Um episódio final muito bom para uma excelente temporada de um dos meus animes favoritos para todo o sempre. É hora de Major 2nd 2 no Anime21!

A conversa da Mutsuko com o capitão fujão resultou no colapso emocional deste, algo do qual nunca ouvi falar, mas que com certeza tinha motivos para acontecer. Acho pertinente frisar o quanto isso mostra que o Daigo se importa, nunca deixou de se importar, o problema é que não estava encontrando uma resposta para seu dilema, então daí só o restou fugir, lembrando seus tempos de criança.

O colapso emocional dele nada mais foi que a forma que seu corpo reagiu a toda a pressão que estava sentindo, e não só por ele, mas também pelo peso que é carregar as expectativas de todo um time. Por outro lado, a Mutsuko também reage ao que ocorreu no jogo contra a Tsujidou, mas de forma diferente, ficando com um momentâneo trauma de arremessar ao achar que não ajudou o time.

Ela vai ao hospital para falar abertamente com o capitão/melhor amigo/crush, mas aquela altura o pai já o havia sequestrado, só restando a futura sogra para bater um papinho. Além dos pais, os avós do Daigo também apareceram e confesso que eu curti essa interferência familiar, porque nessas horas é do que a pessoa mais precisa, anda mais quando é uma crise por algo que é de influência dos pais: o basebol.

Você lembra do final da primeira temporada? Acho bem legal como Major 2nd acaba suas temporadas distante dos holofotes de um jogo e foca na catarse de seus personagens, usando para isso um personagem encantador e cheio de coisas bacanas a ensinar como o Goro, alguém que acredito ter passado por muita coisa parecida, mas também diferente, com o que seu filho passou ao reencontrar o Hikaru.

Enfim, o Daigo desabafa e o que ele expõe são os temores de uma pessoa que se acha em um beco sem saída, mas não se dá conta de que o caminho que ele decidiu trilhar quando mais novo nunca o deixaria voltar atrás. Por que ele não abandonou o basebol daquela vez? Por que ele não abandonou o esporte dessa vez? Porque jogar basebol é algo que ele adora fazer, ama de paixão.

E é assim também para seus companheiros de time, que a partir de reflexões diferentes, vivências diferentes e sentimentos diferentes, foram capaz de chegar a uma mesma conclusão. Isso é muito a cara de um time, um grupo de pessoas que têm um gosto em comum, mas pontos de vistas às vezes completamente diferentes, só que conseguem se alinhar rumo a um mesmo objetivo, quer pareça possível ou não.

Para a Anita e a Chisato o basebol é mágico pelas experiências que tiveram com as pessoas que as influenciaram a seguir em frente e as quais elas também foram capazes de cativar de alguma forma. Para o Nishina o basebol é sua alegria, seu orgulho, e ele não está disposto a ficar para trás, a ser feito de bobo em algo do qual gosta tanto. Mesmo a Tao e a Yayoi têm experiências relevantes no que tece ao esporte.

Elas terem começado meio que por acaso faz bastante sentido dada a forma que enxergam o esporte e aquilo que mais as preocupa, suas condições de competirem em pé de igualdade com qualquer um, em verem seu trabalho duro dar frutos. É ainda mais interessante tentar ver o lado delas, pois faz todo sentido que nem todo mundo em um time tenha essa relação quase umbilical que o Daigo tem com o esporte.

Isso não diminui o amor delas pelo basebol, só torna importante pararmos para observar como pode ser difícil manter sua mente sã quando se tem mais dificuldades que a maioria. A Kandori, por exemplo, passa um perrengue ainda maior devido a sua condição física e inexperiência, mas mesmo assim se diverte ao jogar com todos e trás esse entusiasmo de quem não se permite dar por vencida mesmo após uma rasteira tão grande.

E não podemos esquecer da Chiyo-nee, que mesmo sem saber influenciou a irmã a se dedicar ao esporte e não tem como não se preocupar com a vice capitã após tê-la visto expor seus sentimentos. A Chiyo cada vez mais se importa com o time e as pessoas que estão nele, e não podia esperar menos de quem se propõe a ser a manager, mas a gente sabe que vai acabar jogando até pela falta de mão-de-obra.

São muitos sentimentos diferentes, alguns se chocam, outro se alinham, mas a única certeza que podemos ter é que, como muito bem fala o Goro, o Daigo tem muitos méritos em sua jornada como capitão/técnico/receptor da Fuurin, mas não é o que basta e ele precisa encarar a realidade sem desanimar, sem fugir. Por quê? Porque ama o esporte e há muito não está mais sozinho nisso, ele tem um time que o apoia e depende dele.

Essa é a catarse final da segunda temporada de Major 2nd, a percepção dos jogadores da Fuurin de que eles são um time. Sendo assim, precisam compartilhar das coisas boas e das coisas ruins, ceder e contestar, cobrar e se doar. Sem esse choque de sentimentos eles não podem ajudar uns aos outros a curar seus traumas, a melhorar enquanto atletas e pessoas, viver o esporte que tanto amam e aprendem a amar dia a dia.

Por fim, foi uma temporada linda e emocionante, não havia mais tempo para esmiuçar o “choque” entre os sentimentos dos personagens, então o final poético, catártico, me satisfez demais, foi desajeitado e épico no ponto certo, e com direito a um momento espontâneo (o pulo que simbolizava a união do time frente a objetivos em comum) que é a cara da juventude. Eu me despeço já querendo voltar. Sentindo saudades, mas também muita satisfação.

Até a próxima!

P.S.: Sei que fica a impressão de que o problema do Daigo não foi resolvido, não foi debatido objetivamente até ser zerado, mas o fato é que não faria sentindo ele superar o choque do dia para a noite, aliás, do dia para a tarde. Então sim, é bastante aceitável esse final poético, pois ele já sinaliza a mudança de atitude do Daigo, uma volta ao caminho que trilhava antes, quer haja a dor pelas palavras duras do amigo ou um milhão de anseios pelo futuro, nada o deterá em seu caminho no basebol.

  1. Saudações de um anime que fará falta, muita falta e terminou de maneira poética e esperançosa. O colapso psicológico do Daigo revela o desgaste e o esforço tremendos que fez pelo time, algo que acontece na vida real: o excesso de querer mostrar suas capacidades, qualidades além dos nossos limites. Gostei de como o Goro deu um jeitinho pro filho botar pra fora o que estava sentindo, compreendendo o dilema que teve com as palavras do Hikaru quanto aos seus esforços com o Fuurin. Legal também o time ter chegado a conclusões variadas sobre estar jogando beisebol, pois um ponto muito interessante de “Major” é como o esporte influencia suas vidas, diretamente aos que jogam, indiretamente aos envolvidos com aqueles que praticam o esporte em si.

    No fim das contas, a segunda temporada de “Major 2nd” provou a força que há em um esporte como o beisebol, sua influência e o apoio de pessoas dentro e fora do esporte em si. A OLM, estúdio responsável pela animação, está de parabéns pela evolução dos traços e visuais. Não é do nível de um “Kimetsu no Yaiba” da vida, mas, funciona muito bem.

    Grata pelas suas análises deste anime e nos vemos por aí. Vou deixar aqui o link da resenha de “Major” que fiz, caso queira dar uma olhadinha: http://www.animecot.com/2017/12/resenha-major.html

    • Poxa, vou dar uma lida sim, e me animar ainda mais para ver o anime kkk… E é verdade, essa temporada foi muito interessante em diversos aspectos, de forma diferente tão boa quanto, se duvidar até melhor, que a primeira. Em breve devo fazer a resenha, enquanto a história está fresca na minha cabeça, apesar de Major 2nd ser um anime inesquecível para mim, está gravado na alma. Agradeço muito seus comentários, foi ótimo ter essa companhia, e nos vemos em outros artigos!

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