Depois de uma sequência de episódios de qualidade bastante duvidosa parece que o anime finalmente conseguiu engatar uma sequência de excelentes episódios. E as coisas só parecem melhorar. Se esse episódio quarenta e um foi bom então o seguinte foi ainda melhor.

É bom separar um artigo para estes dois episódios já que eles decorrem de um mesmo fato. Sim, outra divisão acontecendo no grupo principal. Porém dessa vez para motivos específicos. Após encontrar um local calmo e aconchegante para um descanso os escolhidos se dividem, enquanto a maioria lá ficava duas duplas se afastam.

A primeira delas é formada pelo Tai e pelo Koushirou com o objetivo de observar as redondezas. E a segunda é composta pelos irmãos Yamato e TK. E sobre eles é que comentaremos primeiro.

O episódio 41 me lembrou um episódio do anime antigo (o sexto, para ser exato), o que de cara me passou um bom sentimento de nostalgia. Mas ele foi de fato bom por seus próprios méritos. A começar pelo trabalho de personagens que foi muito bem construído.

Claro, eu tenho algumas dúvidas sobre o quanto isso realmente serviu para alguma coisa. Porém mesmo que nada tenha se alterado na relação dos personagens ao menos esta relação ganhou mais camadas e detalhes, o que é muito importante.

Além de que esta relação entre irmãos permitiu que o TK nutrisse novas e poderosas esperanças para si mesmo durante esse episódio. Aliás, gostaria de destacar uma cena desse episódio. Que é quando o TK simplesmente entra dentro do WaruMonzaemon sem pensar duas vezes.

A primeira vista parece que foi uma demonstração de coragem por parte dele, mas não se trada de coragem. É sobre esperança. A esperança de ser capaz de salvar aqueles digimons, a esperança em seu irmão e a esperança de conseguir sair de lá. O que de fato conseguiu.

Tenho que destacar também o vilão desse episódio. Gostei bastante do Opossummon e do papel que ele desempenhou nesse episódio. Foi um vilão de fato carismático e interessante, construído com rapidez e eficiência. E que serviu para o seu papel: relembrar os irmãos de suas memórias passadas, para que assim eles tivessem esperanças sobre as futuras. E graças a essa esperança é que o Angemon fez o seu glorioso retorno.

Eu sei, foi um excelente episódio. Mas não podemos esquecer do próximo, até porque ele foi ainda melhor! Logo de cara tenho que destacar a participação do Gerbemon e do Chumon, ambos foram muito carismáticos e tiveram um aprofundamento na medida certa e sem exageros. Como na cena em que descobrimos sobre o passado trágico dos Chumons, algo bastante triste e até melancólico.

Mas note que o anime não tenta forçar emoções. Não é uma tristeza exagerada e pedante, é algo feito na medida certa e com a intenção correta. Depois dela não temos opção senão torcer por aqueles pobres digimons contra o seu poderoso inimigo. E aqui novamente, outro vilão que gostei bastante. O Raremon esteve muito bem encaixado e serviu para tudo que o anime buscou fazer nesse episódio.

Me refiro claro ao fato do seu organismo permitir o uso da razão e de conhecimentos científicos contra ele. Porém não consegui deixar de pensar no significado daquele vilão, seja ele proposital ou não. Pois o Raremon é como uma força da natureza, sua face destrutiva para ser mais exato, não algo racional com intenções específicas. E por isso mesmo é impossível não perceber esse embate como a confrontação entre a humanidade e a natureza.

Por isso mesmo a ciência (e a razão, para ser mais geral) está bem colocada, pois é graças a ela que a humanidade não apenas conseguiu sobreviver a natureza mas como até mesmo a sobrepujar e a dominar. Ainda que situações como a que vivemos nesse momento de pandemia provem que talvez isso seja apenas uma grande ilusão, um sonho imponente de uma criança que ao acordar se dá conta de sua pequenez.

Mas além dessa interpretação temos de fato o papel da dor, da vingança e da redenção no final do episódio. O Gerbemon se deu conta que não está sozinho e de que há outras pessoas que compartilham de seus ideais e que até mesmo tomaram a sua luta para si. E o fim é a cereja do bolo. É realmente uma construção e um desfecho muito justo tanto para o Gerbemon quanto ao Chumon que até mesmo evoluiu no final do episódio.

Que aliás, não posso deixar de destacar duas coisas. A primeira é justamente a amizade sincera que o Koushirou fez com o Gerbemon e o Chumon, além de bem feito foi realmente um laço muito bonito o que se formou entre eles.

E além disso, esse episódio fez muito bem algo eu estou pedindo já a bastante tempo, que é a exploração do mundo pelos escolhidos e o seu contato com aqueles que nele residem.

É justamente nessas interações que eles criam uma conexão com esse fantástico mundo. E acho que o anime está pecando nessas interações. Mas não aqui, nesse episódio quarenta e dois.

Enfim, gostei tanto desse episódio que poderia falar muito mais sobre ele. Portanto o melhor é parar logo por aqui. Até mais.

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