Olá, se você acompanha o blog deve me conhecer, se não, sou o Kakeru17 (nickname, claro) e vou cobrir My Hero Academia (Boku no Hero Academia) 5 aqui no Anime21. O redator das temporadas anteriores (meu xará, inclusive) está ocupado com o trabalho e não vai poder seguir escrevendo os artigos sobre esse belo shounen do qual sou muito fã (mas não vou me furtar de ser critico quando preciso, garanto).

Deixei acumular dois episódios, pois saiba que o primeiro seria um recap ou se muito, um episódio original que na verdade ainda é um recap. Foi a segunda opção, e é verdade que está em cima da hora do terceiro episódio sair no momento em que é lançado este artigo (foi mal aí), mas o importante é que tenho muito o que falar sobre a volta de Deku e seus bluecaps. Garanto me esforçar para compensar a demora. Vamos lá?

Não sei se você percebeu, mas agora o trecho introdutório do anime tem o Endeavor como o herói destaque e não mais o All Might. Bem, já era hora. Na verdade, talvez já fosse assim na quarta temporada, mas confesso que não lembro e me alentei para esse detalhe agora. De toda forma, o que comentar sobre a primeira metade do primeiro episódio? Que adorei a nova abertura e o treino de emergência até que foi uma boa ideia?

Adoro músicas arrasa quarteirão em animes, principalmente para as aberturas, mas achei que dessa vez a produção optou por canções menos marcantes, mas muito consistentes e que fazem mais sentido com o estágio maduro no qual se encontra a adaptação de Hero. Convenhamos, se trata de um anime sólido enquanto produção que não precisa e nem deve conseguir mais conquistar tantos novos fãs a cada nova temporada.

Sendo assim, e considerando que essa temporada tem tudo para apresentar problemas ainda maiores, faz sentido algo mais “plano” para um primeiro cour que da toda a pinta de que não será tão pesado, mas construirá o caminho para um segundo mais eletrizante. Sobre o lance do treino, foi uma forma bacana de demonstrar a evolução do pessoal da 1-A enquanto fazia o checkpoint de apresentações, algo mais chatinho.

Além disso, aproveitou o Big Three, que não estava fazendo nada mesmo, e talvez tenha lançado uma ou outra coisa que pode ser aproveitada no conteúdo que corresponde ao mangá porque esse primeiro episódio foi todo filler. Sobre essa ideia que pode, diria até que deve, ser reaproveitada, não acha que vai ser perda de tempo se não usarem a hesitação do Deku em frente ao seu senpai em um momento futuro?

Porque é claro que alguma merda muito grande vai acontecer e o Deku vai se culpar por não ter feito tudo o que podia. E o que seria isso? Talvez hesitar na hora de derrotar um vilão e com isso deixá-lo livre para fazer mais de suas maldades? Se tem uma coisa que me parece clara é que isso pode até não acontecer, mas vai fazer sentido caso aconteça. Não diria que compensa assistir um episódio todo por isso, mas foi divertido, né?

Eu achei um pouco divertido, foi legal ver a molecada de volta fazendo trabalho de herói, ainda que, por mais que tenham sido espalhadas, as apresentações de todos sempre sejam um pouco desgastantes. Menos mal que o encerramento me permitiu relaxar ainda mais e se não achar esse recap disfarçado de filler algo ótimo, pelo menos não tão ruim ou irritante ao ponto de me desanimar logo de cara, até porque a prévia…

A prévia foi mais interessante que a estreia, apesar de eu ter minhas ressalvas sobre a heroína tão sexy quanto coelinha da playboy, mas se eu for me estender aqui sobre a sexualização das personagens femininas dessa obra sinto que vou me perder um pouco do ponto. E olha que eu adoro Boku no Hero, mas nem por isso fecho meus olhos para seus defeitos, os quais, garanto, são mais complexos do que parecem em poucas linhas.

Objetivamente falando, mais importante foi o encontro do Dabi com os heróis número um e dois e mais que isso, o trabalho de espião do Hawks, mas antes de falar dele vamos a “fake news” da semana. O Dabi chorou sangue ou não? Vi gente explicando em rede social que não foi isso que aconteceu e se não me engano a razão é dos enxertos de carne que ele tem pelo corpo. Você não acha que ele tem duas cores de pele porque se pinta, né?

Na verdade, se não me engano isso já foi explicado antes. Em todo caso, não vou fazer maiores apontamentos sobre os mistérios que envolvem o Dabi para não dar spoilers, mas garanto que ele é um personagem mais interessante do que se mostrou até aqui e que faz todo sentido que seja ele a tratar com o Hawks. Não tem a mínima chance do Dabi trair o movimento, para o caso do herói tentar “convertê-lo” para o bem.

O Shigaraki até agora não viu o Hawks por causa disso porque aos olhos da união ele é uma figura suspeita em dobro e como rapidamente o anime esclarece, ele é mesmo um agente infiltrado. Mas, de toda forma, é um trabalho ingrato o dele, afinal, ele arrisca o próprio pescoço em dobro e precisa usar de todo seu poder de persuasão para ter um mínimo acesso a união, coisa que pode manchar sua imagem alguma hora.

O bacana é que em detalhes a direção faz um bom trabalho de contextualização da personalidade e da história de vida do personagem a fim de justificar o caminho não ortodoxo pelo qual envereda. Ele não é um herói “precoce”? Então, é por isso que chegou ao posto de número dois tão jovem, não é só porque é talentoso, mas também porque é ousado e não tem problema de usar métodos incomuns para chegar aonde quer.

O Hawks quer facilitar o futuro dos heróis, resumindo, ele quer ajudar as pessoas, mas da maneira como ele coloca a coisa se torna mais indireta, como se o que ele quisesse mesmo fosse uma sociedade de heróis mais eficiente, coisa que para acontecer está diretamente ligada a derrota da união dos vilões. Ele não bolou o plano de virar um infiltrado, mas acaba que conseguem nos convencer de que é a pessoa certa para a missão.

Um herói que jamais faria isso é o atual número um, o Endeavor, que quando se recupera de sua última luta arrebatadora e retorna para casa nos faz pensar se ele realmente tem um “lar” para o qual retornar. Se for depender das mulheres de sua família, sua ex-esposa e sua filha, ele tem, se for depender de seus filhos restantes (um sumiu no mapa) não. Mulheres conseguem perdoar mais fácil e homens demoram mais então?

Não necessariamente, mas é nessa construção narrativa modesta em que o Horikoshi quer nos fazer acreditar. Eu acho que ele é capaz de mais, ou melhor, que mesmo se aproveitando dessas ideias gerais mais convencionais, ainda assim o autor consegue construir personagens legais e boas histórias para eles, o problema é que, como no caso do Bakugou, acho que ele passou um pouco do ponto com o Endeavor, convenhamos…

Por outro lado, penso que essa também pode ser uma qualidade da escrita dele. O Bakugou não, a estupidez dele é apenas estúpida. O Endeavor é um grande herói que no final dá um pai de merda e em uma sociedade de heróis baseada nos atos heroicos, mas também na imagem e no que cada herói almeja de crescimento na carreira, eu entendo que ele seja assim. Ou melhor, que ele seja um pai de merda e um herói bem eficiente.

Lembremos do quão machista a sociedade japonesa é de como pessoas com objetivos muito sólidos podem se deixar cegar por eles. Então, eu gosto do drama familiar que se desenvolve em torno do Shoto e do desejo do pai em tentar reparar seus erros enquanto assume a carapuça que sempre quis vestir, mas não da maneira que gostaria. Não fica uma sensação de recompensa/castigo que dá muito para associar com a sua vida pessoal dele?

Porque enquanto as mulheres de sua família disfuncional enxergam com boa vontade os indícios de mudança que ele dá, os filhos não e isso é algo que deve ser ajustado entre eles. Não sei o quanto Boku no Hero vai investir nesse drama familiar, mas sei que mesmo tendo sido um pai de merda, não acho que o Endeavor foi horrível ao ponto de não darmos uma chance ao personagem, uma chance de vê-lo mudar.

E olha que ainda tenho minhas ressalvas quanto a ele, mas por ora acho que isso basta. Quanto ao Deku, que vozeirão tem o All for One? Okay, sei que isso foi meio sem sentido, sem jeito, mas foi um pouco assim que me senti ao ver a dramatização, que considerei tosquinha, na cabeça do Deku. Ainda assim, é inegável que foi um momento interessante para ir abrindo os mistérios que envolvem o One for All.

Contudo, atenção, esse lance de passar do ponto de singularidade não parece muito abrir alas para o ponto do protagonismo? Porque, como vimos na cena que se acessa o final da quarta temporada, o Deku agora tem uma mão “especial” e a gente viu que ele estava cansado demais para extravasar o estresse descabelando o palhaço. Então, com o One for All vieram poderes que ele pode acessar quando convir a partir de agora?

Se for mesmo esse o caso, se o autora acabar usando essa construção para isso, vai ser bastante medíocre, preguiçoso e conveniente, e olha que gosto da ideia das individualidades (daqueles que tinham uma) dos antigos portadores serem herdados junto com o One for All (acho que isso faz algum sentido), o problema é logo no primeiro sonho isso já ser acessado, ainda mais após o Deku não parecer ter muito mais o que aprender sobre seu próprio poder.

Por fim, acho que o primeiro episódio foi um recap disfarçado de filler dos melhores que o anime já teve e esse segundo abriu um leque de possibilidades interessantes ao mesmo tempo em que dobrou apostas que podem dar prejuízos se o autor não fizer o dever de casa. Não tem muito para onde correr, né? Ele precisa se arriscar se quiser que a história progrida e acho que ela está progredindo, vamos ver para onde…

Até a próxima!

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