Uma grata surpresa! Essa é a primeira coisa que me vem à cabeça quando penso sobre o décimo primeiro filme de One Piece.

Vamos aos fatos. O filme é simples, o filme é redondo, o filme é em 3D e funciona muito bem.

 

 

Em 2011, quando foi lançado esse filme, estávamos no auge dos jogos de luta de shonens e crossovers entre personagens e cenários, nesse clima, surge também a transposição de identidades visuais 2D para o 3D. É claro que os animes seriados semanais ainda mantém sua identidade visual mista, com 2D, 3D, um CG aqui e ali, isso faz parte do pacote da indústria, mas é interessante expressar essas obras por meio de outras mídias, e assim utilizando outras linguagens.

No caso de One Piece, para além de transpor os tradicionais personagens para os games e os jogos de luta, experimentaram, e com grande êxito, trazer essa linguagem em sua plenitude para o formato de animação.

 

 

One Piece 3D Mugiwara Chase, é o resultado pleno e extremamente satisfatório dessa empreitada. Sim, é um filme em estilo promocional, quase como um OVA ou um episódio extra, e tem por certo efetivar propaganda dos produtos paralelos desenvolvidos sobre a franquia. Entretanto, já diz o ditado, se for para se fazer, que se faça bem feito.

O filme é bem direto, é o conflito de um pirata em seu leito de morte, (ou suicídio involuntário acidental) que apresenta para o único e restante membro de sua tripulação, uma missão impossível. O pirata em questão se chama Schneider, e o seu fiel companheiro, Buzz. Ambos compõem a tripulação dos Schneider pirates! A missão que o capitão oferece ao seu grande amigo, o velho cão Buzz, é capturar o chapéu do famoso e infame capitão dos chapéus de palha, vulgo Luffy.

 

 

É isso, simples assim, esse é o enredo desse filme promocional de duração pouco maior do que a de um episódio comum. Buzz parte em direção a aventura, voando obstinadamente no rastreio de seu alvo. Sem quaisquer delongas, ele encontra o seu objetivo e habilmente consegue êxito em sua missão.

Buzz é um cão que comeu uma akuma no mi Zoan, a tori tori no mi, o que lhe garante o poder de se transformar em uma ave versão águia. O filme inteiro se desdobra na conflituosa fuga de Buzz, que por mais que tenha conseguido roubar o inestimável chapéu de Luffy, não se afasta o suficiente para se encontrar em segurança.

O intenso desespero de Luffy, que junto de sua tripulação perseguem o ladrão, é o filme em si.

 

 

Pouco antes dessa perseguição, enquanto Luffy ainda não sabia o que tinha acontecido com o seu chapéu, a tripulação parte em uma busca para descobrir o que havia acontecido com o mesmo. Usopp, na madrugada do roubo, por acaso se deparou com o ladrão, mas ele estava sonolento e não entendeu muito bem o que tinha acontecido, no entanto, novamente Usopp encontra o raptor, isso ao mesmo tempo em que ele e Chopper se deparar com um combalido pirata a beira da morte, Schneider.

Buzz quase conseguiu entregar o objeto de sua missão para o seu capitão, mas ele foi frustrado por Usopp, que não apenas meio que sequestrou/salvou o velho, como arruinou a concretização do objetivo final do cão águia.

Chopper cuida do homem moribundo, enquanto o bando luta contra a obstinação de Buzz em fugir com o seu merecido prêmio. No meio dessa perseguição, para temperar a situação, a marinha se apresenta no encalço dos chapéus de palha, e por um longo período, o atrito e a esquiva do bando os arremessam em eventos lindamente retratados por um 3D competente.

 

 

Na verdade, o 3D não é lá muito impressionante, mas é incrivelmente bom em demonstrar a essência do que entendemos por One Piece. A direção do filme não vacila, e o fluxo da arte levemente travada, mas fluida o suficiente, é imersiva e agradável. Somos carregados pela emoção de um instante fugaz que representa perfeitamente a frenesi fantástica de One Piece. Os cortes e enquadramento, o ritmo, tudo se mistura com a adequada contextualização sonora, é realmente um filme gostoso de assistir.

No simples da busca, da perseguição e da fuga, descobrimos o que deixou Schneider com a saúde abalada, e é estúpido e adequado, como deveria ser. No fim das contas o velho pirata, em um ímpeto de adrenalina após descobrir o que o seu fiel amigo fez, e em espanto completo, praticamente ressuscita.

Luffy, por sua vez, consegue, depois de muito esforço e enfrentando obstáculos e feras gigantescas, alcançar o cão voador. E para fechar chave de ouro, quando consegue finalmente o capturar, o faz dentro de uma base da marinha local.

 

 

O desfecho de lutas e redenção, onde o bando se reencontra com seu capitão capturado, o resgata e abre caminho para a fuga, é muito bom. Todos os membros da tripulação têm seus poucos segundos de brilho em um combate contra o pelotão de gigantes da marinha, lutas singelas, mas que são tão bem executadas, onde a sincronia dos Mugiwara é tamanha, que deixa no chinelo quase que todos as demais lutas de todos os filmes anteriores.

A atmosfera manifesta nesse filme 3D encaixa como uma luva em One Piece, em sua estética e em seu estilo próprios já tão bem consolidados, é intrigante o como é satisfatório essa animação. Luffy recupera o seu chapéu, o mal entendido é desfeito, a amizade com o velho e seu cão é concretizada, tudo acaba bem. Ou quase bem, o chapéu foi maltratado por um homem inescrupuloso nesse filme. Pobre chapéu.

E o Zoro, sendo o personagem mais perdido de todos, nos deixa um dos mais intrigantes mistérios. Como diabos ele conseguiu chegar onde chegou e do jeito como chegou nesse filme? Vai saber. ^^

 

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