Do seu jeito, Gymnastics Samurai tem se provado um anime esportivo divertidamente único e nesse episódio isso fica mais visível. Entre farpas e grosserias, a chegada do Minamino representa um giro na vida do Jotaro, mas o que exatamente o estudante espera de seu rival? Ainda não sabemos, mas eu tenho algumas teorias.

Logo de cara eu tomei o “príncipe da bandana” como o cara chatinho que só estava ali para ser o rival insuportável que ao longo da jornada mudaria de postura. Pode ser isso? Óbvio que sim, mas além dessa escolha ser superficial demais para uma história tão legal, os fatos me mostraram um outro caminho que soa mais interessante.

Minamino desafia Jotaro afirmando que ele é uma vergonha, por debochar da ginástica com a sua insistência em não se retirar do cenário profissional. Seja lá qual a motivação dele, toda a sua abordagem é rude e desrespeitosa, considerando que ele está abrindo o seu caminho agora, enquanto o outro já é um atleta reconhecido e premiado – independente da sua condição atual.

Para ser sincero eu tenho uma certa dúvida se o protagonista se faz de doido ou se realmente o é, porque ao mesmo tempo em que ele se leva a sério e se dedica ao esporte de corpo e alma, é simplesmente hilária a forma como ele parece não se afetar com qualquer tipo de ameaça ou crítica desaforada.

O menino estava despejando várias ofensas – o que em situações normais incomodaria em algum grau – e ele cagando para as palavras dele, apenas pensando em como podia se recuperar e voltar as barras que é o que interessa.

O que eu gosto nesse otimismo do samurai é exatamente a forma centrada com que ele a encara, porque como um adulto, ele tem consciência de limitações, implicações e da realidade, porém ainda assim, não deixa de seguir em frente, mesmo que leve meses, anos.

Achei também bem legal a forma como o Amakusa usou a impáfia do novato para dar uma nova perspectiva ao Jotaro, já que o confronto com alguém promissor como ele, serviria como uma ponte para ele se reacostumar a tudo.

Ainda que entendesse a diferença de poderes, o treinador o conhece bem para saber o que ele precisa e o que suporta. Ele é uma peça importante não só no lado profissional, mas no equilíbrio emocional do ginasta, que confia cegamente nas suas orientações e conselhos – uma consequência da sua mudança de mente pós Britney que infelizmente não teve muita aparição dessa vez.

A parte do treinamento pesado foi outro ponto bacana do episódio, porque embora corridinha para atender a necessidade do duelo emergencial, ela não deixou nada se perder e passou o feeling necessário, para comprarmos o esforço do protagonista e seu processo de readaptação na prática.

Quem também teve um papel importante foi o Leo, que impulsionou o seu ídolo “Joe” e ainda pode acompanhar os problemas com bullying da Rei. Por hora não dá para comentar muito, mas acho que esse pequeno drama da menina tem potencial caso queiram explorar, já que ela é o baluarte do pai, enquanto ele não sabe o que sua filha enfrenta por fora, com a sua fachada feliz e madura. Penso que se isso andar, o “ninja” pode ter uma função aí, mas vamos deixar o anime responder sobre.

Voltando ao Leo, ele representa um contraponto curioso ao que é o Minamino, já que ambos parecem compartilhar de um mesmo sentimento para com o Jotaro, mas canalizam esse de formas distintas.

Quando falei lá no começo, sobre o caminho a seguir no que se refere ao “chato da bandana”, falo sobre o que ele demonstra na competição. Para quem estava com os olhos atentos, ainda que a vitória do jovem fosse eminente, nele havia uma intenção clara de mostrar algo a mais.

A forma como ele fita os olhos no rival e o copia, para mim foram a mostra de alguém que tinha admiração por aquele que estava o assistindo, até porque se o outro não representasse nada para ele, imagino que ele nem fosse se dar ao trabalho de provar nada, deixando que o mesmo quebrasse a cara naturalmente.

Para completar, a reação de revolta com a satisfação do Jotaro em ver alguém capaz, também evidenciam um certo desapontamento, ressentimento. Soa como se ele quisesse dizer que aquele homem não era o cara que ele conhecia e admirava a ponto de também querer ser um grande ginasta – posso estar errado, mas no momento é o que ele me passa.

Se um externaliza frustração, o segundo se sentiu ainda mais inspirado pelo renascimento do seu herói, a ponto de implorar para que Minamino o aprovasse como atleta – coisa que nem era necessária, afinal o novato não é ninguém, mas enfim.

Dito isso, pensei na possibilidade dessa repercussão acabar encaminhando o jovem para sair dos bastidores e se juntar aos outros dois, já que ele demonstrou simpatia pela ginástica em outros momentos e também tem os seus talentos pessoais – guardem bem essas informações para o futuro e vamos ver no que dá.

Para fechar com aquele gostinho de quero mais, o episódio deixou um gancho com a chegada misteriosa das figuras de preto que tentaram capturar o Leo antes. A presença deles me faz questionar que tipo de celebridade é o rapaz e o que ele pode fazer. Já pensaram ele ser tipo um ginasta estrangeiro promissor, que decidiu se esconder no Japão? Olha aí as coisas se conectando, minha gente? Ao menos na minha mente viajada.

Agradeço a quem leu e até a próxima!

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