Mais uma semana, mais uma surra pra coleção do Joe. Esse episódio expandiu o papel das crianças e como elas viveram com o sumiço do protagonista e, principalmente, abordou como Sachio e os outros interagem com a favela tomada pelo crime em que vivem.

O confronto com organizações criminosas sempre foi um ponto forte e peculiar em Megalo Box, não só toda a primeira temporada só aconteceu devido à vontade de uma dessas pessoas perigosas, como o medo de represálias vindas desse homem foi o que colocou Nanbu no clímax de seu arco de personagem.

Contudo, algo ainda mais importante era como esse lugar afetava a Joe. Como um boxeador do submundo, Joe era obrigado a lutar da maneira que era mais lucrativa para a casa.

Isso era um golpe vital em seu orgulho, tanto que sua motivação para almejar o topo do megalo-boxing foi o desejo por luta que Yuri lhe proporcionou, o qual tornou impossível para Joe continuar a enfrentar oponentes indignos.

 

 

Por isso o retorno a esse ringue é um ponto importante para nosso protagonista. Por Joe se colocar como subalterno de Fujimaki mais uma vez, ele prova que não há nada que não faria pelo bem-estar das crianças, pois mesmo seu orgulho não vale mais do que sua casa.

Outro detalhe interessante nesse episódio foi a possibilidade de Joe retornar definitivamente para os ringues ilegais. Com a confirmação de que ele ainda é adorado pelo público, além de ser melhor lutador que os demais, Joe poderia facilmente usar sua fama para ter uma vida tranquila.

Porém, como foi dito em sua conversa com Fujimaki, nosso herói não tem mais interesse no passado, apenas busca proteger o que lhe resta.

 

 

De resto, o ep fez um bom trabalho na caracterização das crianças: com Bonjiri um pouco hesitante em cumprimentar Joe, Santa usando seu trabalho para mascarar seus sentimentos e Oicho se mostrando a mais emocionalmente madura, verbalizando sinceramente seus sentimentos sobre Joe.

Sachio mais uma vez mostrou como a morte de Nanbu o impactou. Agora desesperado em ser forte para proteger a todos, ele ainda assim acaba por falhar e ser obrigado a reconhecer seu erro e engolir seu orgulho, coisa que faz com tremendo desgosto, reforçando a diferença entre ele e o Joe atual.

 

 

Para terminar, os dois últimos tópicos importantes nesse ep foram a verdade sobre a saída de Joe e sua partida com Liu. Começando por esse último, devo dizer que o aprendiz de Yuri não me chamou a atenção.

Na primeira temporada os oponentes que nosso protagonista enfrentava eram bem distintos fisicamente, desde o Aragaki que era cheio de cicatrizes e possuía pernas biônicas, até Samejima que, apesar de não possuir grande relevância por si só, ao menos chamava atenção pelo seu gear temático de tubarão.

Liu, em contraste, tem uma aparência bem comum, o que ironicamente já foi um detalhe usado anteriormente em Mirio, e a razão de funcionar nesse caso é que por ser o único cara normal no meio de soldados e brutamontes, o irmão de Shirato ironicamente se destacava, diferente de Liu.

 

 

Agora, as novas informações sobre o passado de Joe me deixaram dividido. Por um lado, não sou fã de quando tragédias ou decisões que afetam a trama são minimizadas como informação posterior, o passado de Joe já funcionava perfeitamente sem a revelação de que Sachio foi quem mandou o protagonista ir embora.

Por outro, Megalo Box fez muito bem em manejar isso, pois independentemente das circunstâncias, as crianças ainda não perdoaram Joe, e nem o próprio usa isso como um atenuante por seus pecados. Isso acabou firmando esse acréscimo como uma boa decisão para mim, pois demonstra que a confiança de seus entes queridos é uma coisa que Joe ainda vai ter que trabalhar muito para recuperar.

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