A transformação da Destino não é muito “diferente”? Isso por si só justifica a diferença na dependência entre Conductor e Musicart, como é um óbvio efeito visual trazido a trama a fim de vender a heroína. takt op.Destiny bebe na fonte de Fate, não que você já não tenha percebido isso.

Mas sim, o mais importante dessa vez não foram os heróis e sim o Lenny, a relação dele com o Asahina Kenji e a afirmação daquele que deve ser o grande vilão do anime, Sagan. Anime esse que já acabou e nos próximos dias terá sua cobertura encerrada aqui no blog por este que vos fala.

O Lenny morreu antes mesmo de lutar a grande batalha que se avizinhava, mas não sem antes trazer algumas coisas interessantes a trama, como a ideia de um pupilo que aprende música com seu mestre, mas ensina outras coisas a ele e a maneira de encarar a responsabilidade por algo.

Confesso que vendo o episódio achei o flashback do Lenny com o Kenji decepcionante, mas passadas as horas fui mudando de ideia e ao escrever este artigo tenho uma ideia bem diferente do que a produção tentou fazer. Kenji era apenas um músico, e a trama sim, é sobre isso.

Então o respeito de outros músicos e fãs é compreensível, além de que a trama dá a entender que a tragédia de Boston foi o divisor de águas na política de enfrentamento aos D2s. Sendo assim, não é incomum o nome “Asahina” ter tanta força mesmo o Kenji não tendo sido Conductor.

Além disso, trazer a trama esse senso de responsabilidade pelo ocorrido e a noção de transformação de estado das coisas através do tempo (ele coloriu sua personalidade ao conhecer a Titan e com ela compartilhar seus objetivos) deu uma compensada na simplicidade questionada.

Ademais, a qualidade técnica das cenas de ação segue elogiável, diria até que o episódio foi melhor que a média nisso. Melhor ainda porque conciliou o deleite visual com o ápice desse senso de responsabilidade do Lenny, afinal, ele se sacrifica pelo Takt e luta para mantê-lo a salvo.

Aliás, entendendo que se tratava das últimas forças do Lenny e de seu último pedido, a Titan soltar todo o seu poder e com isso conseguir fazer jus a um recuo do inimigo foi uma forma bem razoável de explorar os clichês das tramas de ação, ao ponto em que a experiência toda se pagou.

E a cereja do bolo foi aquele pós-luta com a conversa do Takt e seu mestre, sendo ele um pupilo que conserva trejeitos de personalidade mesmo com claras demonstrações de amadurecimento, em uma cena que aproveitou ambos os aspectos para nos entregar uma carta de amor a música.

Lenny teve a oportunidade de lutar ao lado do filho do homem que tanto admirou, com o qual tanto aprendeu e para o qual também ensinou, assim podendo partir do palco ao seu lado e sem arrependimentos. Uma forma poética, verdadeiramente tocante, de dar adeus ao personagem.

Tudo isso enquanto vimos a ascensão do Sagan a um plano superior na trama, o de grande vilão? A Sinfônica que ele controla está por trás dos ataques de D2s desde anos antes em um plano que deve ter suas motivações escusas, mas ate aqui ainda não disse exatamente a que veio.

Restando dois episódios, um dupla de heróis cada vez mais fragilizada e a certeza de que o anime tem culhão para matar personagem quando há motivos, não consigo deixar de pensar no fim trágico. Seria a composição do Takt a materialização do legado daquele que salvará a música?

Até a próxima!

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