para trabalhar esse outro lado o transformando aos poucos, ponto. O que acontece é que ainda que o primeiro tenha as suas falhas, o Katou é bem chato ao querer impor os seus valores de forma agressiva nele, sempre se recusando a dialogar e se entender corretamente com o parceiro.

Por mais debochado e politicamente incorreto que o milionário possa parecer, seu objetivo ainda é fazer o bem – assim como o policial -, mas na mente limitada do rapaz, ele não absorve que os seus caminhos não são os únicos capazes de solucionar problemas. O episódio inclusive, reforça bastante as falhas dessa inflexibilidade no trabalho dele, em contraponto a praticidade e eficácia do Kanbe.

Um pode estar errado, mas o outro também erra tanto quanto, é o diálogo que vai fundir as melhores qualidades de ambos e o mesmo não está rolando. Nesse caso recente eles tiveram que desarmar um esquema de tráfico de drogas muito bem montado, mas a falta de sincronia imperou.

Curiosamente eu gostei do papel do veterano Cho-san, porque a sua ação no interrogatório dos bandidos serviram para mostrar exatamente o que falei. Tanto a sua experiência e astúcia, como o suborno do novato rico, foram capazes de arrancar as informações necessárias, provando que as duas ideologias funcionam.

No meio de todo o conflito e a investigação da bandidagem, algo que me deixou bem contente foi a aparição de dois novos personagens. O Mita é bem doidão e acho que como fotógrafo informante ele é bem útil, ainda me divertindo pelo jeito como oscilou entre a forte amizade com o Katou e o dinheiro do Kanbe.

A segunda peça foi a Suzue, que eu creio ser a irmã mais nova do milionário ou quem sabe esposa, mas vamos ver o que revelam sobre o parentesco deles mais para a frente. Gostei da introdução dela, porque a moça se mostrou uma espiã de qualidade, bem como uma engenheira notável, sendo uma ótima adição ao time – espero vê-la mais vezes em ação.

Enfim, a dupla principal resolveu seu mistério do jeito de sempre com um atravessando o outro da forma mais absurda, cara e legal possível, mas se esse problema se resolveu, tem mais um de pé.

O Katou ainda que tenha uma razão justificável quanto a sua antipatia, ele aparenta não ligar para o sucesso ou falha de seu colega, apenas o desprezando pela sua natureza inconsequente e rica. Me pergunto se isso é apenas o idealismo dele reagindo ao que detesta, ou se tem algo além – considerando sua história complicada na polícia.

No diálogo final eu fiquei tentando entender se o Kanbe estava ironizando o parceiro, ou apenas tentando se aproximar de algum jeito – já que sabia dos traumas do passado dele -, mas como o rapaz saiu fumaçando não deu para saber.

Só sei que é do interesse geral da nação que os dois se deem bem e aprendam com a convivência, vindo essa nova chance de alinhamento na missão seguinte, que o Kanbe fez questão de levar ele junto – é muito amor entre essa dupla.

Acredito que Fugou Keiji continua “cool”, com um segundo episódio tão bom quanto o primeiro e torço para que assim continue até o fim. Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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