Mais um episodio que começou bem e acabou bem triste. Não é possível que a Teiou não dê uma virada nessa reta final, diria até que a insistência na desgraçada dela aponta para uma volta por cima daquelas. Qualquer que seja o desfecho confio na equipe de produção. Vamos lá!

Não tenho o que falar da Gold Ship de lider além de que adoraria ver ela sendo levada a sério em algum momento na franquia, assim como adoraria ver a Teiou voltando a correr já nesse episódio. Contudo, entendo a escolha narrativa de adiar essa volta e investir em mais uma lesão.

Não dizem que quanto mais funda é a queda maior deve ser a subida? Além disso, Uma Musume 2 já deixou há muito de ser uma história sobre a realização de sonhos, agora é uma questão de sobrevivência da heroína dentro do esporte que ela adora praticar e ao qual dedicou a sua vida.

Foi fofinho ver ela desafiando a Rice, que ficou boiando porque a lesada da Teiou não percebeu que elas já haviam corrido juntas, mas desses primeiros minutos do episódio pontuo mais o espacinho dado ao trio BNW. Serão elas o Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar dos páreos?

Não, não dá para fazer esse tipo de comparação, no máximo acho que a necessidade de resenhar os OVAs que elas protagonizam já se tornou urgente, afinal, nessa segunda temporada foram naturalmente inseridas na história, um pouco como é com a Twin Turbo e seu time Canopus.

O desafio da Twin Turbo é o tipo de coisa que dava para esperar da personagem e sua situação, de disputar uma corrida G3 e não uma G1, me fez prestar atenção em algo que havia deixado de lado até aqui, que é o papel do Canopus no anime, dessa vez um time “desafiante” naquelas.

Espero que até o final da temporada elas vençam ao menos uma corrida em cima do time Spica, nem que seja em cima do alivio cômico GolShi ou da escanteada Spe-chan, porque é inegável que, diferente do time rival da primeira temporada, o Canopus meio que não faz frente ao Spica.

Isso não é exatamente um problema e é de se entender dada a fama que o Spica alcançou; que o fez atrair a rivalidade de um time menor, como o próprio Spica foi um dia; mas confesso que gostaria de ter visto mais do Canopus, que mal rivalizou, acabou provendo mais apoio ao seu rival.

Como ainda restam quatro episódios talvez o anime dê uma mudada nesse aspecto, assim como precisa mudar no que tece a sua heroína, que passou da culpa que sentia por “decepcionar” seu ídolo a definição de um novo objetivo, vencer sua rival, e então uma decepção arrebatadora.

A terceira fratura trouxe consigo um grande clima de luto como se a carreira da Teiou tivesse acabado com ela, o que é um pouco difícil cravar no esporte, afinal, quantos exemplos de recuperações incríveis não vemos o tempo todo e em todos os esportes? Tem o Fenômeno para provar…

Talvez as lesões terem ocorrido de forma consecutiva, sem dar tempo da Teiou voltar a correr e emplacar resultados, faça com que o público em geral perca ainda mais a fé na recuperação da grande corredora que ela “foi,” mas é justamente isso que deve abrilhantar seu comeback.

Porque se ela conseguir voltar, competindo e vencendo em alto nível, isso dará ainda mais notoriedade ao seu feito. Se esse clima de melancolia em torno de sua figura for revertido o nome de Toukai Teiou ficará gravado na história tão quanto ficaria com uma invicta tríplice coroa.

Enfim, a vitória da McQueen na Takarazuka Kinen foi um golpe ainda mais duro na auto-estima da Teiou, mas acredito que qualquer que fosse o resultado ela desanimaria por sequer ter podido estar no páreo. O que pega é que o objetivo da Teiou passou a ser uma McQueen inalcançável.

Inalcançável do ponto de vista da Teiou, que vestiu uma máscara de confiança e ânimo que muito dificilmente era verdadeira e, na real, não faria sentido caso se mantivesse porque foi a terceira vez e há um risco de ser definitivo. Mesmo se ela voltar a correr vai ser difícil voltar ao alto nível.

Antes do clímax desse episódio toda a construção apontou para isso, para uma crescente melancolia que em algum momento engoliria a Teiou e a faria transbordar como fez. Suas lágrimas estavam engasgas desde que o azar a abateu, até por não ser a primeira vez, mas poder ser a última.

A construção da cena foi toda simples, mas excelente, e destaco as palavras da McQueen, que me marcaram demais e nos enchem de esperança por uma recuperação completa da Teiou. Aliás, ela deve se recuperar e arrasar no final, qualquer um apostaria nisso, e será melhor se for assim.

O detalhe é a forma como a trama indica isso ao público, o que ela fez mais por simbologia, por intenções, que necessariamente dando alguma pista palpável de que a recuperação da heroína é viável. As palavras da McQueen, que dão título a este artigo, catalisaram bem esse sentimento.

A McQueen não sabe se a amiga vai se recuperar, ninguém sabe na verdade, não pode saber, só o que ela pode e deve fazer é dizer palavras que passem confiança, as quais, ainda que pareçam ter surtido o efeito contrário de imediato, devem motivar a Teiou a embarcar em mais um desafio.

Mas é claro que antes disso se espera uma jornada de reencontro da Teiou, mais uma nesse anime. A diferença é que dessa vez ela não tem para onde correr, se puder correr, né. Ou ela desiste ou decide lutar para voltar a correr e as belas palavras da McQueen devem ser seu combustível.

E é disso que rivalidade trata, é o que é o esporte e sobre o que versa o anime; que não é uma história sobre trajetórias ou vitórias perfeitas, mas trajetórias e vitórias alcançadas com muita dignidade, engrandecidas pelo fracasso e pela superação. Foi assim na S1, espero o mesmo nessa S2.

Até a próxima!

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