A volta das garotas-cavalo não poderia ter sido em melhor estilo em um episódio bem divertidinho, mas capaz de apresentar uma boa história e corrida, ainda que possa fazer algumas ressalvas sobre certos aspectos. Uma Musume é meu xodó, então talvez você me ache um pouco parcial neste artigo. De toda forma, o importante é ter visto a primeira temporada e lido minha resenha dela (que você encontra aqui) antes de ver essa volta tão bacana e dessa vez trazendo como protagonista uma personagem coadjuvante na primeira temporada, a fofa e esforçada Toukai Teiou.

Agora é a vez da Toukai Teiou, uma personagem bem legal de acompanhar na primeira temporada, mas que não era a protagonista e eu confesso não ter me cativado tanto quanto a Golden Ship, por exemplo. Mas é claro que não seria minha favorita a protagonista e sim uma personagem que ainda teria uma história a ser contada. Enquanto a Special Week teve uma temporada para si; para seus fracassos, superações e conquistas; essa s2 dará espaço a Toukai Teiou e deve privilegiar sua rivalidade com a Mejiro McQueen, similar ao que ocorreu com a Special Week e a Silence Suzuka.

Inclusive é similar a amizade e o apoio emocional que uma provê a outra, se desgrudando um pouco das rivalidades clichês comuns em animes. Só achei uma pena que a Special Week tenha ficado tanto de lado, mas fica claro que essa segunda temporada se passa após a viagem da Suzuka até o exterior, então é um momento posterior a época de brilho da Spe-chan, dando lugar a Teiou e seu sonho de repetir o feito de seu maior ídolo, a Symboli Rudolf. Acho que foi uma ótima ideia usar uma história que já estava ali e poderia ser contada que trazer algo novo, estranho ao público.

A chance de dar certo era maior e não só isso, a dinâmica construída entre aquelas personagens e principalmente aquele time, o Spica, ainda dava um caldo. Sim, eu estava com saudades das garotas do time Spica, assim como de seu treinador fanfarrão e das outra garotas-cavalo com todas as suas piadas internas e personalidades estereotipadas, mas nem por isso menos fofas e agradáveis. Tanto é que a ideia de começar com uma visita ao campus em que o time apresentava as coisas para outras garotinhas se valeu muito bem do que essas personagens têm a agregar a esse anime.

Além disso, isso se conectou ao trecho inicial em que a Teiou aparece cercando a Symboli e recebe uma bela dica. Ela já foi como aquelas garotas-cavalo novinhas, então sabe muito bem o que é ter sonhos e como é importante receber esse carinho e respeito, porque a Symboli poderia dizer a Teiou que ela não conseguiria igualar seu grande feito, mas esse não é o papel de uma figura inspiradora, mas indicar o caminho, incentivar dando o suporte possível de acordo com as circunstâncias e o nível de intimidade entre as partes. A Symboli virou uma irmã mais velha/mãe para a Teiou.

Enfim, é esse carinho que ela recebe agora de suas fãs, daquelas que se espelham em seu exemplo, mas também daqueles que apenas torcem por seu sucesso profissional, a curtem por seu carisma e por tudo que deixa no páreo. Algo que ficou muito claro com todo seu trabalho duro a fim de potencializar seu talento. Essas características eu já via na Toukai Teiou na primeira temporada, a diferença é que agora é a vez dela. A Special Week perdeu espaço para a Teiou brilhar e espero que isso seja compensado com uma jornada minimamente interessante. Penso que isso será entregue.

Por que penso assim? Porque a heroína pode ter vencido como venceu, mas aquela deixa para o drama, para a adversidade, foi dada e não duvido que seja aproveitada em sua plenitude, ao mesmo tempo em que, a depender da forma que a situação for construída, pode só elevar o sucesso da Teiou. Porque ela já venceu a segunda das três e parece não ter dito grandes adversidades até aqui, coisa que se ocorrer como promete alavancará e dignificará a grandeza da conquista. Igual a de seu ídolo, mas ela não é a Symboli, então é normal que sua jornada seja diferente da jornada dela.

E nem sei se a Symboli teve seus problemas, é que a história é simplificada e adornada para fantasiar mais em cima do feito. Enfim, isso fica de lado para que eu comente o besteirol haha. A Gold Ship teve seu momento vergonha alheia e eu com certeza ri disso, mas me atentei a outro fato bem estranho… Faz sentido que a Symboli Rudolf, uma moça adulta, ainda esteja no colegial e seja a presidente do conselho? Quanto tempo as garotas-cavalo ficam na escola? Não que isso seja importante, mas se a Teiou a viu ganhar a Tríplice Coroa quando novinha, ela deve ter uns vinte anos, né?

Enfim, é pelo dia a dia de rivalidades, treinamento e zoeiras que acompanhamos o meio do episódio em transição para o ato final, o dia da corrida, no qual as felicitações das companheiras ajudaram a dar confiança, mas a responsabilidade pela forma que deveria se portar na frente da rival e da mentora com certeza pressionou. A Teiou demonstrou uma clara cabeça fria ao analisar a corrida tecnicamente, executando sua estratégia do jeito certo, e claro que sem grandes obstáculos, mas a gente sabe que esse primeiro episódio apenas veio para suscitar a adversidade, não se servir dela.

Talento a Teiou tinha, esforçar ela se esforçou, então como a Symboli falava com sua braço direito, faltava ela ter sorte e ela teve, pois sua lesão só apareceu após a corrida. É claro que foi uma conveniência de roteiro, mas essa foi uma boa, porque deu abertura para um desenrolar interessante, mais ou menos como foi com a Special Week, que obteve sucesso, mas passou por enormes dificuldades e com direito a derrota. Se a Toukai Teiou perder ela não vai conseguir realizar um feito igual ao da Symboli Rudolf que tanto admira, então talvez isso precise ser compensado quanto a ela.

Se ela não vai perder como a Special Week (pelo menos não antes de conquistar a Tríplice Coroa invicta), que os problemas advindos de sua lesão sejam da altura de seu feito. Aliás, se o anime todo for apenas centrado na Teiou e em seu objetivo não tão distante de ser alcançado, pelo menos se não quiserem enrolar muito, temos que ver como a direção irá se comportar porque a primeira temporada foi um agito só e não espero menos dessa segunda. Mesmo que ela participe de outras corridas antes de fechar a trinca, a tensão e emoção que vem delas não deve ser grande coisa.

Por fim, ela venceu, mas, assim como seu técnico e sua mentora, notou o problema e ele deve repercutir antes do páreo derradeiro. Ademais, não posso negar que não gostei muito dos modelos em CG usados nas partes menos importantes das corridas (os achei bem feinhos), mas curti todo, ou quase todo, o resto, igualzinho a primeira temporada. Curti a ideia de elevar a Toukai Teiou ao posto de protagonista, com a Mejiro McQueen em seu encalço, mas faço a ressalva de que a produção terá que se virar para manter o anime interessante. Conseguirá? Estarei aqui para ver isso.

Até a próxima!

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