Finalmente chegamos a copa NHK, evento esse que mostrou as disparidades do cenário esportivo, bem como as qualidades que podem salvar ou afundar, tanto o Jotaro, quanto o Minamino e seus adversários.

Em contrapartida, fora desse momento, o Leo e a Rei correm por fora com outros problemas que nada tem a ver com a ginástica, mas que ao fim de tudo acabaram se associando a trama principal. Quais as surpresas que pegarão cada um deles no meio desse fogo cruzado?

Pessoalmente esse foi um episódio que eu gostei bastante por conta do que trouxe, mas que achei um pouco falho pela forma como trouxe esse conteúdo.

Acho que vale destacar primeiramente a questão da passagem de tempo como algo que já pesa no quesito processo, já que temos aí um salto de 6 meses em que sequer presenciamos as alterações que tanto o Jotaro, como o Minamino, sofreram ao longo desse semestre.

Penso que poderiam ter trabalhado nessa execução como foi feito com o episódio da readaptação, onde houve uma passagem de tempo, mas ficou clara a transformação do personagem através de alguns cortes e pequenas cenas de treino – o que eu imagino que já seria muito bom, tendo em vista o tempo disponível.

Quando partimos para a competição algo semelhante acontece, pois haviam vários competidores a se mostrar – alguns relevantes, outros nem tanto. O que me chamou atenção no entanto, foi o fato de sequer terem dado foco ao Jotaro e suas performances, enquanto o “antagonista” Minamino e os demais rivais figurantes tiveram sua oportunidade de brilhar e se destacar.

Como o samurai era a zebra da competição – por se tratar de alguém “velho”, sem a mesma competência física dos demais – e o protagonista absoluto desse troço, era mais do que necessário e óbvio que deveriam focar na estratégia dele e o aperfeiçoamento da sua ginástica. Bom, a escolha acabou não sendo essa, tirando muito da emoção que poderia ter tido essa Copa NHK de renascimento, pois ele sequer apareceu em uma barrinha se esticando.

Acho que seria interessante mostrarem mais, por ele também ter tido uma trajetória curiosa, saindo da 15ª posição no primeiro dia, para a 6ª no final, uma evolução considerável para alguém que nem se via classificado.

Outra razão que exigia mais dessa competição, foi justamente pelo fato de alguns dos presentes terem relação direta com ele, como o técnico do Minamino – que me parece ter sido seu rival do passado.

Acredito que seria legal ter visto a reação dele ao ver o Jotaro reacender novamente a sua chama, assim como a dos espectadores, ao verem que o ginasta definitivamente não está morto embora ainda não tenha mostrado nada extraordinário.

A direção acaba pecando por esse erro cronológico e expositivo, mas em contrapartida, aqui eu elogio o bom desempenho da animação, que segurou bem a peteca e exibiu bastante fluidez e movimentação. O CG fez uma pontinha em alguns trechos mais complicadinhos, mas mesmo ele não tirou a qualidade técnica do conjunto geral que estava muito bom.

Enfim, o Minamino por sua vez dominou com gosto a competição, sem dar oportunidade a qualquer um, inclusive desestabilizando o psicológico de alguns adversários pela sua excelência natural no esporte. Ainda que seja ótimo, acredito que assim como os outros, ele seja instável para se manter intocável e me dá a impressão de que pode escorregar no próprio ego e na obstinação cega – que eu imagino estar ligada a algo com o protagonista.

Nessa parte inclusive é bem legal ver como o Jotaro é equilibrado e maduro certamente pela longa experiência, lidando bem com as diferenças de habilidade e mesmo com os retrocessos, sem sofrimentos, tendo muito mais prazer em retomar aquilo que ama aos poucos – o que não é uma reação muito comum em animes esportivos, ainda mais para quem já foi grande.

Sendo honesto não acho que isso determine uma medalha de ouro no fim da jornada – essa que deve ficar com o Minamino, talvez -, mas o espírito dele nada não deve garantir uma vaga no pódio e em Atenas, coroando não uma simples luta pela vitória e sim a constância de um homem que luta para se reerguer, dando o seu melhor até o final de sua carreira.

Como nem tudo são flores, se de um lado o samurai sai vitorioso por conseguir a classificação para seguir adiante, por outro me parece que ele, a filha deve sair perdendo com os resultados desse avanço incrível.

A Rei e o Leo se aproximaram graças ao apoio que o jovem tem dado a sua família como um todo, mas especialmente a ela. O ninja porém, tem seus segredos e as pessoas de preto já vieram cobrar sua pessoa, finalmente dando o gancho para descobrirmos quem é ele e qual a sua conexão com o “Joe” e a ginástica.

O desaparecimento repentino dele não é a única questão problemática, pois o anime parece ter prazer em trazer sofrimento a uma pobre criança, fazendo o pai dela ter que participar de um treino coletivo exatamente na semana de seu aniversário – data exclusiva e única da família.

A questão aqui é, a Rei sente a falta da mãe – mesmo que indiretamente – e o Leo que podia segurar a marimba para ele, simplesmente se dispersou no horizonte deixando ela tensa e acumulando mais uma perda. Profissionalmente falando, imagino que o natural seja o Jotaro engolir a seco a situação e continuar encarando com seriedade seu retorno, mas aí ela sobra e como um pai ele novamente falharia.

Há quem pense “é só um aniversário, dá pra comemorar depois”? Sim, mas o ponto é que a menina constantemente abre mão de tudo para que ele esteja sempre feliz, então não é justo que no único momento em que ele realmente pode fazer a diferença, ela pague o pato de novo.

Eis que agora o Jotaro tem uma grande bomba nas mãos e dependendo do fio que ele corte, a coisa vai ficar bem feia – não sei como, mas salvem a Rei pelo amor de Deus. Quanto ao Leo espero ansioso para saber as suas origens, porque tenho para mim que ele é sim um atleta promissor escondido, só quero que me confirmem.

Agradeço a quem leu e nos vemos no próximo artigo!

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