Lúcifer e o Martelo (Hoshi no Samidare ou Lucifer and the Biscuit Hammer) é um anime de ação e comédia do estúdio NAZ que adapta o mangá (lançado há anos no Brasil pela editora JBC) de Satoshi Mizukami. Segue abaixo a sinopse extraída da Cunchyroll (o streaming oficial do anime).

 

“Um dia, Amamiya Yuuhi acorda e se depara com um lagarto falando dentro do seu quarto. A criatura diz que a Terra está em perigo, e que o rapaz deve assumir o posto de Cavaleiro para impedir que isso aconteça.”

 

Por que o nome em português? Porque é assim que a obra é conhecida, e adorada por algumas pessoas da crítica especializada nacional. Isso é bom? É ruim? Eu imagino que a animação tenha desanimado até a esses, mas a história está lá!

Lúcifer começou de forma muito interessante ao nos apresentar a um protagonista com reações mais críveis diante de um evento básico do battle shonen, a convocação para salvar o mundo. E o Yuuhi não é só menos “emocionado”, mas tem algum talento.

Não o suficiente para ser chamado de prodígio, mas pelo menos para indicar que algum talento ele tem, como tem para testar o poder de forma condizente com o que se imaginaria de um jovem estudante, o qual ou vive só ou é um organismo isolado socialmente.

Isso é um problema? Eu diria que é uma obviedade bem-vinda. Digo, quais as chances desse protagonista não ter suas próprias questões que carecem de amadurecimento? Tem uma cena muito significativa disso que é quando ele lembra das palavras de seu avô.

Inclusive, deve ser por não confiar naqueles que se dizem amigos, e muito menos naqueles que se apresentam como inimigos, que ele é solitário. Não significa que ele não possa interagir com outras pessoas, como a professora ou a irmã dela, só não forma laços.

Isso vai mudar quando ele começar a agir como o Cavaleiro do Lagarto? É a tendência. Aliás, ele ter aceitado as ordens da princesa no final foi ruim para como a trama vinha se desenvolvendo? Eu acho que não, era inevitável que isso acontece com eles.

O que não era inevitável era uma animação tão ruim na breve cena de ação dessa estreia. Digo, talvez fosse inevitável pelo orçamento restrito, mas se for para fazer um battle shonen assim (por mais que em parte ele atue como paródia) me questiono se vale a pena.

Vai valer se a história compensar e, apesar de não ter visto nada realmente excepcional nesse primeiro episódio, acho que há margem de crescimento pela simples maneira como a história é contada, tocando a ferida das “idiotices” que compõe o battle shonen médio.

Por exemplo, não esperava que o “encontro predestinado” com a Samidare tivesse sido por uma foto no restaurante de lámen, essa foi uma quebra de expectativa bacana. É claro que algo a mais pode ser contado no futuro, mas por ora foi daí que ele a conhecia.

Por outro lado, o uso mais corriqueiro do clichê da cena de ciúmes de uma das heroínas não foi ruim também, foi uma quebra cômica válida, que ao meu ver também pareceu consciente, como todo o resto. O autor sabe que está fazendo um bshonen “clichê”.

Na verdade, todo bshonen é pelo menos um pouco clichê em algum grau, não tem jeito. Agora, o quanto isso é consciente, o quanto é uma ferramenta narrativa, o quanto prejudica a história são outros 500. Não sei o que vai rolar aqui, mas quero muito ver.

E aí chegamos a cena derradeira dessa estreia em que a Samidare (a princesa, para a surpresa de 0 pessoas) mostra ao Yuuhi o mal que ameaça o mundo (mostrar é melhor que só falar, vale nota) e testa seu envolvimento, confiando sua vida ao seu cavaleiro.

Bem clichê, né? Ao mesmo tempo, após conhecer um lagarto falante, ganhar poderes sobrenaturais, quase ser morto por um monstro e começar a formar um laço com alguém (a princesa); como julgar a atitude dele? Foram os hormônios, a carência ou os dois?

Yuuhi não querer a responsabilidade não invalida tê-la aceitado no fim, até porque ele não é tão escroto ao ponto de deixar alguém morrer daquela forma. Isso já o qualifica como um herói? Acho que não, isso vamos ver acontecendo ao acompanhar essa jornada.

Até a próxima!

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