Com uma ação desenfreada, explosões a rodo, sangue para todo lado e um grupo seleto de personagens bizarramente interessantes, o que poderia dar errado para Akudama Drive? Teoricamente tudo, mas na prática, felizmente nada.

Assim como aconteceu com Hypnosis Mic, essa estreia fica marcada pelo exagero visual e o extremismo, que mais uma vez se sagram como as armas mais importantes desses animes. Ainda não sei para onde a história pretende caminhar, mas algo que ficou bem claro para mim é que esse pessoal não veio para mostrar a importância de ser políticamente correto.

No geral senti que a pegada da obra casa bastante com a ideia do Esquadrão Suicida, onde uma equipe de elementos da mais alta periculosidade e talento, se reúne para um bem maior, embora na prática nenhum deles pense no bem estar do próximo ou seja um criminoso mediano e circunstancial – características essas que são vivas em cada minuto passado.

Em meio a esse povo insano, a única alma normal é a protagonista, cuja inocência, idiotice e o amor a gatos, a colocaram numa posição dificílima em meio aos chamados Akudama, os inimigos naturais da polícia – e quem sabe futuros heróis.

O episódio em si trata de focar nas capacidades individuais de cada um dos bandidos e o modo como a missão de salvar o Decapitador – outro integrante da futura tropa de elite – os une, sabe se lá para quê, marcando o primeiro mistério aqui.

O mundo criado pelo anime tem uma ambientação bem bacana e uma introdução que te instiga a entender mais sobre o que aconteceu por ali, até essa questão dos Akudamas e a estrutura daquela sociedade – pontos que se bem trabalhados no meio da ação promovida pelo enredo, tem potencial.

Apostando nessa temática, junto ao clima edgy e futurístico para impactar, o anime apresenta um grupo que extermina qualquer coisa e não tem medo do perigo, contando com um hacker experiente, uma assassina cirúrgica, um fortão invencível e o “Homem Aranha” da equipe, cuja moto multiuso não falha.

Por causa de um gato e uma moeda, a protagonista passa por uma sequência de perrengues que só mostram o quanto ela é tonta e desastrada – a ponto de ser marcada como criminosa também. Mas se por um lado os riscos em que ela se mete evidenciam o seu azar e excesso de bondade, do outro achei interessantíssimo como ela funcionou sob pressão, ainda mais com sua vida em risco na mão dos Akudamas e da própria força policial.

Na dinâmica desse time, embora eu curta a ideia dos vilões/anti heróis serem o foco, eu gosto da forma como essa personagem quebra o clima da galera super malvada e séria, que é incrivelmente absurda com seus “poderes”.

Aqui a moça é apenas ela, sendo covarde, perdida no meio do fogo cruzado e talvez aquela que proteja o resquício de humanidade e dignidade que eles ainda venham a ter – agora como parte do time. A cena em que ela salva o motoqueiro bem mostra isso, pois ele a ignorou, mas no momento em que foi salvo, soube notá-la e reconhecer o feito.

Um outro destaque é o bandido menor, solto em meio as várias explosões, pois assim como a garota, ele sugere um alívio cômico e uma normalidade por não ser um criminoso qualificado como os outros – o que para ele vai ser ruim, já que todos estão presos a mesma situação.

Falei de todos, mas no fim quem me surpreendeu foi o gato, mentor do resgate criminoso e meticuloso em todos os detalhes, já que cada um dos convocados tinha uma função específica no serviço. Me pergunto se ele é algum animal místico que vai destoar do conjunto tecnológico e científico da obra, ou se é algum tipo de inteligência artificial comandada por uma mente maior.

Algo que também me impressionou bastante na estreia foi a qualidade da animação, produzida pelo Studio Pierrot – famigerado pela falta desse mesmo item. Cenários e design bem feitos, movimentação fluida com bons takes na ação, 3D afiado, enfim, uma apresentação digna de nota para uma obra original que queria chegar chegando.

Dito tudo isso, as peças estão postas no tabuleiro e o esquadrão de sete criminosos agora vai se mover conforme seu misterioso líder. Qual é a grande missão dos Akudamas rank S? Qual será o papel da protagonista no meio deles? Todas essas respostas eu quero ter o prazer de ir descobrindo ao longo dessa temporada.

Se Akudama Drive dará certo, só o tempo dirá, mas se a obra mantiver a energia no seu elenco estranho, carismático e estilosamente mau, acredito que pelo menos a diversão será garantida.

Agradeço a quem leu e até a próxima!

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