Por que a Heanna Sumire é um meme ambulante? Porque toda geração tem esse estereótipo e ele não pode deixar de existir. Não sei se você acompanhou meus artigos de Nijigasaki, se sim, sabe que apelidei a Kasumi de Kasumeme porque ela tinha essa função mesmo na história. Além disso, foi bom ver a Heanna trazendo novos cores ao grupo e a dinâmica do anime, se integrando de forma bem bacana ao grupo.

A formação da Associação de Idols Escolares da Yuigaoka foi o prêmio por Tiny Stars, uma conquista que deu “corpo” ao projeto e naturalmente atrairia a atenção de outras garotas, ainda que o caso da Heanna seja mesmo bem específico. Ela é uma criança talentosa (há controvérsias haha) que como muitos dos bebês de novela da 9 (achismo meu, claro) ficou complexada por não ter conseguido engrenar no showbiz.

Sendo assim, é compreensível que tenha se interessado por idols escolares com dois mil seguidores após uma única apresentação. O problema era a expectativa que ela tinha de finalmente tomar holofotes para si, em uma construção narrativa que evoca o drama, mas, convenhamos, tem mais solidez na comédia. A Sumire tinha muita frustração acumulada e por isso reagiu de maneira tão imatura ao revés que se seguiu.

Por que a Kanon é a mais indicada para ser o centro? Porque tem o cabelo laranja. Mas sério, foi um revés muito do clichê, convenhamos, apesar de eu não discordar exatamente do rumo que a situação tomou. Se pensarmos bem, quem se apresentou solo antes de cantar junto da Keke? Quem já é conhecida de algumas alunas da escola? Quem toca violão e tem um rostinho mais “padrão”, típico de líder de grupo idol?

Claro, há diferenças entre líder e centro, as duas não são necessariamente a mesma coisa, mas se pensarmos que tentaram passar a presidência da associação a Kanon após a votação, fica claro como a intenção era encontrar um ponto comum, o porto seguro para o grupo. A Chisato ainda não entrou de cabeça no bonde, a Keke idolatra a Kanon, não tinha muito para onde correr. Restou a perspectiva de competição aberta depois.

Mas antes de falar disso e de como chegamos a isso. Você sabe que os fantasmas no Japão são representados sem pernas e com aquela faixa na cabeça que a Sumire usou quando estava vestida de sacerdotisa no Templo? Eles são chamados de “yurei” e tem até dia dedicado a eles, Outro detalhe, o isópode gigante “encarnado” pela Sumire realmente existe, e já entrou para a galeria de memes capitaneados pelas idols maluquinhas da franquia.

Enfim, a Sumire tenta intimidar a Kanon com outra ideia cringe, mas o destaque fica mesmo para a conversa das heroínas e aquilo que acontecia em paralelo, que era a Ren tentando atrapalhar as idols. Apesar de sua insistência, é só impressão minha ou ela não tem metade da força que a Dia tinha na geração anterior? Isso quer dizer que ela não gosta tanto de idols como a Dia gosta? Se não, por que toda essa aversão a elas?

Além disso, tem a mãe, talvez a influência que justifique sua aversão, ainda que a escola em si não dance conforme a mesma música. Voltando a Sumire, ela é complexada, isso é fato, acho até que sua personalidade “abobada” talvez tenha se definido assim por conta disso. Não por conta de seus fracassos no mundo do estrelato exatamente, mas pela sua falta de jeito em fazer tudo certinho, se impor, demonstrar seriedade.

E essa foi uma das melhores coisas desse episódio, que se não demonstrou consistência notável na animação, arrasou na trilha sonora em cenas chave da Sumire, além de ter tido muitas das caras e bocas e trejeitos da heroína mais memeável do anime. Antes ela era quase um alívio cômico em uma trama que até se arrisca pelo drama, mas claramente não precisa disso. Dessa vez a Sumire brilhou demais, me fez rir muito.

Uma personagem que já foi bem mais séria nesse episódio e conseguiu conduzir o problema da dissidente Sumire com jogo de cintura foi a Kanon, que sem inventar, mas também sem perder tempo com lenga-lenga, inflamou a nova recruta a não desistir após um pouco de incentivo visual e auditivo que creio serem bem úteis para convencer qualquer pessoa a se juntar a um projeto e tentar ganhar seu espaço nele.

A Heanna mal chegou e já queria sentar na janelinha impondo suas vontades por cima das opiniões não só de suas colegas, como também do público, um cenário que precisava ser evitado, mas só acabaria em um acerto com diálogo mesmo. Inclusive, lidar com o problema da forma como a Kanon lidou a qualifica um pouco mais para ser uma verdadeira líder. O centro pode mudar entre uma música e outra, uma líder não.

Por fim, foi um episódio muito divertido e bacana de assistir por como ele não traiu a natureza cômica e clichê de Love Live!, mas soube usar coisas boas desses elementos a fim de construir a nova personagem (nova no grupo) e a relação dela com as demais. Tudo isso fazendo um pouco de doce, mas não tanto quanto a Chisato e a Ren, essas duas não vão entrar nem se tiverem um isópode gigante como forma de coação.

Até a próxima!

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