Que belo epílogo foi esse, hein? Era o que restava apresentar após o desfecho do episodio anterior, algo que passou longe de ser insatisfatório pelo sentido de conclusão de um ciclo que deu a trama, assim como pelo anúncio de segunda temporada para 2022, que garante o prosseguimento da história nas nossas telas. O que você mais gostou no anime? Deixe aí nos comentários para batermos um papo!

O Fushi voltou a costa e achou a Pioran, mas não voltou de imediato a viver com ela devido ao velho clichê de não quer machucar alguém que corre perigo só por estar ao lado. Mas ele perguntou se era isso mesmo que a Pioran queria? Ou a March, o Gugu ou qualquer outro do qual ele assumiu a forma? Se viver é um constante machucar e ser machucado, não adiantar tentar fugir, isso só leva a infelicidade.

E a infelicidade era tudo que as pessoas que morreram, aqueles dos quais ele herdou algum legado, menos queriam para ele, alguém que passou por suas vidas trazendo algo de novo, de diferente. É normal que o Fushi se culpe por todas essas mortes, mas nós, que presenciamos todas as suas dificuldades, jamais poderíamos fazer isso. Não adianta se esconder da vida, as pessoas fazem suas escolhas, para o bem e para o mal.

Foi tão fofo vê-lo indo e vindo, lutando contra a razão que o dizia para se afastar de sua vó, aquela que o acompanhou pela maior parte de sua jornada. A solidão é um sentimento sufocante, um dos piores que alguém pode sentir, ainda mais após viver tantas experiências diferentes com pessoas diferentes, restando na figura da Pioran um lar para o qual o garoto (não mais uma “coisa”) se sentiria feliz em voltar.

Além disso, o reencontro do neto com sua avó foi importante para trazer a cena algo que havia ficado um pouco de lado após tantas perseguições mortais e lutas contra criaturas assassinas, a ideia do ciclo natural da vida, seu prosseguimento. Pioran conheceu Fushi já na terceira idade, se o acompanhasse dali em diante e não fosse vítima dos Nokkers, é claro que morreria alguma hora, provendo ao garoto novas sensações.

 

 

Sensações essas que dão cores a experiência de vida dele, saindo da aventura que ele retomou ao ir para Jananda, tornando ao dia a dia que ele ganhou enquanto esteve ao lado do Gugu e dos outros. Tudo isso com um pano de fundo mais palpável, afinal, quando os Nokkers vinham ele fugia, e só assim mesmo para evitar novos problemas, só assim para aproveitar os últimos dias de sua avó, com as coisas boas e ruins.

Porque é isso que muitas vezes acontece nessa fase da vida, a pessoa se perde, definha aos poucos, e nada mais interessante que trazer essa representação a trama, essa caduquice que não esmaeceu o sentimento de Fushi por Pioran, apenas ajudou a definir ainda mais a sua forma. Amar na bonança é fácil, seguir na dificuldade é o desafio. Por tudo de bom que um deu ao outro, não tinha como ele largar de sua mão.

E foi o que o Fushi fez, até o final, aprendendo a aceitar o destino de todas as coisas que vivem, exceto ele. Mas tenho fé que ao final da história ele também morra, mas não em um estado de tristeza, de tragédia, pelo contrário, com um sentimento de satisfação por ter vivido uma vida plena cujas experiências fizeram valer a pena o caminho tortuoso pelo qual passou. Mas claro, se ele seguir imortal a mensagem também pode ser boa.

Por fim, o que Fumetsu no Anata e foi para você? Para mim foi uma história maravilhosa a qual mal posso esperar para acompanhar o segundo ato. Não consegui segurar as lágrimas em contentamento pela partida da Pioran e a ferida que restou no Fushi, uma ferida que ele aceitou e que o fez contente pelo tempo que passou ao lado daquela pessoa e pelo legado que saiu dela para restar com ele, o qual, aliás, pode ser ainda mais coisa…

Afinal, a Pioran fez um acordo com o “coiso preto” e em algum momento essa vontade de ajudá-lo pode tirar o Fushi de um enrosco. Diria até que deve, convenhamos, essa não foi a primeira deixa a ser aproveitada em uma segunda temporada. E Fushi seguiu, sem se transformar por décadas, crescendo como um adulto humano até o momento em que reencontrou um Nokker e a roda da vida vai girar novamente.

 

 

Nos vemos em 2022. Mentira, nos vemos em meu próximo artigo no blog (que não vai demorar nada além de horas para sair). Nós vemos o Fushi de novo em cerca de um ano. Não se compara ao tempo que ele passou aparentemente sozinho até ser estimulado de novo após um vendaval de experiências, todas intensas e importantes para construir a sua identidade enquanto humano, cuja existência perdurará pela eternidade ainda se um dia não for mais imortal.

Até a próxima!

Comentários