Se eu te disser que não estava esperando pelo que aconteceu nesse episódio você acredita? Apesar de que também seria muito simplório se a Teiou apenas ganhasse mesmo após quebrar a perna. Uma Musume mais uma vez lidou de maneira “interessante” com o fracasso, fazendo a protagonista experimentá-lo antes de atingir seu objetivo. Desculpa a demora com o artigo, foi uma correria de primeiras impressões no blog. Sem mais delongas…

A forma como lidaram com a lesão da Teiou me agradou bastante, porque ela mesmo encarou a situação com muita maturidade e até irreverência. A confiança dela era tão grande em sua recuperação que perseverou até o fim, mas aceitou a impossibilidade de correr. Para mim ela não foi artificial e nem excessivamente madura dado seu perfil, demonstrando a tristeza e o conformismo quando só a restava isso, mas não fugindo em nada da corrida.

A decisão dela em se recuperar para a corrida era o esperado e me deu esperanças de que fosse dar certo, mas com quanto mais o tempo passava e menos parecia real o surgimento de uma método milagroso, mais eu ficava preocupado e também cativado pelo desenvolvimento da recuperação e da própria personagem, afinal, o tamanho dessa adversidade poderia derrubá-la por mais tempo e certamente dificultou seu sonho, mas não o parou.

Para isso, para tornar esse episódio agradável mesmo em meio a um desenrolar tão potencialmente tenso, alguns elementos foram imprescindíveis e os elogio bastante dado o equilíbrio que trouxeram a narrativa, fazendo rir em alguns momentos, mas sem esquecer do peso por trás da situação. As amigas tentaram ajudar, cada uma a seu jeito, e até a Suzuka fez uma call com a Teiou e a Spe-chan para dar dicas de como lidar com esse tipo de lesão.

Dessa forma o tempo ocioso da garota foi sendo ocupado e tenho para mim que nada foi desperdiçado ou usado apenas para a mera comédia, pois, por exemplo, por que não aproveitar a leitura da corrida aparentemente aprimorada que a Teiou teve ao observar as outras garotas correrem e imaginar como a corrida poderia se desenrolar com ela lá Isso pode trazer um novo senso de posicionamento a personagem, uma arma a mais em seu arsenal.

Além disso, ficou claro como ela é apaixonada por corridas e como tem um psicológico forte. Ela não quer correr apenas para igualar o feito daquela que idolatra, ela realmente ama o que faz, mas esse sentimento não a deixou a deriva diante do fracasso, uma construção não tão comum de ver já no primeiro momento após a perda. Claro, isso se deve a ela ainda ter a chance de cumprir seu objetivo, mas não vai ser da mesma forma, obviamente que não.

A Toukai Teiou mostrou um outro lado seu que a gente ainda não conhecia, o qual me agradou bastante, porque pode não ter desembocado em um grande drama, como nem acho que combinaria com o anime, mas também não desprezou a frustração e toda a tristeza que naturalmente viriam com o fracasso, quer a pessoa ainda tenha uma chance de sucesso ou não. Sei que não foi um desenrolar exatamente espetacular, mas foi bem bacana, vai negar?

Parte de mim ficou até surpresa, a outra parte acha que não haveria muito como alongar a história sem isso, afinal, já no segundo episódio ela iria correr a última corrida das três que cumprem sua meta, então a única forma era atrasar esse feito usando não só uma lesão, mas também uma não participação da prova naquele momento. E Uma Musume já provou que sabe lidar com time skips, como fez dessa vez, sem tanta profundidade. mas dando as pinceladas certas.

Como último comentário, a vontade da Teiou de ver a corrida ao vivo, encarando de frente um símbolo de tristeza e inconformismo para ela, só deu ainda mais liga para a personagem, pois corroborou com o que havia sido construído sobre ela até aquele momento, equilibrando a frustração com motivação vinda de sua paixão pela corrida. Não à toa ela “corre junto” com aquelas que seriam suas adversárias em uma sequência sublime, muito bem animada e emocionante.

Enfim, a resposta dela frente a sua tristeza não poderia ter sido melhor e se não acho que será o suficiente para encher dez episódios (imagino que não demore tanto a ela completar a tríplice coroa ainda invicta), abre caminho para outros desenrolares, talvez até a definição de um outro objetivo. Se não isso, talvez mais tempo para outras personagens ou outras dinâmicas? De toda forma, o futuro é promissor, a derrota de agora foi o combustível para a vitória de amanhã.

A qual será ainda mais gratificante e interessante se aproveitar a nova compreensão que ela adquiriu sobre correr no tempo em que ficou parada, seja em suas pesquisas, na prática de novos exercícios ou mesmo a na leitura mais perspicaz do ato de correr competitivamente propriamente dito. Esse episódio propôs uma expansão de possibilidades que não teria como vir de outra forma mesmo, além de dosar o “fracasso” e o “sucesso” quase que com excelência.

O que esperar da sequência do anime é óbvio, já saiu o terceiro episódio, mas ainda não assisti. Em todo caso, tenho certeza de que a produção seguirá com muita qualidade técnica (visual e sonora, como de praxe) e de roteiro, o qual apresentou boas sacadas e equilíbrio em toda sua simplicidade e simpatia. Uma Musume pode ter uma ideia estranha, até absurda, mas é um anime muito pé no chão, fofo e extremamente prazeroso de se assistir.

Por fim, não tem como não elogiar as cenas em que ela diz ao treinador para desistir, emocionalmente se envolve com a corrida da platéia e diz depois ao mesmo treinador que não vai desistir do seu sonho. Foram momentos sublimes e muito recompensantes, cada um a sua maneira, sendo o da decisão de seguir o que havia sido prometido, por mais duro que fosse, o mais amargo de se acompanhar. Só que ainda assim esse amargor despertou o anime para desenrolares mais interessantes, que peço que acompanhe comigo aqui no blog ao longo dessa temporada.

Até a próxima!

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