Diferente da disputa com a Katori que embora tenha tido o seu nível de dificuldade, a vitória tinha um rumo mais certeiro para a Tamakoma-2, essa daqui está num nível de movimentação tão intensa, que dá para sentir a pressão de quem realmente não faz parte do topo a toa.

Esse episódio é tão dinâmico que fica difícil não manter a atenção e se alguém tiver dado um vacilo, melhor voltar a cena porque em 3 segundos perdidos já teve algo legal acontecendo e é bom catar esses detalhes – eu mesmo passei por isso em um trecho da luta.

Entre vários bons momentos, confesso que para mim a maior surpresa é o desempenho da Chika pós acordo o chefe Kido. Eu pedia muito para que aos poucos ela começasse a contornar o próprio medo de atirar nas pessoas e acho que apesar de este ser um caminho longo, a menina consegue me apresentar mudanças que aumentam o meu otimismo quanto ao crescimento dela.

Quem quiser que discorde, só que eu achei os truques dela de um brilhantismo único, ressaltando que o Osamu não é a única mente pensante do grupo e que ela pode sim, sobreviver sem depender tanto dos outros dois – como foi desde que começaram a equipe.

O uso do “Hound” puro, embora não tenha sido feito como se deve, ao menos serviu para vermos que em situações extremas, ela é capaz de arriscar mais, mesmo ainda não largando uma bala direto na cara do inimigo. Acho que esse recurso é um bom começo para quem não atirava nem de raspão no coleguinha.

O Kuga continua ótimo como sempre, conseguindo arrancar uns pontinhos com a sua boa visão de jogo e oportunismo nato, afinal não é qualquer um que sabe se valer de uma boa confusão para passar despercebido mesmo sendo um alvo direto dos outros times. Assim como dizem sobre a educação, imagino que essa é uma característica que deve vir de berço em um guerreiro.

Gosto de como ele não pensa com desespero, porque no meio de vários alvos fáceis, ele foi cirúrgico ao eliminar aquele que mais ofereceria perigo a longo prazo e a longa distância – que na percepção é o ponto fraco do Esquadrão Ouji. Rapidamente pensei que isso poderia prejudicá-lo por dar vantagem as outras duas equipes, mas graças ao apoio do Osamu e da Chika, isso se reverteu favoravelmente.

Falando do Osamu, o episódio mostra que embora ele use muito do seu cérebro, ele ainda precisa melhorar bastante a questão física. Não sei se é apenas uma impressão minha, mas agora começo a crer que o problema do Osamu não chega a ser exatamente o seu pouco trion, e sim a pouca habilidade corpo a corpo que ele tem.

O capitão Ouji o enfrentou diretamente utilizando pouco de seu potencial como shooter e explorando mais o seu lado attacker. Ali pude perceber que mesmo tendo a oportunidade de construir uma vantagem pela distração do mesmo e os ataques frontais com a espada, ele simplesmente não consegue fazer frente ao adversário, porque é lento e parece não saber se movimentar se não pelo “Thruster”.

Admiro os esforços dele e aprecio o fato dele não ser esse protagonista que excede a compreensão humana, usando o intelecto para criar a força que não tem, porém acho que mesmo com suas limitações, é chegado o momento em que ele precisa focar em criar um repertório de combate desarmado, ou um treinamento qualquer que reforce a sua movimentação, porque é uma pena ver como a criatividade dele não segura o rojão sozinha.

No mais, o episódio é bom em construir a tensão em cima do quão poderosos são o Ouji e o Ikoma, especialmente o segundo, pois eu achava que apenas o Kei sabia fazer aqueles malabarismos com uma kogetsu na mão. Continuo achando engraçada a falta de noção dele, no entanto reconheço a brutalidade do sujeito.

A animação estava maravilhosa e novamente elogio desempenho da Toei, que até aqui tem feito um ótimo trabalho. World Trigger merecia esse tratamento premium, especialmente nesse arco das batalhas raqueadas e é isso que estamos ganhando, eu curti muito toda a movimentação, os efeitos, a consistência, e já quero ver o que mais eles vão entregar no último episódio e nessa luta tensa.

Julgando pelas perdas dos três lados e o potencial latente de cada lutador – tanto de perto, quanto a longa distância -, arrisco o palpite de que o Ikoma fica entre os últimos a saírem do campo, isso se não sair vencedor da partida, porque a habilidade que ele tem “é osso” e o coloca numa posição confortável dentre os que sobraram.

Quero confiar que a Chika com as suas manobras inesperadas possa ser uma zebra e me surpreender ainda mais, mas como ela ainda não “mata”, temos uma possível barreira ao momento de glória dela. Então, que ela brilhe nas estratégias para auxiliar quem pode dar conta do recado e salvar seu time de uma outra derrota que pode cagar a expedição.

TRIGGER ON!

 

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