Kyuukyoku Shinka shita Full Dive RPG ga Genjitsu yori mo Kusoge Dattara (Full Dive: The Ultimate Next-Gen Full Dive RPG Is Even Shittier than Real Life! ou só Full Dive) é um anime do estúdio ENGI que estreia nessa temporada de primavera de 2021 e tem simulcast da Funimation.

Na história conhecemos Hiro, um adolescente que se diverte jogando VRMMORPG até um belo dia em que é convencido por uma vendedora maluca a comprar um jogo de dez anos atrás quando queria a nova versão de seu game habitual.

O que Hiro não poderia saber é que esse VRMMORPG antigo é realista demais, da humanidade dos NPCs ao senso de dor passando pelas confusões, prepare-se para embarcar na aventura de RPG de realidade virtual mais estressante que você já viu!

Full Dive é aquela comédia de VRMMORPG da temporada que é bem fácil você curtir se gosta de comédia, claro, e também da cultura de animes com fundo de realidade virtual que só cresce no Japão. E sabe o que é mais legal? O anime é tecnicamente e narrativamente bem feitinho.

A animação da estreia ficou muito boa e os elementos visuais foram bem dispostos dentro das situações diversas, principalmente puxando para a comédia, o grande apelo da empreitada. Curti até mesmo o ecchi, mas daqui a pouco comento sobre esse tópico.

Antes, queria falar das circunstâncias do protagonista, pois é dado a entender que ele tem um trauma do passado e até por isso gasta muito tempo jogando e não no clube de atletismo como aparentemente fazia antes. Resumindo, o herói tem pano de fundo triste. mas não é só isso.

Talvez em algum momento o anime trabalhe melhor o problema que ocorreu no passado dele, talvez não, mas dá toda a pinta de que ele não é apenas esse drama. Hiro joga porque quer porque gosta, ou melhor, gostava, afinal, sua acomodação é o que o leva a cair no charme de Reona.

A esperta e hiperativa atendente da loja de games argumenta com o garoto e inclusive joga um charme para ele criando uma situação absurda, mas o que esperar de um anime desses senão isso? Além disso, no fundo, ele só cai na lábia dela porque já estava entediado mesmo.

A construção da situação, com ele saindo do colégio após uma reunião vocacional malsucedida e depois sendo roubado pelos valentões da escola, dá uma dimensão do quanto o protagonista é um “perdedor” apesar da aparência polida e da desenvoltura que tem para se comunicar.

Ele é da escola do Subaru? É, mesmo se considerarmos que um mundo de jogo e um mundo de fantasia são coisas diferentes, mas não tão diferentes, afinal, ambos são bem realistas e problemáticos na mesma medida. Não tinha outra, o jogo tinha que ser uma cilada, né.

Mas antes de falar do melhor do anime, posso dizer que gostei de como a narração frisa o passo atrás dado na questão do hiper-realismo nesses games. Parece surreal deixar de lado um jogo que simula uma vida real beirando a perfeição e privilegiar jogos menos realistas, mas faz sentido.

Por quê? Porque a vida real é uma merda. Vai me dizer que você que sentir dor ao jogar um game? E você pode até ser o maluco que iria querer, mas não dá para contar que a maioria, que não é gamer e se for não é tão hardcore assim, optasse por usufruir de um jogo assim.

Sendo assim, faz realmente sentido esse cenário em que a realidade virtual segue em voga, mas não de maneira tão realista assim. O que é bizarro é um jogo hiper-realista de dez anos ter, aparentemente, poucos jogadores e, ainda assim, continuar funcionando, não acha?

Então não estranho que um dos problemas da trama seja um eventual encerramento do game, além de que a necessidade de novos jogadores justificaria a tentativa alucinada da Reona de trazer o Hiro para ele. Enfim, Full Dive parece ter uma razão razoável de ser como é…

Assim como achei o ecchi da empeitada (porque peito não faltou nessa estreia) bastante razoável. Não era necessário, mas a questão nem é a necessidade ou não e sim o uso. Não é usado para erotismo barato que no fim não excita ninguém (ou quase ninguém) e sim pela comédia.

Okay, não foi usado tanto para a comédia nesse episódio, mas imagino que contribua mais para o apelo cômico da obra, afinal, o encerramento dá um bom enfoque em quatro heroínas que devem disputar o coração do herói (ou sua cabeça) e fazer a alegria (ou o desespero) dele.

Os peitos da Reona são ridículos de tão grandes, mas são tão exagerados, tão exagerados que não tem como levar a sério. A ruiva vai usar roupas minúsculas, é estilosa e parece perigosa; compro a ideia. A irmã deve ser de criação, então super engulo se ela entrar na roubada.

Sobra a NPC que vira yandere após o irmão ser morto daquela forma tão ridícula, não sei como ela pode se aproximar dele romanticamente, além dela ser uma NPC, né, apesar de que isso talvez nem faça diferença já que o mundo do jogo é tão realista, e ela é a amiga de infância…

Tem personagens femininas de vários tipos que devem explorar estereótipos diferentes e com isso agradar a vários gostos. Mesmo em comédia refletir sobre o uso do ecchi é válido, sempre é, mas tem obras em que acaba sendo apenas mais um detalhe e foi o que me pareceu aqui.

Quanto a cadeira que nem precisa de capacete, achei aquilo sensacional, mas é claro que o mais importante se deu quando ele entrou no jogo e se desenvolveu toda aquela dinâmica estúpida, mas que me divertiu bastante. Não ri o tempo todo, mas gostei das piadas e daquele desenrolar.

Por fim, os exemplos de dor que o prota teve e o próprio bad end que acessa ao ganhar a alcunha de assassino do melhor amigo dão uma dimensão do quão zoeira e merda vai ser a experiência dele no jogo. Para a nossa sorte e o azar dele, mas quem sabe ele acaba se divertindo?

Até a próxima!

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