Garotas lutando contra entidades estranhas e altamente perigosas, tem se tornado cada vez mais comum nos animes e nessa temporada não é diferente. Soukou Musume Senki carrega a história básica de todos os seus irmãos, porém tenta usar alguns pequenos detalhes que podem – ou não – fazer a diferença no que pretende contar daqui para frente.

Sendo franco o episódio não impressionou como eu gostaria, mas digo isso pelo fator ritmo, já que todos os animes de garotas lutadoras parecem fazer as suas estreias debaixo de um mesmo molde, com pouquissimas informações e uma certa confusão expositiva, o que não ajuda nada na impressão inicial de nenhum deles.

Nada sei sobre sobre as sagas de LBX (ou Danball Senki) que servem de base para a história, só que esse spin-off ao menos inicialmente, deixa visível que não será preciso entender as outras adaptações para pegar o raciocínio dessa – até porque as explicações parece que virão involuntariamente por conta da protagonista.

Já aproveitando o gancho dado, a Riko é a famosa personagem normal que não entende nada de nerdices, otakices e coisas do tipo, mas que graças a amiga e o pai, se vê rodeada por isso, aceitando dentro do que pode – ainda que continue igualmente ignorante e indiferente ao assunto.

Inesperadamente a menina é jogada num mundo paralelo e identico ao real, contudo tomado pela destruição completa causada pelos cibernéticos Mimesis, sem qualquer aviso prévio ou explicação lógica fantasiosamente plausível.

O fato é que do mesmo jeito que ela pegou um boneco qualquer, as outras pessoas ali também o fizeram – incluindo sua amiga Mana -, mas só ela foi parar lá e é isso aí, o destino heróico – talvez até trágico – chama.

Algo que me surpreendeu em um certo grau foi o anime não ter medo de se livrar dos seus heróis, já que logo nas primeiras cenas de luta no outro mundo, alguns soldados e uma das garotas armadas morre destruindo um Mimesis gigante. Não sei se isso será um privilégio exclusivo de quem não for protagonista, mas parabenizo a coragem em mostrar que o problema delas é real e letalmente recorrente.

Diferente das outras guerreiras que estão mais habituadas a tudo, a Riko chega armada, poderosa e igualmente inútil, não só por sua falta de habilidade natural, como pela sua burrice em não conhecer nada dos seus armamentos.

Aposto que se fosse a Mana, ela saberia perfeitamente como manejar tudo, mas ao mesmo tempo eu gosto de como foram realistas com a moça, não permitindo que seu protagonismo mexesse com o cenário da batalha, permanecendo imprestável mesmo depois dela tentar bancar a maluca suicida, cabendo as outras resolverem a situação.

Um item bem estranho dessa parte é o momento das transformações – que foram bem legalzinhas por sinal -, porque só essas gastaram 3 bons minutos que certamente poderiam ser melhor aproveitados, então espero que nos próximos encurtem isso.

Durante a batalha, tive a nítida impressão de que os Mimesis são altamente resistentes se comparados a suas inimigas, porque mesmo com qualquer vantagem númerica, tática ou militar que elas possam ter, fica clara a diferença de poder e a dificuldade que elas tem para neutralizá-los – o que também não é ruim para deixar a coisa mais tensa.

Enfim, depois que encontraram tempo para o diálogo e as explicações, o grupo se reúne e explica a Riko a situação atual, no que fiquei instigado pela forma rápida como todas elas assimilaram tudo.

Penso que todas devem ter sido recrutadas da mesma forma aleatória, porque não vejo como elas simplesmente deduziriam que a novata veio de outro lugar, fora as similaridades que compartilham. Como pouco falaram, não sabemos suas origens, mas ta aí algo interessante para o roteiro trabalhar.

No geral eu gostei da estreia, ainda que tenha achado que ela ficou muito no básico, aproveitando pouco do seus diferenciais. As protagonistas se mostraram ok e seguem o padrão, mas tem margem para melhoria, até por conta do que estão vivendo nesse mundo.

Fico curioso principalmente para ver como a Riko evoluirá e se será de forma orgânica, dado o seu desinteresse por tudo, e o fato de ela ainda estar processando se tudo aquilo é uma fantasia esquisita ou a realidade mesmo.

Tecnicamente eu acho que o anime se apresentou bem, os designs das moças são simples porém bonitos, o 2D faz sua função sem apertos e o CG me pareceu bom, ainda que eu não seja nenhum especialista nele.

Vejo que muitos reclamam disso nos animes em geral só porque é 3D e pronto, mas o Studio A-CAT se esforça para mostrar aqui um visual limpo, decente e ouso dizer que até detalhado – as armaduras que o digam, pois são um show visual.

Acredito que se o a animação, o roteiro e a direção se mostrarem seguros daqui em diante, Soukou Musume Senki pode ser uma das surpresas da temporada – ainda que não se torne incrível por isso -, justamente porque é um dos títulos que já está desacreditado desde seu anúncio, mas que ainda tem uma fagulha de potencial para ser explorada e dar certo.

Agradeço a quem leu e até o próximo artigo!

 

 

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