Adachi to Shimamura – ep 6 – Um natal para recordar
Quem não gosta de ganhar um presente de natal? O presente que eu gostaria de ganhar é um emprego, ou melhor, uma fonte de renda. Deixando o desânimo da vida adulta de lado, precisamos falar do presente da Adachi para a Shimamura, e melhor, da Shimamura para a Adachi também. Além disso, não seria justo não pontuar em que a relação das duas, e a própria Adachi, evoluiu. É hora de date de natal no Anime21!
A Adachi ter pedido ajuda a Hino e ter até saído com ela foi ou não foi um sinal de “evolução” da garota? Eu acho que sim, pois mesmo que ela só tenha feito isso pela Shimamura, é inegável que fez, que conseguiu socializar um pouco mais e melhor. Aliás, ela também não tem mais gazeado aula e foi capaz de pensar em uma programação bem divertida para seu encontro. A Shimamura tem mudado a Adachi, seria a força do amor?
Os presentes de ambas confesso que não gostei, não que eu tenha que gostar, mas acho estranho dar chá e bumerangue a alguém próximo. Só que não sou japonês, não sei se o presente de natal tem a conotação de lembrancinha e tenho a impressão de que elas não se conhecem assim tão profundamente para comprar um presente para a outra sem ajuda. Aliás, por que a Shimamura não disse a Nagafuji para quem era o presente?
Tenho a impressão de que ela ficou com receio de ser mal interpretada, ou talvez só não quisesse compartilhar com a amiga que sairia com a Adachi no natal. Já a Adachi não especificou as circunstâncias, né? Além disso, a Hino me parece o tipo de pessoa que não liga de fazer essas perguntas, mas se importa quando vê a tão preciosa melhor amiga andando com outra pessoa, ciúmes que compartilhou com a Adachi.
A cena das duas se escondendo foi meio engraçada e, apesar do desconforto de princípio, já imaginava que a situação das duplas seria a mesma. Foi legal ver como incomoda quando esse “contrato não falado” entre amigas é violado, até porque a amizade das duplas originais não é nada superficial. A Hino e a Nagafuji se conhecem desde criancinhas, já as protagonistas se conhecem a menos tempo, mas tem uma amizade “intensa”.
Tanto é que basta a Adachi dizer o nome da Shimamura para ficar paz e amor, o sinal de que ela já é uma boba apaixonada e mesmo não tendo se declarado no final, ainda assim, avançou gradativamente em sua jornada para isso. Por outro lado, a amizade da Yachi com a Shimamura júnior também está se desenvolvendo. A dança que a alien fez podemos considerar sinal de intimidade? Esse geração Z (ainda é a Z, né?) é uma comédia.
Curti ver as crianças de novo, mas dessa vez isso ficou mesmo como comédia no segundo plano, porque o foco era do encontro, um encontro em que se precisava de consentimento para dar as mãos (mas a real é que consentimento é necessário para tudo nessa vida) e havia margem para a Adachi divagar sobre a sorte que cruzou seu caminho. Acho essa uma das coisas mais legais da paixão, esse sentimento cálido e alegre.
Você se acha sortudo só por poder ter contato com aquela pessoa especial, só por tê-la conhecido. Vou até roubar uma ideia explorada no excelente sétimo episodio do ainda mais excelente Tonikawa (Tonikaku Kawaii). No anime o protagonista fala que amor a pessoa prova a cada dia, passando a ideia de que você também precisa acreditar e querer, até para fortalecer constantemente o sentimento que se decidiu abraçar.
A Adachi ainda dá uma disfarçada, mas no fundo, e um fundo meio raso, ela está muito na da Shimamura e tem agido de acordo com esse sentimento, tem lutado por ele da forma que pode, até pisando em ovos por saber que a transição da amizade para algo a mais, algo diferente, pode ser bastante perigosa. Aí entra a troca de presentes que deu certo, afinal, mesmo que por linhas tortas o bumerangue ajudou a Adachi.
Ela se “confessou” em um momento lindo que deve ter induzido algumas pessoas a acreditarem que a declaração sairia ali, mas repito o que escrevi em outros artigos, ainda não era a hora, o máximo que faria sentido para alguém como a Adachi, com a personalidade e os receios dela, seria dizer que queria se aproximar da Shimamura. E ela o fez. Querer ser a melhor amiga de alguém não é algo a ser desprezado, né?
Apesar de eu achar que isso é algo que acontece naturalmente, que com o tempo a pessoa saca o quão especial certa amizade é e se torna capaz de chamá-la de melhor amigo(a). Em todo caso, o importante é que a Adachi não perdeu a viagem e “marcou território” no coração da amiga, a qual também considerou a data especial, mas obviamente seria assim, então não é necessariamente um sinal de um “algo a mais” dela, não vi nenhum movimento que indicasse isso. Ainda assim, é inegável que a Shimamura também se encontra envolvida pela Adachi.
E é só questão de tempo até que a coisa escale? É só questão de tempo até que a coisa escale. Independentemente disso, o importante é que o anime segue uma graça, mas uma graça com conteúdo, com reflexões pertinentes sobre a primeira camada das coisas, com personagens que mudam, que amadurecem, ao longo da jornada e um sentimento belíssimo que merece toda a nossa torcida. A Adachi vai se jogar na Shimamura no próximo episódio, para vermos como está ficando mais espontânea. Não é nas pequenas coisas que percebemos as mudanças?
Até a próxima!