A vida é irônica, né? Foi para o mercenário que saiu de casa buscando aproveitá-la e morreu justamente para defender a paz que só aprendeu a admirar no fim da vida, é para o Yotsuya que em todo arco rouba o coração de uma moça quando tudo que ele quer é apenas cumprir com seu objetivo. Bem clichê de herói de aventura, que deixa um coração partido por onde passa, né? Enfim, vamos falar do final desse arco!

Não me irrita que garotas se apaixonem pelo herói por onde ele passa porque o jeitão dele e as situações chave para despertar esse sentimento até me convencem, o problema é que sim, cai em uma construção clichê e previsível que já se repetiu uma vez e não duvido nada que se repita de novo. Mas sabe o que é legal? É bem a cara dele não perceber isso, como ele não percebeu que o morador “fora de lugar” era o vilão.

Um ponto de comicidade inusitado, mas que não ficou deslocado com o resto, afinal, a motivação do vilão pode não ter sido revelada por completo, mas não é difícil de imaginar. Ele queria desocupar a ilha e tê-la só para si? Ele guardava rancor contra os moradores? Ele convenceu a construírem casas na costa premeditadamente (provável)? Aliás, a tsunami, o terremoto e a erupção foram obra dele ao despertar o dragão, né?

E esse dragão se liga a visão que o Yotsuya teve, amarrando essa ideia de que as missões contribuem para construir um futuro bom para ele e, claro, também para quem habita esse outro mundo que ele acessa com seus colegas. Voltando ao vilão, fazia bastante sentido que ele fosse um habitante da ilha sim, assim como achei razoável as sacerdotisas saberem de detalhes sobre magia, mas não terem suspeitado do careca do mal.

Para o bem ou para o mal, aquele é o mundo que elas conhecem, sendo assim, era fácil que perdessem de vista uma mácula interna, algo capaz de prejudicar a vida de todos, não como o sentimento do mercenário que voltou a sua terra natal para ajudá-la, algo realmente nocivo, negativo. O herói que perdeu a vida para manter o único meio de transporte da ilha sempre amou sua terra natal, só nunca a deu o “devido” valor.

Melhor, ele não o conhecia, não o havia percebido. Não dizem que só damos valor depois que perdemos? Nem todos são assim, é claro, tem pessoas que amam a paz, a tranquilidade, a facilidade e lutam com unhas e dentes por ela. Tem pessoas que precisam desbravar o mundo, sair do lugar comum em que se encontram para só assim enxergar a importância do que têm a mão, no dia a dia, aquilo que faz parte de quem são.

Então sim, a resposta é essa, a vida é irônica, mas é exatamente nessa contravenção, por causa desse contraste, que ela é bela, amor e ódio, algo que podemos presenciar nos clichês do herói sad boy conquistador ou do filho pródigo que compreende seus sentimentos diante do fim. No meio disso tivemos um vilão até fortinho, mas meia boca e uma resolução bem aceitável. Até a ideia do dragão custo-benefício caiu bem.

Por fim, sim, eu sei que o vilão pode ter tido um motivo ainda mais profundo para fazer o que fez e que essas quests e as outras podem se ligar em algum momento, mas por ora o que temos não nos permite especular muito em cima disso, e prefiro elogiar o desfecho clichê, mas bom, que ficar especulando. A nova personagem (pensava que ela era um cara, lol) apareceu, vamos ver o que mais o Yotsuya absorverá nessa próxima quest.

Até a próxima!

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