Começo mais um artigo de mais um anime em mais um belo domingo da seção especial. O Filme em destaque responde pelo nome de Hirune Hime Shiranai Watashi no Monogatari e fortemente recomendo que é um filme tanto faz, bonitinho, mas tanto faz. Vamos a uma conversa sobre a obra.

 

 

O central em Hirune Hime, obra de 2017, é o carisma de sua protagonista, que sim, sem dúvidas é uma garota gente boa. Atende pelo nome de Kokone e tem um sotaque adorável.

Kokone mora com o seu pai, sendo revelado que sua mãe infelizmente já faleceu. Seu pai é um sujeito meio neutro, na verdade, fora Kokone, Morio, seu melhor amigo masculino, e o antagonista Watanabe, todos os demais personagens desse anime carecem de sal.

 

 

Seu pai é gentil, um mecânico que costuma ajudar os necessitados aceitando até mesmo alimentos como pagamento, o que incomoda um pouco Kokone, mas nada realmente denso ao ponto de mover a afável relação que possuem, a sintonia de ambos é amena e sem surpresas.

Toda vez que Kokone pega no sono, somos levados a um mundo paralelo fantástico, uma cidade-reinado onde os carros imperam resolutos. Nesse mundo Kokone é uma princesa com poderes mágicos que oferecem vida às máquinas, ou outros objetos inanimados, como o seu ursinho de pelúcia e companheiro, Joy.

A princesa o mundo dos sonhos é uma rebelde que gostaria de mudar a relação dos cidadãos com os seus veículos, entrando em conflito direto com o conselheiro do reino, e mesmo com o próprio rei, mas tudo isso é só um tempero na história, pois o real problema que desperta nesse mundo dos sonhos é um Kaiju misterioso que começa a atacar a cidade e a destruir o lugar.

 

 

Para além de Kokone, temos um outro trabalhador diferenciado, um homem que repele os carros e prefere motos, ele nada mais nada menos, representa o próprio pai de Kokone nesse reino fantástico, e com sua aparência descolado e sua jaqueta de couro com logo de pirata, auxilia a Kokone do mundo dos sonhos, ou é auxiliado por ela, para que, por sua vez, se infiltrem e tentem tomar as rédeas dos poderosos, mas mal utilizados, veículos meca do reino de Heartland.

Voltando ao mundo real, onde Kokone enfrenta o último ano do colegial e está prestes a partir para sua vida adulta, os eventos que a circundam são a apatia otimista e a nostalgia resignada, é uma garota de grande espírito com bons amigos e muito feliz.

Seu pai, entretanto, está sendo perseguido por Watanabe, o CEO da empresa de um senhor que no decorrer do filme se revela ser o pai da mãe de Kokone, Ikumi, uma filha destemida e apaixonada que tentou iluminar a empresa de seu pai, uma montadora de automóveis, renovando o pensamento retrógrado e conservador ali instalado.

 

 

Infelizmente Ikumi não é bem sucedida, mesmo que tenha se esforçado ao ponto de desenvolver uma tecnologia revolucionária de programação que consegue automatizar perfeitamente todos os veículos, ou seja, dispensando a necessidade do motorista.

Ikumi vem a falecer em um acidente de automóvel, mas os detalhes não são explicitados; a única coisa que sabemos, é que ela deixa para o seu marido, um dos antigos trabalhadores da fábrica de automóveis de seu pai, e amor de sua vida, os segredos do programa de carros autônomos. Momotarou, pessoa com a qual efetivou uma família, é então o motivo principal pelo qual Ikumi abandonou Isshin, seu pai, e a empresa onde acenderia como sucessora.

Esse programa deixado por Ikumi é aperfeiçoado por Momotarou, que agora domina a automação completa dos veículos, e assim o faz para todos os seus clientes em sua oficina singela e humilde.

 

 

O conflito central do filme é devido ao CEO, o Watanabe, que visando esse programa deixado por Ikumi, e em desespero, persegue Momotarou, usando diversas artimanhas para botar as mãos nessas informações. Watanabe está sob tremenda pressão, pois a empresa de Isshin é responsável pelo evento de abertura das olimpíadas de Tóquio, que em breve ocorreram, e nesse evento inaugural, a empresa deseja demonstrar o avanço e as conquistas no campo da automação dos carros, mas vem tendo dificuldades em efetivar esse projeto, o qual, a cada dia, se transforma em um possível fracasso.

Kokone, por um acaso e apenas um acaso, acaba ficando em posse desse programa e do tablet onde ele está instalado. A jornada da garota é simples, libertar o seu pai das artimanhas de Watanabe, resolver o seu conflito com o seu avô, que ainda se mantém parcialmente preso ao rancor por ter sido abandonado pela filha Ikumi, e consolidar a entrega dessas informações diretamente a empresa, sem passar por Watanabe, o sujeito ardiloso e afobado que interpreta o papel de antagonista no filme.

O mundo real e o surreal se misturam para revelar que a história da princesa mágica em fuga e em combate contra o grande Kaiju, na realidade era ninguém mais ninguém menos do que a própria mãe de Kokone, Ikumi, que representa o seu rompimento com o seu pai, Isshin, e o seu conflito e resolução ao se entregar a uma vida familiar e de afeto ao lado de Momotarou.

 

 

Kokone é apenas uma expectadora da alegoria fantástica de seus sonhos e delírios. Sonhos, os quais, acabam substituindo a narrativa do mundo real, a sobrepondo em uma miscelânia certamente um pouco confusa, que deságua em um desfecho um tanto estranho para um filme um tanto estranho.

O mais interessante nesse filme, que tem um real roteiro bem feito, fica realmente a cargo de um ou dois personagens mais interessantes, como Kokone, e Morio, ou mesmo a mãe de Kokone e sua magia, que no caso é tanto a programação e automação dos veículos, no mundo real, quanto a animação e controle das máquinas, no mundo da fantasia.

É um filme fraco, sendo bem sincero, até mesmo frustrante e sem rumo, não sei ao certo nem se recomendo, pois o mais divertido acaba por ser a sua estética e um ou outro elemento de caracterização. Em amplitude total, é um filme qualquer coisa.

Mas é isso pessoal, até uma próxima, e fiquem bem, fiquem em casa se possível.

 

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