O ácido nítrico tanto produz o composto que despetrifica, quanto a pólvora capaz de matar, e foi por esse ácido que essa batalha de 20 segundos de Dragon Ball Z (que demoram uma eternidade para acabar) começou. No meio do episódio essa primeira batalha foi vencida, mas a guerra ainda não e é sobre isso tudo que escreverei agora. Sem mais delongas, vamos a esse choque de ideologias excitante!

Além do tempo extremamente distorcido, um clichê que não vejo muito porque criticar, o que vimos na primeira metade do episódio foi o desenrolar do conflito, o qual foi bem interessante pelos preparativos do Senku e os cuidados de todos para não matar ninguém, o que diante do cenário que nos foi apresentado me pareceu bem razoável. Digo, não tinha porque ninguém se matar ali, ainda mais sem o Tsukaa e o Hyoga.

Destaco três coisas nesse conflito: o canhão de choque, uma baita ideia que o Senku teve prevendo as armadilhas e que o tanque não resistiria a elas, a captura dos fugitivos ter sido feita pelos traidores do Império Tsukasa, que sabiam o que esperar de quem poderia informar o chefe do ataque, e o grito do Taiju, que não sei se foi exagerado, mas sendo Dr. Stone não duvido que tenha sido uma forçadinha de barra de leve.

Comparando com outras coisas do anime, como reviver pessoas que foram despedaçadas quando estátuas de pedra, acho que isso passa ileso. O importante é que dentro dos 20 segundos mais longos dos últimos tempos nos animes o Reino da Ciência foi capaz de tomar a caverna milagrosa sem fatalidades de nenhum dos lados. Mas a gente sabia que não duraria muito e que a vitória veio para dar lugar a adversidade.

Não teria como ser de oura forma, né, não com o Tsukasa e o Hyoga vivos e fortes, e até fez sentido que eles não tenham aparecido durante esses 20 segundos, afinal, o Ukyo avisaria. Aliás, foi justamente ele, o pacifista, o primeiro a ser atingido de forma aparentemente fatal. Ele não deve ter morrido, mas não é meio cruel que logo ele corra risco de vida e que ninguém tenha ligado até o final?

Tudo bem que a coisa se desenvolveu bem rápido, mas poxa, ele se meteu no meio da flecha que atingiria o Senku. Acabou que o Ukyo salvou o dia, dando a chance da nostalgia tão impactante para o Taiju (afinal, foi ali que a jornada dele e de seu melhor amigo começou) não se tornar sinal de mau agouro. Não que a gente não saiba que vai acabar tudo bem, mas o “como” pode não ser o melhor possível, né?

Enfim, se não há muito de interessante o que comentar sobre o episódio, posso escrever que achei a segunda parte bem chatinha pela enrolação até aquele final com o movimento do Senku e do Tsukasa, algo que poderia ter sido mais dinâmico. Um foi para dentro da caverna atrás de dar um jeito na situação usando a ciência, o outro desceu da árvore até o seu inimigo com a força bruta que usa para revitalizar o mundo.

No fim, tudo se trata de um choque de ideologias em que claramente a do Senku é a mais razoável e menos questionável, mas se a gente pensar em como o ser humano usa a natureza e a ciência em si para propósitos escusos, dá até para questionar um pouco o Senku sim, ou se não isso, taxá-lo de sonhador, mesmo ele sendo alguém extremamente racional. Mas sim, negar a ciência e acreditar nos jovens não tem comparação.

Negar o progresso é uma baita tolice, além de, repito, nada garantir que as novas gerações desse purificado mundo de pedra não se corrompam com o tempo. Eu diria que a ideologia do Tsukasa teria alguma chance se não se tratassem de humanos. Aliás, ele falou em jovens puros de mentalidade, mas então por que despetrificou o Yo? Ele definiu um limite de idade ou é pela aparência?

Tudo bem, foi pela utilidade que ele esperava que o sujeito tivesse, mas ele não se encaixava no que o Tsukasa abomina? Não sei se isso é caso de hipocrisia do Tsukasa ou só furo de roteiro mesmo, mas, de toda forma, deixo aqui registrado que por mais que goste do Tsukasa e do que ele provocou na trama de Dr. Stone, a ideologia dele é uma barca furada. A do Senku pode não ser perfeita, mas a do Tsukasa é ridícula mesmo.

Por fim, até curti o episódio, não acho que o tempo zoado seja digno de reclamações profundas, nem que o desenrolar mereça elogios notáveis. A primeira parte foi mais criativa e divertida que a segunda, que enrolou demais para chegar ao óbvio. Dentro da caverna a treta vai tomar forma e vamos ver como vão desenrolar a questão em mais três episódios nos quais conheceremos o “dono do pedaço” nesse mundo de pedra.

Até a próxima!

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