1Gekidol é um anime do estúdio Hoods Entertainment que gerou uma certa confusão ao sair junto com um especial chamado Alice in Deadly School. E na verdade nem se tratava do especial todo, mas de uma parte dele (na íntegra só no BD), então não irei comentá-lo neste artigo e nem em um artigo separado, focarei apenas na estreia desse anime que adiciona um tom de fantasia a sua ambientação e deve incorrer no drama de sua heroína principal.

 

“Cinco anos após um desastre que fez Ikebukuro sumir, um grupo de garotas fascinadas pelo Sistema de Material Teatral, que mistura hologramas 3D as performances, sobe ao palco para se apresentar em meio a recuperação da catástrofe. Seria Morino é uma colegial normal que almeja virar atriz desse tipo de teatro e até consegue entrar para uma companhia, mas parece ter problemas mal-resolvidos relacionados a catástrofe em seu passado.”

 

Gekidol não tem valores técnicos maravilhosos nem apresentou um roteiro exatamente envolvente em sua estreia, mas curti muito a ambientação, pois por mais que houvesse fofura e música estilo idol, também havia uma certa tensão, uma certa melancolia, como consternação na tentativa de recuperar um status quo.

O trecho expositivo na sala de aula é conveniente para nos explicar o que aconteceu de anormal naquele mundo, mas a citação ao ocorrido meio que para por aí, sequer é falado se o Sistema de Material Teatral tem relação com a catástrofe que sumiu com Ikebukuro.

De toda forma, é certo que esse acontecimento influenciou não só nessa forma mais espetaculosa de fazer teatro, como em outras áreas, mas isso comentarei mais a frente, antes acho importante falar dos personagens e de como a amiga tsundere que deu o ingresso a Seria logo me chamou atenção e nem foi por ela ser tsundere, mas pelo interesse na protagonista.

Esse seu interesse não necessariamente significa que tenha um gosto assim tão profundo pela garota, pode ser que só tenha se interessado tanto por ela por ver nela alguém que poderia se decepcionar como ela se decepcionou, por se colocar em seu lugar.

Além disso, ela quis impor o que achava melhor para outra pessoa, mas não deu certo porque a manager da antiga companhia da atriz favorita da Seria é bem sagaz e se esforçou um pouco para recrutar a garota. É legal como o Japão faz parecer ser fácil entrar no mundo do show bussiness já que basta ser fofo(a) e alguém ir com sua cara.

Apesar de que a Seira também demonstrou técnica em cima do palco (só não tinha como a manager saber, né), o problema foi o desmaio e seu aparente incômodo com a garota robô. Ao que tudo indica o lance eletromagnético está relacionado a tecnologia do teatro, o robô e o super computador que aparece em outra cena.

Aliás, não teria como não estar, né? Só assim para explicar coisas além da tecnologia que temos hoje. Não entendo como funciona a tecnologia desse mundo afetado pela catástrofe, mas deu para entender que quaisquer mudanças que tenham havido, a sociedade já está se adaptando a uma nova realidade com elas.

O que explica o sucesso não só do teatro, mas o uso de um robô nessas atividades. Enfim, por um momento a Seira pode ter pensado que estava sendo aliciada para algo “indevido’, mas a verdade é que o fim era só teatro mesmo e ter cruzado o olhar com o robô deve tê-la feito acessar alguma memória traumatizante.

Quando vi as fotos na casa dela e ali apareciam duas crianças já imaginava uma história do tipo. Além disso, a família viaja e a deixa sozinha, quais as chances disso ter a ver com trauma pela perca da irmã da heroína? Imagino que seja essa história, mas para entender melhor é preciso que expliquem.

Com uma melhor contextualização desse pano de fundo de sci-fi (e não só dele, não consegui entender direito aquele segundo trecho no início) é possível que o anime siga por territórios mais espinhosos, que tenha momentos mais dramáticos e mistérios mais profundos. Por exemplo, por que tinha um cara vigiando um ensaio de uma pequena companhia de teatro caindo aos pedaços?

Tem coisa aí, mas por ora só poderia supor. O máximo que posso afirmar é que não achei ruim a forma como esse elemento fantasioso fez fundo a trama, mas também foi além, interferindo na vida da protagonista e dando abertura para mais que apenas adornar apresentações teatrais.

Alias, se o trecho inicial ficou ecoando, se repetindo por boa parte do episódio, o trecho que a protagonista encena com maestria e mesmo a dança e canto posterior deram uma bela palinha do que pode o anime, afinal, tem tudo para ser bom ver essas garotas cantando e dançando quer o mundo esteja em risco ou não.

Inclusive, gostei da abertura, mas preferi o encerramento, fosse pela música ou pela seleção de cenas, achei mais empolgante. Contudo, o que eu curti mesmo foi a apresentação das três garotas e como a holografia foi usada, mostrando que não é só de arranjos espalhafatosos que esse tipo de teatro pode viver.

A heroína vai começar de baixo, na companhia em que sua inspiração começou, mas o que o anime vai contar além disso? A história e só o sonho dela sendo realizado aos olhos do público com umas pitadas de drama e talvez horror e/ou mistério, ou esses outros elementos vão assumir mais espaço na trama?

Até que eu gostei de Gekidol, e não só porque sou doido por idols (e as garotas meio que são isso, né?), mas porque ele dá a entender que vai tentar coisas diferentes mesmo com essa veia mais “alegre”, nem que isso ocorra mais no palco que na vida das garotas em si. Em todo caso, estou preparado para a tragédia da protagonista, assim como para maiores revelações relacionadas a catástrofe.

Por fim, não vi nada demais no design do anime (acho até que poderia ser mais bonitinho) ou mesmo na execução da premissa, mas posso dizer que gostei do episódio e vejo algum potencial na história. A Seria é tão fofinha; meio medrosinha, mas ao mesmo tempo corajosa; que não consegui não me afeiçoar a personagem e me interessar por sua história, além, é claro, de querer ver a parte lúdica da coisa.

Até a próxima!

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