O final tinha muito para entregar e pouco tempo para trabalhar, então o que esperar desse grande clímax com a batalha entre o bem e o mal? Bom, se houve alguns deslizes com a aceleração da história, ao menos o conflito da protagonista eu esperava que se concluisse de uma forma decente, dito isso, fiquei ligeiramente satisfeito com os resultados.

Haviam alguns pontos que eu sabia que ficariam em aberto, por conta do jogo ter muita informação e metade dessas não terem sido incluídas 100% na adaptação, mas confesso que ter mais novidades no final me assustou um pouco.

O que me deixou menos tenso, foi o fato da maioria não terem sido coisas graves que prejudicassem o que já estava estabelecido, ou mesmo que precisassem de grandes explicações para que se justificassem, mas é aquela coisa, em um episódio final só queremos respostas e nada além disso.

Acho que qualquer um já sabia que o episódio seria bem clichê, onde os protagonistas enfrentariam os vilões, com direito a todas as melosidades que conhecemos, como cada um lutar separado, momentos de flashback, o sacrifício que não fica tão sacrificial no final e afins.

Ouvindo assim até parece que eu não gostei ou que achei horrível, só que não gente, não é por aí. Ao contrário do que imaginei, achei um encerramento ok no geral, levando em conta em conta o processo evolutivo do enredo.

Na verdade a minha preocupação maior, era que o desenvolvimento da Presidente acabasse sendo cagado pela pressa, ou pela natureza do gênero, colocando a moça numa posição de coadjuvante na sua própria história – e felizmente isso não aconteceu.

Ao longo de um período constante de pressão física e psicológica, onde ela precisava estar sempre tomando decisões de risco e se reinventando para sobreviver, a trama pedia por uma resolução que englobasse a força da jovem, principalmente por ela ser o ponto da guerra entre os diferentes grupos.

Nem preciso dizer como foi bacana ter ela direcionando as coisas e encarando diretamente os inimigos, hora com alguém, hora sozinha. Outro ponto curioso foi o fato de em momento nenhum ela se dar ao luxo de questionar certas coisas no calor do momento – como por exemplo a mudança do Kira.

Na real isso pode ter sido apenas um fruto do “rush”, mas pessoalmente foi algo que acabou ficando bom, porque mostrou que a preocupação dela era dar fim ao problema, independente das circunstâncias correntes.

Ali como Helios, o idol se mostrava um cara diferente, inexpressivo e ríspido, porém tempo era a última coisa que ela tinha para ficar criando assunto desnecessário, então ficou meio que “vamos pegar o chefão e depois eu vejo qual é a boa”.

Ainda nele, fiquei impressionado pelo fato de mais um pertencer a Black Swan, embora que por razões diferentes das que tinha o Ares/Simon – não fiquei surpreso porque o nome de deus grego já denunciava.

Apesar de não ter sido impactante, a revelação ao menos teve uma explicação razoável, já que o rapaz tinha uma motivação pessoal e plausível para estar infiltrado lá dentro, fora que a mesma já vinha sendo trabalhada desde o começo dessa saga, nós que não pegamos as pistas pelo caminho.

Já indo para a batalha entre Hades e a Rainha, gostei bastante da forma como executaram o embate, porque ali ficou evidenciado que mesmo com algum despreparo, a líder dos Evolvers ainda era uma oponente poderosa e capaz de bater de frente com ele.

Também tivemos um vislumbre do porque ela era tão importante para a Black Swan, já que aquela que tanto buscavam, era uma versão malígna da moça, a Rainha Negra. O que não fez sentido foi o Hades querer se livrar dela como se não fosse nada, no final toda essa agonia era só para ele matar ela e assumir o posto de líder? Ficou estranho, mas procurei ignorar.

Nesse trecho também fiquei um pouco confuso, porque não ficou claro se a outra era um reflexo interno, ou se uma Presidente de um mundo paralelo, que para quem lembrar, foi um conceito estabelecido pelo anime com as viagens do Zen aos diferentes futuros – então essa poderia ser uma resposta para a presença enigmática dela.

Enfim, com o apoio dos laços que criou a Rainha Vermelha vence e pulveriza Hades sem muito esforço, dando fim ao ataque inicial da Black Swan – sim, é inicial porque o Hades era apenas uma das peças descartáveis da vilã real.

Vitoriosa, a protagonista consegue devolver a humanidade a seu eixo e cada um segue sua vida, claro que atentos a qualquer surpresa, já que os inimigos seguem vivos e trabalhando. O problema disso vem depois com as escolhas feitas por cada um, pois seguindo a lógica dos caminhos que vieram sendo traçados, todos permaneceram dentro do aceitável, exceto o Haku.

Gente, o pai dele foi praticamente o maior inimigo dele e olha que a Black Swan era quem causava o terror. Com isso me expliquem como ele simplesmente decide trabalhar do lado pai que quase o matou e ainda lhe odeia?

Eu entendi que o pai dele defende a humanidade e tá certo, mas depois de tudo o que ocorreu, sério que isso é o suficiente para eles decidirem trabalhar juntos numa boa e só? Outra pergunta é o que aconteceu com o oficial estranho que deu um tratamento especial no Haku, cadê o homem? Sumiu? Olha, eu buguei por aqui.

Não imagino que vá haver uma outra temporada – embora eu goste da ideia -, mas a ameaça da Rainha Negra e sua Black Swan, segue viva e as escondidas, além dos tristes destinos que cercam a nossa querida protagonista destemida incluindo os que tem a participação do Zen. O fato é que seus quatro guardiões estão de olho em como ela irá criar o seu caminho, sobrevivendo a evolução natural da humanidade.

Entre erros e acertos, acredito que o final fez o necessário para concluir de forma ok o que apresentou. Não foi o melhor final possível, contudo penso que era o que mais fazia sentido dentro do escopo do projeto e assim como eu disse antes, fechou com dignidade a jornada de crescimento da Presidente – que era o mais importante ao meu ver.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

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